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O plano de US$ 100 milhões de um magnata americano para salvar a internet

O que move o Project Liberty é o temor do poder que algumas grandes empresas - e especificamente o Facebook - acumularam na última década

Frank McCourt  (Jacob de Golish/Getty Images)

Frank McCourt (Jacob de Golish/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 21 de junho de 2021 às 19h51.

Por Sarah Frier, da Bloomberg

O bilionário Frank McCourt, magnata do mercado imobiliário e ex-proprietário do Los Angeles Dodgers, está investindo US$ 100 milhões na tentativa de reconstruir as bases das redes sociais. O esforço, que ele chama de Project Liberty, foca no desenvolvimento de um banco de dados de acesso público das conexões sociais das pessoas, permitindo que os usuários transfiram registros de seus relacionamentos entre serviços das redes sociais, em vez de ficarem presos em alguns aplicativos dominantes.

O que move o Project Liberty é o temor do poder que algumas grandes empresas - e especificamente o Facebook - acumularam na última década. “Nunca pensei que questionaria a segurança dos nossos sistemas subjacentes, nomeadamente a democracia e o capitalismo”, disse McCourt. “Vivemos sob vigilância constante, e o que está acontecendo com esse enorme acúmulo de riqueza e poder nas mãos de poucos é incrivelmente desestabilizador. Ameaça o capitalismo, porque o capitalismo precisa ter alguma forma de justiça para sobreviver.”

McCourt não é o único crítico. Outros buscam reformar as redes sociais aprovando novas leis ou regulamentações, à espera de que a próxima geração de startups aumente a competição com os líderes atuais ou pressionando o Facebook a revisar seu modelo de negócios. McCourt, juntamente com outros executivos como o CEO do Twitter, Jack Dorsey, diz que a solução pode ser o blockchain, a tecnologia que sustenta o bitcoin e outras criptomoedas.

O Project Liberty usaria blockchain para construir uma infraestrutura de Internet chamada Protocolo de Rede Social Descentralizada. Com as criptomoedas, o blockchain armazena informações sobre os tokens nas carteiras digitais de todos; o protocolo faria o mesmo para conexões sociais. O Facebook possui dados sobre as conexões sociais entre usuários, o que lhe dá uma enorme vantagem sobre concorrentes. Se todas as empresas de redes sociais se basearem em um gráfico social comum, diz a teoria, terão que competir oferecendo melhores serviços, e a chance de qualquer empresa se tornar tão dominante cairia drasticamente.

O desenvolvimento do protocolo fica a cargo de Braxton Woodham, o cofundador do serviço de entrega de comida Sun Basket e ex-diretor de tecnologia do Fandango, o site de entradas de cinema. Woodham estava brincando com a ideia de desenvolver algo como o protocolo, mas não imaginava que alguém estaria interessado em investir nisso. Quando comentou a ideia com McCourt, diz, “apenas pensei que estávamos falando sobre nossos devaneios, não achei que fosse algo que realmente faríamos”.

Mas McCourt contratou Woodham para desenvolver o protocolo e prometeu investir US$ 75 milhões em um instituto na Universidade de Georgetown, em Washington, e no Sciences Po, em Paris, para pesquisar tecnologia que sirva ao bem comum. O restante dos US$ 100 milhões será investido para incentivar empresários a criarem serviços que utilizem o protocolo.

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