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Motorola aposta no Brasil para tentar reverter vendas fracas de tablet

A Motorola anunciou, nesta semana, o lançamento do tablet Xoom no Brasil. O equipamento deve chegar às lojas em duas semanas junto com o smarpthone Atrix

O Xoom, da Motorola, que teve vendas fracas nos Estados Unidos e na Europa, chega ao Brasil neste mês (Divulgação)

O Xoom, da Motorola, que teve vendas fracas nos Estados Unidos e na Europa, chega ao Brasil neste mês (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2011 às 09h58.

São Paulo — A Motorola anunciou nesta terça-feira, 12, o lançamento do tablet PC Xoom no mercado brasileiro. O equipamento, que deve chegar às lojas em duas semanas, junto com o Atrix, seu novo smarpthone, será fabricado no país e distribuído para toda a América Latina.

O anúncio é uma tentativa da companhia de se apoiar na região para enfrentar a forte concorrência que encontra nos mercados americano e europeu. De todo modo, mesmo no mercado latino-americano, o novo tablet deverá trilhar um duro caminho para fazer frente aos concorrentes (leia-se iPad 2, da Apple, e Galaxy Tab, da Samsung).

Dados do Deutsche Bank, publicados na sexta-feira, 8, revelam que foram vendidas 100 mil unidades do Xoom desde seu lançamento, no fim de fevereiro. Em contrapartida, o iPad, apenas em seu primeiro fim de semana nas prateleiras, vendeu 300 mil unidades. Com base nas encomendas, a Apple projeta que serão vendidos 12 milhões de iPads apenas neste trimestre. Mesmo o Galaxy Tab, único concorrente do iPad até agora no Brasil, já vendeu 2 milhões de unidades, desde que chegou ao mercado, no início deste ano.

Salvação no Brasil

Sergio Buniac, presidente da Motorola Mobility, divisão de equipamentos móveis, reconhece que as vendas do Xoom ficaram "um pouco abaixo do esperado" no mercado mundial. Entretanto, ele acredita que a América Latina tem grande potencial para reverter esse quadro.

Segundo o executivo, as vendas no mercado latino-americano representam 11% da receita total da companhia, de US$ 11,4 bilhões, por isso a estratégia será fabricar o Xoom localmente para baixar o preço ao consumidor final e entrar de forma mais agressiva na região, principalmente no Brasil.


Buniac admite que o preço do novo tablet, de R$ 1.899 (na versão Wi-Fi, com 32 GB de capacidade, sem acesso à rede celular), ainda está acima do poder aquisitivo da população, o que dificulta, e muito, a briga com o iPad e o Galaxy Tab. Apenas a título de comparação, o modelo de iPad com a mesma configuração é US$ 50 mais barato.

Reduções tarifárias

O executivo afirma, porém, que o preço baixará assim que o governo definir a política fiscal para tablets. Hoje, no caso dos PCs, o governo federal isenta de PIS e Cofins os computadores que custam até R$ 4 mil e reduz em 50% as obrigações de investimentos em pesquisa e desenvolvimento dos fabricantes – de acordo com a chamada Lei do Bem.

Além desse benefício, Buniac cita, especificamente, a possível adoção do Processo Produtivo Básico (PPB) para tablets, bem como a redução do Imposto Sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) por parte dos estados. Antes dessas definições, adianta ele, será difícil baixar o preço do Xoom até um patamar realmente competitivo.

Enquanto aguarda, a Motorola Mobility aposta nos mercados do Peru, Venezuela, Colômbia e Bolívia para expandir as vendas na região. Segundo dados da empresa de pesquisas Strategy Analytics, divulgados pela agência Dow Jones, a fabricante americana tem a menor margem de lucro operacional do mercado, de apenas 2,3%, e participação de mercado de 2,8%. A Apple e a Samsung, por sua vez, têm margem operacional de 32,7% e 12,9%, respectivamente.

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