Facebook expõe empresas que espionaram 50 mil pessoas em suas plataformas
Os criminosos tinham mais de 1.500 contas para espionagem em cerca de 100 países
André Lopes
Publicado em 17 de dezembro de 2021 às 14h10.
Última atualização em 17 de dezembro de 2021 às 14h21.
A Meta, empresa controladora do Facebook, anunciou nesta quinta-feira, 16, que desativou cerca de 1.500 contas vinculadas a empresas cibermercenárias acusadas de espionar ativistas, dissidentes e jornalistas em todo o mundo.
As contas suspensas do Facebook e Instagram foram vinculadas a sete empresas cujos serviços vão desde o armazenamento de informações públicas ao uso de perfis falsos para conquistar a confiança de suas vítimas e até mesmo espionagem digital através de ataques de hackers.
A Meta revelou planos para alertar cerca de 50.000 pessoas que poderiam ser alvos de espionagem em cerca de 100 países por várias empresas, incluindo algumas sediadas em Israel, líder na indústria de vigilância cibernética. A plataforma também desativou contas relacionadas em outras plataformas Meta.
“Os cibermercenários frequentemente afirmam que seus serviços visam apenas criminosos e terroristas”, de acordo com um comunicado da Meta. Mas "os alvos são de fato indiscriminados e incluem jornalistas, dissidentes e críticos de regimes autoritários, famílias, membros da oposição e ativistas de direitos humanos", afirma o texto.
As empresas que vendem "serviços de inteligência na web" geralmente iniciam um processo de vigilância coletando informações disponíveis por meio de fontes públicas, como artigos de jornais e Wikipedia.
Assim, os cibermercenários criam contas falsas em várias redes sociais para coletar informações dos perfis e até mesmo participam de conversas e grupos para aprender mais sobre seus alvos, segundo pesquisadores da Meta.