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HP passou Positivo, diz seu CEO, Léo Apotheker

Léo Apotheker, o CEO da HP, diz que a empresa já lidera o mercado brasileiro de PCs, e que seus smartphones e tablets serão lançados no país já com sistema em português

Léo Apotheker, CEO da HP: "Não acredito em era pós-PC" (Ralph Orlowski / Getty Images)

Maurício Grego

Publicado em 11 de maio de 2011 às 15h16.

São Paulo — Em visita ao Brasil, o CEO da HP, Léo Apotheker, afirma que a empresa ultrapassou a Positivo, tornando-se o maior fabricante de PCs no país tanto em unidades como em valor comercializado. Ele também diz que a HP prepara uma versão em português do WebOS, seu sistema operacional para smartphones e tablets, e que a empresa está disposta a investir mais no país, desde que o governo ofereça condições atraentes.

Apotheker trabalhou por 20 anos na SAP e foi CEO da empresa por quase dois anos antes de assumir o posto de executivo número 1 da HP, no final do ano passado. Nos corredores da empresa alemã, havia quem se referisse a ele como o urso polar – animal de aparência amigável, mas que pode ser mortal se alguém cruzar seu caminho.

Na conversa que Apotheker teve com jornalistas em São Paulo, nesta quarta-feira, compareceu o lado amigável. O CEO da HP respondeu com diplomacia às perguntas, e só reclamou quando alguém indagou por que a empresa tem tanta dificuldade em inovar. "É uma pergunta injusta. Nós somos inovadores. O que acontece é que muitas das inovações não são visíveis para o consumidor", diz.

Como exemplo, ele cita tecnologias de armazenamento de dados criadas nos laboratórios da HP e depois incorporadas aos produtos. Mais tarde, no mesmo encontro, ele admitiria que a HP precisa ser mais rápida em levar as inovações para o mercado.

A revolução da década

Na visão de Apotheker, a tecnologia da informação passa por sua maior revolução em 20 anos. Os agentes dessa transformação são a mobilidade e a computação em nuvem. "Toda a maneira de levar a tecnologia ao usuário está mudando", diz. Seu objetivo, afirma, é que a HP lidere a mudança. Ele argumenta que, por causa da enorme abrangência da sua linha de produtos, a empresa está bem posicionada para isso.


A realidade, porém, é que não vai ser fácil assumir a liderança. Em mobilidade, a estratégia da HP gira em torno do sistema operacional WebOS, que a HP adquiriu junto com a Palm no ano passado. Mas os smartphones com esse sistema são distribuídos em relativamente poucos países. Já o tablet TouchPad, anunciado em fevereiro, só deve começar a ser vendido, nos Estados Unidos, em junho. Por enquanto, o único tablet da empresa é o Slate, que roda Windows 7 e não desperta muito entusiasmo no mercado.

Os últimos números divulgados pela HP, alguns meses atrás, mencionavam a existência de 6 mil aplicativos para o WebOS. O Android, do Google, conta com mais de 200 mil programas; e, o iOS, da Apple, com mais de 350 mil. Confrontado com esses números, Apotheker desconversa: "Não estamos preocupados com a quantidade de aplicativos disponíveis inicialmente. O WebOS é muito atraente para os desenvolvedores porque está presente em smartphones, tablets e impressoras, e estará também nos PCs", diz.

WebOS no PC

A HP não detalha como pretende usar o WebOS no PC, mas é provável que esse sistema operacional rode sobre o Windows, numa janela, como se fosse um aplicativo. Nessa janela, o usuário poderá instalar os mesmos aplicativos que usa em seu dispositivo móvel. "Queremos levar, ao PC, a mesma experiência que o usuário terá no smartphone e no tablet", diz Apotheker. Outra possibilidade citada por ele é que o WebOS seja licenciado para fabricantes de televisores e outros aparelhos domésticos.

Somando tudo, ele calcula que a HP pode colocar o WebOS em 100 milhões de equipamentos por ano, o que elevaria rapidamente a base instalada do sistema e faria, da empresa, um competidor importante nesse mercado. "Podemos ser uma alternativa séria à Apple e ao Android. O jogo está apenas começando. A primeira empresa a produzir um computador pessoal de sucesso foi a Apple. Quando a IBM lançou o IBM PC, a Apple tinha 90% do mercado. Veja quanto é a participação dela hoje" diz Apotheker.


Mas a revolução da tecnologia da informação de que ele fala também passa pela computação em nuvem. A HP não é vista, no mercado, como um competidor importante nessa área. Sua atuação é, basicamente, a de fornecedora de servidores e equipamentos para redes. "7 em cada 10 provedores de serviços na nuvem usam infraestrutura da HP. Nossa receita com computação em nuvem é de 10 bilhões de dólares por ano e essa área contribui com bons lucros também", diz o CEO.

Hora das compras

A HP tem planos para fortalecer sua oferta de serviços de computação em nuvem, o que poderá ser feito, em parte, por meio da aquisição de outras empresas. A companhia também planeja adquirir produtoras de software e alguma empresa voltada para a segurança de dados, tida como estratégica para o sucesso na computação em nuvem.

No Brasil, a HP deve ampliar sua infraestrutura de data center. "Não podemos ser fortes no negócio de computação em nuvem aqui sem ter infraestrutura local", diz Apotheker. Seus planos incluem, ainda, expandir o centro de desenvolvimento que a empresa mantém em Porto Alegre, onde já trabalham cerca de 400 pessoas. Ele acrescenta que a companhia pode investir mais em fabricação no país, mas isso vai depender das condições oferecidas. Ou seja, por enquanto, não há nenhuma decisão concreta sobre isso.

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Apotheker trabalhou por 20 anos na SAP e foi CEO da empresa por quase dois anos antes de assumir o posto de executivo número 1 da HP, no final do ano passado. Nos corredores da empresa alemã, havia quem se referisse a ele como o urso polar – animal de aparência amigável, mas que pode ser mortal se alguém cruzar seu caminho.

Na conversa que Apotheker teve com jornalistas em São Paulo, nesta quarta-feira, compareceu o lado amigável. O CEO da HP respondeu com diplomacia às perguntas, e só reclamou quando alguém indagou por que a empresa tem tanta dificuldade em inovar. "É uma pergunta injusta. Nós somos inovadores. O que acontece é que muitas das inovações não são visíveis para o consumidor", diz.

Como exemplo, ele cita tecnologias de armazenamento de dados criadas nos laboratórios da HP e depois incorporadas aos produtos. Mais tarde, no mesmo encontro, ele admitiria que a HP precisa ser mais rápida em levar as inovações para o mercado.

A revolução da década

Na visão de Apotheker, a tecnologia da informação passa por sua maior revolução em 20 anos. Os agentes dessa transformação são a mobilidade e a computação em nuvem. "Toda a maneira de levar a tecnologia ao usuário está mudando", diz. Seu objetivo, afirma, é que a HP lidere a mudança. Ele argumenta que, por causa da enorme abrangência da sua linha de produtos, a empresa está bem posicionada para isso.


A realidade, porém, é que não vai ser fácil assumir a liderança. Em mobilidade, a estratégia da HP gira em torno do sistema operacional WebOS, que a HP adquiriu junto com a Palm no ano passado. Mas os smartphones com esse sistema são distribuídos em relativamente poucos países. Já o tablet TouchPad, anunciado em fevereiro, só deve começar a ser vendido, nos Estados Unidos, em junho. Por enquanto, o único tablet da empresa é o Slate, que roda Windows 7 e não desperta muito entusiasmo no mercado.

Os últimos números divulgados pela HP, alguns meses atrás, mencionavam a existência de 6 mil aplicativos para o WebOS. O Android, do Google, conta com mais de 200 mil programas; e, o iOS, da Apple, com mais de 350 mil. Confrontado com esses números, Apotheker desconversa: "Não estamos preocupados com a quantidade de aplicativos disponíveis inicialmente. O WebOS é muito atraente para os desenvolvedores porque está presente em smartphones, tablets e impressoras, e estará também nos PCs", diz.

WebOS no PC

A HP não detalha como pretende usar o WebOS no PC, mas é provável que esse sistema operacional rode sobre o Windows, numa janela, como se fosse um aplicativo. Nessa janela, o usuário poderá instalar os mesmos aplicativos que usa em seu dispositivo móvel. "Queremos levar, ao PC, a mesma experiência que o usuário terá no smartphone e no tablet", diz Apotheker. Outra possibilidade citada por ele é que o WebOS seja licenciado para fabricantes de televisores e outros aparelhos domésticos.

Somando tudo, ele calcula que a HP pode colocar o WebOS em 100 milhões de equipamentos por ano, o que elevaria rapidamente a base instalada do sistema e faria, da empresa, um competidor importante nesse mercado. "Podemos ser uma alternativa séria à Apple e ao Android. O jogo está apenas começando. A primeira empresa a produzir um computador pessoal de sucesso foi a Apple. Quando a IBM lançou o IBM PC, a Apple tinha 90% do mercado. Veja quanto é a participação dela hoje" diz Apotheker.


Mas a revolução da tecnologia da informação de que ele fala também passa pela computação em nuvem. A HP não é vista, no mercado, como um competidor importante nessa área. Sua atuação é, basicamente, a de fornecedora de servidores e equipamentos para redes. "7 em cada 10 provedores de serviços na nuvem usam infraestrutura da HP. Nossa receita com computação em nuvem é de 10 bilhões de dólares por ano e essa área contribui com bons lucros também", diz o CEO.

Hora das compras

A HP tem planos para fortalecer sua oferta de serviços de computação em nuvem, o que poderá ser feito, em parte, por meio da aquisição de outras empresas. A companhia também planeja adquirir produtoras de software e alguma empresa voltada para a segurança de dados, tida como estratégica para o sucesso na computação em nuvem.

No Brasil, a HP deve ampliar sua infraestrutura de data center. "Não podemos ser fortes no negócio de computação em nuvem aqui sem ter infraestrutura local", diz Apotheker. Seus planos incluem, ainda, expandir o centro de desenvolvimento que a empresa mantém em Porto Alegre, onde já trabalham cerca de 400 pessoas. Ele acrescenta que a companhia pode investir mais em fabricação no país, mas isso vai depender das condições oferecidas. Ou seja, por enquanto, não há nenhuma decisão concreta sobre isso.

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