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Laboratório da Otan avalia futura guerra cibernética

Analistas do órgão internacional fazem pesquisas secretas sobre a utilização do ciberespaço em futuros conflitos

Laboratório secreto da Otan faz testes sobre futuras guerras cibernéticas (.)

Laboratório secreto da Otan faz testes sobre futuras guerras cibernéticas (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Tallin, Estônia - Os principais especialistas em informática tentam prever a evolução dos conflitos em um mundo cada vez mais dependente da internet, em um laboratório ultrasecreto da Otan em Tallin, capital da Estônia.

Apesar de descartarem os cenários de um desastre planetário, os analistas advertem que os ciberataques estarão no centro de um conflito bélico no futuro.

Esta célula muito sofisticada, chamada na Otan de Centro de Excelência para a Cooperação em Ciberdefesa (CCDCOE, Cooperative Cyber Defence Centre of Excellence), tem sede em Tallin, capital da Estônia, país chamado agora de "E-Stonia" pelo avanço nas tecnologias de internet.

"Fomos mais longe no ciberespaço que a ficção científica imaginou", declarou Ilmar Tamm, coronel estoniano e diretor da célula.

O laboratório fica em um imóvel de 1905, onde trabalham analistas militares em comunicações desde os tempos do telégrafo e dos pombos-correios.

Os especialistas prevêem um "quinto campo de batalha" contra um adversário potencial, depois da terra, mar, ar e espaço.

"A complexidade e a multiplicidade de domínios tornam um problema difícil de resolver, mas oferecem uma zona cinza ideal para indíviduos mal-intencionados", explica o coronel Tamm.

"Muitos Estados entenderam que isto pode ser uma arma. Não podemos ignorá-lo nem ser negligentes sobre o futuro impacto", completa.

"Não sou ingênuo o suficiente para pensar que as armas convencionais vão desaparecer algum dia, mas podemos imaginar uma sinergia", comenta.


A Estônia, membro da Otan desde 2004, teve uma experiência amarga em 2007. O pequeno país báltico de 1,3 milhão de habitantes, um dos mais informatizados do mundo, foi objeto de ciberataques em massa, o que paralisou por vários dias os sites do governo e das empresas.

"Evidentemente era o começo de uma nova era", afirmou à AFP o ministro estoniano da Defesa, Jaak Aaviksoo.

"Os ataques tinham todas as características de um crime virtual que, no fim, ameaçou a segurança nacional. Era uma mudança qualitativa que provocou um choque em muitos".

Os ataques aconteceram depois da retirada de Tallin de um monumento controverso em homenagem ao Exército Vermelho, construído após a Segunda Guerra Mundial.

Moscou, com quem a Estônia, desde que voltou à independência em 1991, tem relações tensas, não escondeu o mal-estar.

Tallin afirmou que os ciberataques vieram de computadores oficiais russos, o que Moscou negou de maneira veemente.

Um exemplo mais recente, destacou Aaviksoo, foi o ataque ataque de hackers contra portais georgianos, em 2008, no momento do conflito armado entre Geórgia e Rússia.

"A cibersegurança, a ciberdefesa e o ciberataque existem, é um fato", constatou o ministro estoniano.

Recentemente, investigadores canadenses afirmaram que uma rede virtual com sede na China roubou segredos militares indianos, invadiram endereços do Dalai Lama e atacaram computarores ao redor do mundo.

Uma equipe da Universidade de Toronto seguiu os ataques, procedentes segundo os investigadores de computadores de Chengdu, na China, mas não conseguiu identificar os culpados.

Pequim rejeitou a acusação. Chengdu abriga unidades de comunicações de inteligência militar chinesas.

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