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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h44.
A reestruturação da Eastman Kodak, que pretende fortalecer a atuação no segmento de fotografia digital e reduzir os investimentos nos processos tradicionais, chegou ao Brasil. A companhia anunciou, nesta quarta-feira (25/5), que fechará a fábrica de São José dos Campos, no interior paulista, até outubro. A unidade é especializada em sensibilização de papéis fotográficos para filmes convencionais e emprega 520 funcionários (se você é assinante, leia também reportagem de EXAME sobre o reposicionamento da Kodak no Brasil).
Em janeiro do ano passado, a Kodak havia anunciado que pretendia reduzir em um terço o número total de empregados até 2007 em todo o mundo. O corte será de 12 000 a 15 000 funcionários. Ainda em 2004, a empresa tomou as primeiras providências concretas, como o encerramento das atividades nas fábricas de Harrow e Annesley, no Reino Unido, e em Chalon, na França o que significou 870 postos a menos.
No Brasil, dos 520 funcionários locados na unidade de São José dos Campos, 250 serão demitidos. Os outros 270 pertencem à área administrativa e continuarão na empresa. Para desativar a unidade, a Kodak gastará 48 milhões de dólares, sendo 28 milhões referentes à depreciação acelerada de equipamentos e instalações, 11 milhões em encargos trabalhistas e 9 milhões para outras despesas.
Pequena escala
Segundo Herson Manfrinato, diretor de Comunicação e Assuntos Corporativos da Kodak do Brasil, a manutenção da planta de São José dos Campos não seria possível, já que a escala de produção é pequena, quando comparada com unidades da empresa em outros países. "O objetivo da companhia é manter as unidades com o máximo nível de atividade possível", diz. Assim, a companhia optou por desativar a planta brasileira para elevar a produção em unidades maiores, que contavam com capacidade ociosa.
A planta de São José dos Campos chegou a ser considerada a maior instalação da Kodak na América Latina, nos anos 80, quando empregou cerca de 3 000 funcionários. Desde então, o remanejamento de operações entre as unidades e a abertura da fábrica de Manaus, em 1997, reduziram o peso da planta paulista para o grupo. Em março, a Kodak já havia anunciado que desativaria a produção de filmes para Raio-X e de produtos fotoquímicos na mesma unidade.
Reposicionamento
De acordo com Manfrinato, a desativação da planta não enfraquecerá a atuação da Kodak no Brasil, que continuará operando com cerca de 700 funcionários, distribuídos entre a planta de Manaus e os escritórios regionais. O executivo destaca o grande potencial de crescimento do mercado interno, onde apenas 35% dos domicílios possuem uma máquina fotográfica seja digital ou convencional. "Estamos atuando nos dois segmentos com muita força", afirma.
Para provar a vitalidade dos negócios, Manfrinato lembra que, no final de 2004, a companhia lançou uma campanha para estimular o brasileiro a fotografar. O resultado foi que, no final do ano, as vendas de máquinas tradicionais cresceram 60% sobre o mesmo período de 2003. "Há um potencial enorme de negócios no país", diz.