Google vai apagar os dados coletados na aba anônima — agora de verdade
Não foi por vontade própria, mas o Google, em acordo judicial, concordou em destruir os dados de navegação gerados no modo incógnito
Redação Exame
Publicado em 2 de abril de 2024 às 11h11.
Última atualização em 2 de abril de 2024 às 11h12.
Sinalizando uma virada significativa nas práticas de privacidade digital, o Google se comprometeu a eliminar ou anonimizar bilhões de registros de dados de navegação coletados enquanto os usuários utilizavam o modo “Incógnito”. A decisão surge de um acordo proposto em uma ação coletiva na justiça dos EUA.
O acordo, pendente de aprovação por um juiz federal na Califórnia, veio do caso Brown vs. Google, e exige que a empresa amplie a divulgação sobre como os dados são coletados em modo anônimo, além de impor limites à coleta futura de dados.
Se confirmado, o acordo abrangerá 136 milhões de usuários do Google, atendendo às reivindicações de violação de privacidade propostas em uma ação judicial de 2020 por titulares de contas do Google.
O valor proposto para o acordo alcança a cifra de US$ 5 bilhões, baseado no valor dos dados que o Google terá de destruir ou deixar de coletar. A empresa terá até dezembro de 2023 para tratar os dados coletados no modo de navegação privada, devendo eliminar completamente ou desidentificar quaisquer registros não apagados.
Os demandantes no processo destacaram o acordo como um passo importante na responsabilização e transparência do maior coletor de dados do mundo, ressaltando a defesa do direito à privacidade na internet.
Este acordo também prevê mudanças na forma como o Google informa os limites dos seus serviços de navegação privada, incluindo a permissão para que usuários bloqueiem cookies de terceiros por padrão no modo anônimo durante cinco anos, evitando o rastreamento por websites externos.