Tecnologia

Google, Facebook e Twitter vão ao Congresso dos EUA debater "fake news"

Executivos das empresas de tecnologia participam de audiência nesta quinta e devem falar sobre o combate à desinformação

Fake news: a audiência no Congresso reunirá executivos do Facebook, o Google o Twitter (Erin Scott/Reuters)

Fake news: a audiência no Congresso reunirá executivos do Facebook, o Google o Twitter (Erin Scott/Reuters)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 18 de junho de 2020 às 06h36.

Última atualização em 18 de junho de 2020 às 18h29.

O debate sobre a responsabilidade das redes sociais e das empresas de tecnologia pela disseminação de notícias falsas terá um novo capítulo nesta quinta-feira, 18. Representantes do Facebook, do Google e do Twitter participam hoje de uma audiência virtual do Congresso dos Estados Unidos, onde devem responder aos deputados americanos o que tem sido feito para evitar interferência estrangeira nas eleições e impedir a disseminação de conteúdo enganoso em suas plataformas.

O tema ganhou força nas últimas semanas depois de o Twitter ter tomado a atitude de marcar uma mensagem do presidente Donald Trump como imprópria por incentivar a violência. O tuíte de Trump insinuava que a polícia deveria atirar contra os manifestantes que tomaram as ruas do país após o assassinato de George Floyd por um policial em Minneapolis. O Facebook, por outro lado, decidiu manter a publicação, sem tomar nenhuma medida, o que gerou uma revolta entre os funcionários da empresa.

Como mostra uma reportagem publicada na edição impressa da EXAME nesta semana, o crescimento das fake news e dos conteúdos que incitam a violência tem pressionado as redes sociais a reverem o seu papel. Em vez de atuarem como meras plataformas de publicação, sem responsabilidade pelo que é publicado pelos usuários, as empresas têm sido cobradas para que tomem medidas para evitar a disseminação de conteúdo impróprio.

Ontem, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou uma proposta para alterar uma lei de 1996 que dá imunidade às plataformas online sobre o que é publicado. O objetivo é fazer com que as empresas sejam incentivadas a adotar um controle maior contra conteúdo abusivo em suas plataformas. É a mesma lei que Trump já havia tentado influenciar, por decreto, após suas desavenças com o Twitter neste mês.

A audiência desta quinta-feira no Congresso reunirá executivos que representam o Facebook, o Google o Twitter nas áreas de segurança e de políticas públicas. Eles devem responder perguntas sobre o que tem sido feito para evitar a interferência estrangeira nas eleições americanas, e também sobre as campanhas de desinformação que têm sido registradas nos últimos meses em relação à pandemia do novo coronavírus e aos protestos antirracistas no país.

A audiência foi convocada pelos deputados da Comissão de Inteligência da Câmara e terá transmissão ao vivo pela internet a partir das 13 horas no horário de Brasília.

Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, anunciou ontem em um artigo publicado na imprensa americana que a rede social vai permitir que os usuários dos Estados Unidos possam escolher se querem ver ou não anúncios políticos relacionados a campanhas eleitorais na plataforma.

A veiculação desse tipo de anúncio é criticada por especialistas porque eles podem ser usados para espalhar notícias falsas. O Facebook já informou em outra ocasião que não realiza a checagem de informações do conteúdo desse tipo de publicação.

A audiência no Congresso nesta quinta-feira deve dar mais algumas respostas sobre o que as redes sociais pretendem fazer para evitar o abuso em suas plataformas.

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