Tecnologia

Google aposta em assinaturas para impulsionar crescimento e competir com Apple

Nova estratégia de assinaturas da gigante de tecnologia pode diversificar receitas e reduzir dependência de publicidade

Google aposta na diversificação de receitas para continuar lucrando e competir com a Apple. (Google/Divulgação)

Google aposta na diversificação de receitas para continuar lucrando e competir com a Apple. (Google/Divulgação)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 6 de setembro de 2024 às 10h58.

O Google está adotando uma estratégia de diversificação de receitas com foco em assinaturas, buscando um crescimento mais estável e previsível, além de reduzir sua dependência do volátil mercado de publicidade. A empresa anunciou recentemente o relançamento do chatbot Gemini AI, agora com a capacidade de gerar imagens e personalizar assistentes virtuais. Para acessar esses novos recursos, porém, os usuários precisarão pagar uma assinatura mensal de US$ 19,99 (cerca de R$ 111,26), marcando um passo importante na mudança de foco da empresa para modelos de negócios baseados em assinaturas. As informações são da Business Insider.

Embora o principal negócio do Google ainda seja a publicidade em seu mecanismo de busca, as assinaturas vêm ganhando importância como uma parte estratégica do crescimento da empresa. Em janeiro, Sundar Pichai, CEO da Alphabet, anunciou que as assinaturas já geram US$ 15 bilhões anuais (cerca de R$ 83,55 bilhões), cinco vezes mais do que em 2019. Grande parte dessa receita vem das assinaturas do YouTube, como YouTube Music, YouTube TV e YouTube Premium, além dos serviços de armazenamento em nuvem do Google One.

O crescimento das assinaturas é significativo porque sinaliza a intenção do Google de buscar novas fontes de receita que não estejam tão expostas às oscilações do mercado de publicidade digital. A publicidade, embora ainda seja a maior geradora de receitas, é um mercado volátil, que pode ser afetado por mudanças nas regulamentações, como as recentes investigações antitruste e leis de privacidade que impactam empresas de tecnologia.

Além disso, a concorrência com empresas como a Apple, que já estabeleceu uma forte base de assinantes para seus serviços, como Apple TV+, Apple Music e iCloud, é outro fator motivador para o Google expandir suas ofertas de assinaturas. A Apple alcançou mais de 1 bilhão de assinantes em seus serviços pagos, e em 2023, 22% das vendas líquidas da empresa vieram desse segmento. A Google vê nesse modelo uma oportunidade de crescimento semelhante.

Aposta em inteligência artificial

O Google também está aproveitando o crescente interesse por inteligência artificial para fortalecer seu portfólio de assinaturas. O lançamento do Gemini Advanced, parte do Google One, oferece funcionalidades avançadas de IA, como a geração de imagens, que atrai usuários que buscam ferramentas tecnológicas mais sofisticadas. O Google One, que já é popular por oferecer armazenamento em nuvem adicional para fotos, documentos e e-mails, agora também inclui o acesso ao Gemini, posicionando-se como uma oferta mais atraente e robusta.

O foco da empresa em inteligência artificial como parte de suas ofertas pagas não é um movimento isolado. O mercado de IA está em plena expansão, e o Google, ao integrar esses serviços em suas assinaturas, pretende não só aumentar sua base de usuários, mas também educar o público sobre o valor dessas novas tecnologias. Esse movimento visa garantir que a empresa continue competitiva em um cenário tecnológico em rápida evolução, onde a IA é vista como a próxima grande revolução.

Diversificação de receitas

A estratégia da Google de expandir sua base de assinantes reflete a necessidade de diversificar suas receitas e tornar seu fluxo de caixa mais estável. Com a publicidade representando uma grande parte de sua receita, a empresa enfrenta os desafios de um mercado volátil que pode ser afetado por crises econômicas, mudanças em algoritmos de plataformas ou regulamentações mais rígidas. Ao investir em assinaturas, o Google tenta criar um fluxo de receita mais previsível e menos suscetível a essas oscilações.

Além das assinaturas do YouTube e do Google One, a Google também está explorando outros segmentos, como o Google Workspace, que oferece ferramentas de colaboração para empresas e inclui funções de IA para aumentar a produtividade. Esses serviços empresariais são uma área em crescimento e representam uma oportunidade para o Google expandir sua presença no mercado corporativo, ao mesmo tempo que diversifica suas fontes de renda.

Para investidores, essa diversificação é vista como uma estratégia promissora. As assinaturas oferecem uma receita recorrente, o que pode ajudar a mitigar a volatilidade associada ao mercado de publicidade digital. Analistas de mercado acreditam que o Google está no caminho certo ao apostar em um modelo de negócios que proporciona uma base de assinantes crescente e um fluxo de receita mais estável a longo prazo.

Futuro das assinaturas na Google

O sucesso da estratégia de assinaturas do Google dependerá de sua capacidade de atrair e reter assinantes em um mercado cada vez mais competitivo. Empresas como a Apple já demonstraram que é possível construir um negócio altamente lucrativo com assinaturas, e o Google espera replicar esse modelo ao alavancar seus serviços existentes e novas tecnologias, como a inteligência artificial.

No entanto, a empresa também enfrentará desafios. Convencer usuários que estão acostumados a serviços gratuitos a pagar por funcionalidades adicionais pode ser uma tarefa difícil. Além disso, o sucesso de uma estratégia de assinaturas depende de manter os assinantes engajados e satisfeitos com os serviços oferecidos, algo que o Google precisará garantir para consolidar sua posição nesse mercado.

Acompanhe tudo sobre:GoogleYouTubeInteligência artificialApple

Mais de Tecnologia

Oura lança nova versão do anel inteligente com design atualizado e novos sensores

China tem 966 milhões de usuários de telefonia móvel 5G

Como diminuir as barreiras para aplicações de computação quântica no setor de energia?

Disputa entre Gradiente e Apple tem definição no TRF