Fabricante de "Assassin’s Creed" luta por autonomia na vida real
Valorização de suas ações é uma proteção contra a aquisição de parcela majoritária das ações da Ubisoft por parte do conglomerado Vivendi
Victor Caputo
Publicado em 28 de dezembro de 2017 às 14h02.
Parece que o período de fim de ano será um divisor de águas na luta da Ubisoft Entertainment para continuar independente da Vivendi.
A última versão da franquia mais vendida da empresa de jogos francesa, Assassin’s Creed Origins, está conquistando elogios da crítica e registrando vendas fortes no Natal, o que poderia impulsionar ainda mais as ações, que já quase dobraram neste ano graças a um excelente começo desde o lançamento do jogo, em outubro.
A valorização da ação é um obstáculo para qualquer tentativa da Vivendi, a principal acionista da Ubisoft, de levar adiante uma oferta hostil pelos 73 por cento da empresa que não lhe pertencem. As ações da Ubisoft valem quatro vezes mais do que quando o conglomerado de mídia administrado pelo presidente do conselho, Vincent Bolloré, começou a adquirir a ação, em 2015.
“Considerando a atual tendência, Assassin’s Creed permanecerá entre os três títulos mais vendidos durante o período de Natal”, disse Olivier Garcia, diretor de desenvolvimento comercial da Fnac, rede varejista de eletrônicos da França. As vendas continuaram “muito fortes” e colocaram o jogo em terceiro lugar, atrás da simulação de futebol Fifa 2018 e do jogo de tiro em primeira pessoa Call of Duty: WWII, disse ele.
No Reino Unido, o jogo ficou em quinto lugar na categoria software de entretenimento da semana encerrada em 16 de dezembro, de acordo com dados da GFK Chart-Track.
As vendas fortes foram impulsionadas pelos comentários elogiosos dos usuários. Em média, o jogo recebeu 85 por cento de rating positivo desde seu lançamento, com base em mais de 17.000 comentários na plataforma de jogos on-line para PC Steam.
Assassin’s Creed faz parte de um grupo de franquias de elite que vendeu mais de 100 milhões de cópias cada um, junto com Grand Theft Auto, Fifa e Super Mario Bros. Vendido a cerca de US$ 50 nas lojas, o mais novo jogo da famosa franquia de ação e aventura leva o jogador ao antigo Egito para explorar as pirâmides e descobrir túmulos de múmias e faraós. Um modo de fotografia permite que o jogador tire fotos que podem ser compartilhadas nas redes sociais.
A Ubisoft só divulgará os dados de vendas em fevereiro, mas insinuou que o tempo extra dedicado ao design antes de lançar o jogo valeu a pena. Pouco depois do lançamento de 27 de outubro, o CEO Yves Guillemot disse que as vendas do jogo registravam duas vezes o ritmo das vendas da versão anterior, e o diretor financeiro Alain Martinez disse em 7 de dezembro que o jogo havia continuado em sua trajetória positiva.
Fabricantes de jogos, incluindo a Ubisoft, normalmente dependem do lançamento de um ou dois jogos por ano, e a Ubisoft está explorando ao máximo Assassin’s Creed Origins. As vendas robustas do jogo, incluindo as versões digitais jogadas em computador e a receita maior obtida por jogos mais antigos do catálogo da Ubisoft, permitiram à empresa anunciar no início deste mês que vai adiar alguns títulos futuros, sem alterar sua perspectiva de lucro.
No primeiro semestre do ano fiscal de 2018, as vendas de versões anteriores do catálogo da Ubisoft cresceram 48 por cento e a receita digital da empresa aumentou 69 por cento.