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EUA exigem que equipamentos de rede possam ser monitorados

Nenhuma operadora brasileira coloca limitações à contratação de equipamentos que atendam às regras do Communications Assistance for Law Enforcement Act (CALEA)

Americanos não precisam de acordo com as teles brasileiras para acessar os dados que trafegam nas redes do país (rendo79 / SXC)
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Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2013 às 14h07.

Tudo indica que a investigação da Anatel sobre a eventual colaboração das operadoras brasileiras na espionagem dos EUA vai concluir que não houve qualquer tipo de acordo das teles para fornecer os dados para a NSA , a agência de segurannça norte-americana. E o motivo é simples: os americanos não precisam de acordo com as teles brasileiras para acessar os dados que trafegam nas nossas redes.

Isso porque, para ser vendido no mercado americano, todo e qualquer equipamento capaz de trafegar dados deve seguir as regras da Communications Assistance for Law Enforcement Act (CALEA), segundo a qual os equipamentos devem ter uma funcionalidade que permite ao governo norte-americano interceptar os dados que trafegam por ele. Engenheiros das empresas de telecomunicações ouvidos por este noticiário confirmam: nenhuma operadora brasileira coloca limitações à contratação de equipamentos que atendam às regras do CALEA, e nem têm nenhuma forma de controlar se os equipamentos estão sendo monitorados remotamente.

A CALEA foi aprovada em 1994 no governo do presidente Bill Clinton, e visava aumentar a capacidade das agências de inteligência de conduzir vigilância eletrônica exigindo dos fabricantes de equipamentos facilidades de vigilância que permitam ao governo monitorar todo o tráfego telefônico, Internet banda larga e VoIP em tempo real.

A lei americana exige que possam ser coletados os metadados das comunicações, ou seja o dia, a hora, remetente e destinatário das comunicações e endereço IP, quando não for uma chamada telefônica. Um diretor de tecnologia de uma operadora, acrescenta, entretanto, que é possível descobrir o conteúdo do que se trafega nas redes, se o monitoramento estiver sendo feito naquele momento.

Outro ponto que pode ser uma porta aberta para a espionagem dos EUA, segundo apurou este noticiário, é o fato de que boa parte da comunicação da Internet brasileira desaguar em servidores instalados nos EUA. Se o ministro Paulo Bernardo erra o alvo ao mandar a Anatel investigar as teles, talvez ele acerte quando suspeita das conexões com os servidores estadunidenses. Em declaração à imprensa nesta segunda, 8, Bernardo levantou a hipótese de que o monitoramento possa ter ocorrido por meio dos cabos submarinos e reconheceu que o acordo com as teles daqui seria "mais complicado", já que a Constituição garante sigilo da comunicação.

Outra informação relevante apurada por este noticiário junto a fontes de operadoras é que hoje um volume muito pequeno do tráfego de dados é criptografado. "Em geral, as operadoras só criptografam alguns canais corporativos quando isso é solicitado pelo cliente", diz um diretor de engenharia. Isso porque a criptografia consumiria recursos e tornaria o processamento dos dados mais lento, e não existe razão prática para fazer isso. Segundo esse engenheiro, isso seria mais um fator "facilitador" para que o governo norte-americano, por meio do acesso privilegiado que tem aos equipamentos "CALEA compliance".

Dados vs. Metadados

Segundo a análise dos especialistas ouvidos por este noticiário, é improvável que todas as comunicações sejam monitoradas em relação ao conteúdo. "Isso exigiria derivar o tráfego todo para algum servidor para serem posteriormente analisados, o que comprometeria o desempenho do sistema e certamente nós ficaríamos sabendo", diz um técnico. O que é mais provável que aconteça, diz essa fonte, é a análise dos metadados, ou seja, os logs de acesso. "Isso pode ser obtido com mais facilidade", diz. Mas esse analista reconhece que todas as operadoras têm equipamentos que permitem o chamado "deep package inspection", justamente para acompanhamento do desempenho da rede e análise do perfil de tráfego. Esse tipo de equipamento permite, com mais facilidade, uma visão melhor sobre o conteúdo do que é trafegado.

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Tudo indica que a investigação da Anatel sobre a eventual colaboração das operadoras brasileiras na espionagem dos EUA vai concluir que não houve qualquer tipo de acordo das teles para fornecer os dados para a NSA , a agência de segurannça norte-americana. E o motivo é simples: os americanos não precisam de acordo com as teles brasileiras para acessar os dados que trafegam nas nossas redes.

Isso porque, para ser vendido no mercado americano, todo e qualquer equipamento capaz de trafegar dados deve seguir as regras da Communications Assistance for Law Enforcement Act (CALEA), segundo a qual os equipamentos devem ter uma funcionalidade que permite ao governo norte-americano interceptar os dados que trafegam por ele. Engenheiros das empresas de telecomunicações ouvidos por este noticiário confirmam: nenhuma operadora brasileira coloca limitações à contratação de equipamentos que atendam às regras do CALEA, e nem têm nenhuma forma de controlar se os equipamentos estão sendo monitorados remotamente.

A CALEA foi aprovada em 1994 no governo do presidente Bill Clinton, e visava aumentar a capacidade das agências de inteligência de conduzir vigilância eletrônica exigindo dos fabricantes de equipamentos facilidades de vigilância que permitam ao governo monitorar todo o tráfego telefônico, Internet banda larga e VoIP em tempo real.

A lei americana exige que possam ser coletados os metadados das comunicações, ou seja o dia, a hora, remetente e destinatário das comunicações e endereço IP, quando não for uma chamada telefônica. Um diretor de tecnologia de uma operadora, acrescenta, entretanto, que é possível descobrir o conteúdo do que se trafega nas redes, se o monitoramento estiver sendo feito naquele momento.

Outro ponto que pode ser uma porta aberta para a espionagem dos EUA, segundo apurou este noticiário, é o fato de que boa parte da comunicação da Internet brasileira desaguar em servidores instalados nos EUA. Se o ministro Paulo Bernardo erra o alvo ao mandar a Anatel investigar as teles, talvez ele acerte quando suspeita das conexões com os servidores estadunidenses. Em declaração à imprensa nesta segunda, 8, Bernardo levantou a hipótese de que o monitoramento possa ter ocorrido por meio dos cabos submarinos e reconheceu que o acordo com as teles daqui seria "mais complicado", já que a Constituição garante sigilo da comunicação.

Outra informação relevante apurada por este noticiário junto a fontes de operadoras é que hoje um volume muito pequeno do tráfego de dados é criptografado. "Em geral, as operadoras só criptografam alguns canais corporativos quando isso é solicitado pelo cliente", diz um diretor de engenharia. Isso porque a criptografia consumiria recursos e tornaria o processamento dos dados mais lento, e não existe razão prática para fazer isso. Segundo esse engenheiro, isso seria mais um fator "facilitador" para que o governo norte-americano, por meio do acesso privilegiado que tem aos equipamentos "CALEA compliance".

Dados vs. Metadados

Segundo a análise dos especialistas ouvidos por este noticiário, é improvável que todas as comunicações sejam monitoradas em relação ao conteúdo. "Isso exigiria derivar o tráfego todo para algum servidor para serem posteriormente analisados, o que comprometeria o desempenho do sistema e certamente nós ficaríamos sabendo", diz um técnico. O que é mais provável que aconteça, diz essa fonte, é a análise dos metadados, ou seja, os logs de acesso. "Isso pode ser obtido com mais facilidade", diz. Mas esse analista reconhece que todas as operadoras têm equipamentos que permitem o chamado "deep package inspection", justamente para acompanhamento do desempenho da rede e análise do perfil de tráfego. Esse tipo de equipamento permite, com mais facilidade, uma visão melhor sobre o conteúdo do que é trafegado.

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