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Estudo defende combinação de terapias-alvo e imunologia contra câncer

O estudo indica que a imunoterapia oferece respostas mais duradouras que as terapias-alvo, mais efetivas

cancer (Ge Healthcare/flickr)

cancer (Ge Healthcare/flickr)

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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2015 às 08h45.

As terapias-alvo e a imunologia podem ter um efeito maior na saúde dos pacientes de câncer se forem adotadas de forma combinada, concluiu um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista científica Cell.

"Não parece exagerado dizer que aumentar o financiamento para os tratamentos combinados será chave para o desenvolvimento de tratamentos que sejam efetivos para mais pacientes e para mais tipos de câncer", afirmou o estudo, realizado pelos pesquisadores James Allison e Padmanee Sharma, do centro Anderson Câncer Center, da Universidade do Texas (EUA).

O estudo indica que a imunoterapia oferece respostas mais duradouras que as terapias-alvo, mas só é efetiva em 20% dos pacientes, por isso os pesquisadores recomendam combinar ambos os tratamentos para se conseguir melhores resultados.

As terapias-alvo contra o câncer utilizam fármacos ou outras substâncias que interferem em moléculas específicas, que participam do crescimento e sobrevivência das células.

Os medicamentos tradicionais de quimioterapia, ao contrário, atuam contra todas as células que se dividem.

Já a imunoterapia é um conjunto de estratégias destinadas a ativar os sistemas de defesa dos pacientes contra tumores.

"É preciso determinar se as terapias-alvo podem afetar a resposta do paciente à imunoterapia ou se a combinação dos dois tratamentos pode desacelerar o crescimento do tumor de maneira mais efetiva do que ser for aplicado só um dos tratamentos", propõe o estudo.

"O importante é que são estas duas vias que realmente podem ajudar os pacientes", disse Allison, cujo laboratório contribuiu para demonstrar o potencial da imunoterapia contra o câncer.

Segundo os pesquisadores, os fármacos que combatem as mutações específicas que causam o câncer representaram um passo importante para deixar para trás a visão do "um que serve para todos" da quimioterapia e radioterapia, que têm grandes efeitos colaterais.

"Nestes anos, aprendemos que não há dois cânceres iguais e que, inclusive, as células cancerígenas do mesmo tumor possuem mutações adicionais, que, por exemplo, poderiam causar resistência aos fármacos", afirmaram os autores do estudo.

"Portanto, em uma terapia-alvo, uma só célula cancerígena mutante pode dissipar os efeitos do fármaco e fazer com que o câncer do paciente reapareça", de acordo com o estudo.

Mais recentemente, os pesquisadores usaram combinações de fármacos para evitar a resistência, embora não esteja claro que isso seja suficiente.

Graças à imunoterapia foi possível prolongar a vida dos pacientes até dez anos após o tratamento, com efeitos secundários mas não tão severos como os da quimioterapia ou radioterapia.

"O que me dá esperança é que temos estes sobreviventes de longo prazo. Estive tratando pacientes com metástases durante muito tempo e é raro que vivam dez anos. Os fármacos foram efetivos, além disso, em tumores muito graves e avançados", explicou Sharma.

"Mas apesar destes resultados, a imunoterapia só foi efetiva em um quinto dos casos de câncer, daí a necessidade de combiná-lo com outros tratamentos, como as terapias-alvo", afirmou.

Os pesquisadores pedem, portanto, um aumento do financiamento para combinar estes dois tratamentos contra o câncer.

"Um dos maiores desafios para avançar na investigação do câncer é o financiamento", explicou Sherry Lansing, fundadora do programa "Stand up to cancer", que arrecadou mais de 370 milhões de dólares em doações para apoiar programas internacionais de pesquisa, inclusive o publicado hoje

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