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Espero que o Facebook não destrua a sociedade, diz Zuckerberg

Para Zuckerberg, noção de que Facebook é de direita é errada, apesar de conteúdos do grupo político estarem entre os assuntos mais populares na rede social

Mark Zuckerberg: presidente do Facebook tem um papel essencial nas eleições presidenciais de 2020 (Drew Angerer/Getty Images)

Tamires Vitorio

Publicado em 11 de setembro de 2020 às 11h15.

Última atualização em 11 de setembro de 2020 às 11h17.

Mark Zuckerberg , presidente e cofundador do Facebook , em meio a boicotes, discussões sobre favorecimento de políticos e neutralização de concorrentes, afirmou que "espera" que a sua rede social destrua a sociedade.

Em uma entrevista realizada por vídeo com a emissora HBO, Zuckerberg também afirmou que "tem confiança na democracia" e que não acredita que o Facebook está acelerando a destruição social, como muitos críticos têm dito nos últimos meses. "Espero que minha confiança não esteja errada", completou.

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Para Zuckerberg a noção de que o Facebook é de direita é errada, apesar dos conteúdos desse grupo político estarem entre os assuntos mais populares na rede social. "Apesar de essas postagens terem maior engajamento, elas não representam a maioria do que as pessoas veem ou leem na plataforma", disse.

A preocupação de muitas pessoas nos Estados Unidos está relacionada com os problemas que foram enfrentados na última eleição presidencial do país, em 2016, quando o presidente republicano Donald Trump foi eleito. À época, o Facebook não tinha nenhuma regra sobre conteúdos falsos publicados tanto pelos Democratas quanto pelos Republicanos e seus apoiadores.

Muitos acreditam, inclusive, que Zuckerberg teve um papel crucial na eleição de Trump ao permitir que certas propagandas falsas fossem veiculadas em sua rede social. Em 2016, no ápice das discussões sobre a participação do Facebook em influenciar a opinião das pessoas, Zuckerberg disse "os eleitores fazem suas decisões com base em suas vivências e a ideia de que notícias falsas no Facebook influenciaram a eleição é maluca".

Mas o discurso de Zuck suavizou e mudou nos últimos anos. Desde então o aplicativo tem tentado adotar medidas de segurança mais robustas para evitar esse tipo de conteúdo perto de eleições ou até mesmo contra a desinformação em meio à pandemia do novo coronavírus .

A iniciativa mais recente anunciada pela rede social é a proibição de anúncios políticos na semana das eleições americanas, que começam em 3 de novembro. O objetivo, segundo Zuckerberg, é reduzir os possíveis conteúdos de desinformação antes do pleito. O presidente Donald Trump disputa a reeleição contra o democrata Joe Biden, e a eleição terá ainda votação para o Senado e governos de alguns estados.

Em maio, no entanto, Zuckerberg voltou a estar sob os holofotes de forma negativa, quando o presidente americano, Donald Trump, publicou em seu perfil no Twitter duas mensagens. Em uma delas, dizia que as caixas de correio seriam roubadas e as cédulas de votação, usadas na eleição presidencial, seriam fraudadas. Em outra, Trump atacou Gavin Newsom, governador da Califórnia, dizendo que o político estaria enviando cédulas a milhões de pessoas.

Os tuites foram marcados como duvidosos, e pela primeira vez a publicação de um presidente americano recebeu um selo de alerta. A iniciativa gerou discórdia entre os gigantes do mercado de tecnologia. De um lado, Jack Dorsey, do Twitter, adotou uma postura mais ativa na mediação do que é publicado. De outro, ­Zuckerberg discordou da atitude do concorrente e afirmou que o Facebook não deveria se posicionar como um “árbitro da verdade” do que é dito e compartilhado pelas pessoas.

A situação para o Facebook se agravou durante o movimento #BlackLivesMatter, após o assassinato de um homem negro, George Floyd, pela polícia americana quando o Facebook foi acusado de não combater o ódio e as notícias falsas de forma eficaz. "Às vezes existe uma linha tênue entre um nível alto de energia em torno de um assunto importante e algo que pode se tornar prejudicial", disse.

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