Rafael Correa (AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h27.
Quito - O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou nesta segunda-feira que seu governo irá se defender da "campanha de desmoralização" com a qual a petroleira americana Chevron tenta, segundo ele, desconsiderar uma sentença milionária por danos ambientais.
"A Chevron gasta centenas de milhões de dólares em campanha de desmoralização contra o Equador. Quer demonstrar que as 'big oil' (nr: as grandes empresas de petróleo) não podem ser julgadas", afirmou o presidente em sua conta no microblog Twitter.
Correa, que no fim de semana tinha acusado a multinacional americana de estar por trás de uma "campanha criminosa" contra o governo e a justiça do Equador, acrescentou que dará uma resposta à empresa, sem dar maiores detalhes.
"Saberemos defender o país. Será a luta de Davi contra Golias, mas temos a melhor arma: a verdade", disse Correa. Em uma decisão de segunda instância da Justiça equatoriana, a petroleira americana foi condenada em 2012 a pagar US$ 19 bilhões no âmbito de um polêmico julgamento por contaminação na Amazônia.
O caso está nas mãos da mais alta corte equatoriana, embora a empresa desconheça as sentenças prévias por considerá-las "fraudulentas" e tente nos tribunais internacionais fazer que o Estado equatoriano assuma a indenização por danos ambientais.
A Chevron, que nunca operou diretamente no Equador, assumiu o pleito ao tomar o controle da Texaco, em 2001. Essa empresa operou no país entre 1964 e 1990, e após sua saída, comunidades indígenas iniciaram um processo que já completa quase 20 anos por contaminação na selva amazônica.
Os demandantes iniciaram ações em Brasil, Argentina e Canadá, com o objetivo de tornar a sentença efetiva. Em junho, no entanto, a Suprema Corte da Argentina tornou o embargo sem efeito. Segundo Correa, a Chevron investiu US$ 400 milhões e contratou 900 advogados para tentar desconsiderar a sentença da justiça equatoriana, aludindo, entre outras razões, a que o governo interveio indevidamente no processo.
Procurada pela AFP para comentar o caso, a empresa americana não respondeu.