Exame Logo

Empresas de antivírus são charlatãs, diz executivo do Google

O executivo Chris DiBona, do Google, afirma que as empresas que vendem antivírus para smartphones enganam o usuário

O Android é alvo principal dos criminosos que desenvolvem programas malignos para smartphones (Divulgação)

Maurício Grego

Publicado em 21 de novembro de 2011 às 16h31.

São Paulo — Já virou rotina a divulgação de estudos que mostram que o Android , do Google, é o mais inseguro dos sistemas operacionais móveis. Esses relatórios são, em geral, produzidos por empresas de segurança que oferecem seus antivírus como solução para o problema. Chris DiBona gerente de programas de código aberto do Google , resolveu reagir com um artigo irado no Google+, em que ele acusa essas empresas de charlatanice.

“Essas empresas de antivírus jogam com os temores do usuário tentando vender software de proteção para Android, BlackBerry e iOS”, escreveu DiBona. “Eles são charlatões. Se você trabalha para uma empresa que vende antivírus para Android, BlackBerry ou iOS você deveria ter vergonha de si mesmo.”

Em várias ocasiões, programas nocivos foram descobertos no Android Market, e o Google teve de bani-los. Isso não costuma acontecer na App Store, da Apple, por causa do rigoroso controle que a empresa da maçã mantém sobre os aplicativos. O problema também não tem afetado as lojas de aplicativos do BlackBerry e do Windows Phone.

Vírus inofensivos?

DiBona não nega que os programas malignos existem. Mas alega que eles não oferecem risco significativo. Segundo ele, a maneira como os sistemas operacionais móveis trabalham limita a ação desses programas. “Nenhum dos principais smartphones tem problemas com vírus no sentido tradicional, como vemos no Windows e em alguns Mac”, diz.

Ele diz que é teoricamente possível a criação de vírus tradicionais para smartphones, mas é improvável que isso aconteça. O programa maligno encontraria muitas barreiras à sua propagação, o que o tornaria ineficaz. DiBona não cita os nomes das empresas que ele chama de charlatãs. Mas a lista de produtoras de antivírus para smartphones inclui companhias como Symantec, Kaspersky e F-Secure.


Algumas dessas empresas responderam ao ataque de DiBona. Mikko Hypponen, diretor de pesquisas da finlandesa F-Secure, escreveu no Twitter: “@cdibona não percebe que essas ferramentas são mais que antivírus. Elas têm proteção contra furto, bloqueio remoto, backup, controle parental.”

Mas a causa imediata da fúria de DiBona parece estar num relatório da Juniper Networks publicado no último dia 15. O texto critica duramente o fato de que qualquer pessoa poder publicar um aplicativo no Android Market. Não há um processo de aprovação como o que a Apple emprega na App Store. O resultado, segundo a Juniper, é um aumento de 472% no número de programas nocivos para Android desde julho.

O texto diz que o aumento não aconteceu só na quantidade. Os programas malignos ficaram, também, mais perigosos. “Os criminosos estão se tornando mais sofisticados”, diz. “No segundo trimestre, começamos a ver malware capaz de explorar brechas de segurança no Android para assumir o controle total do aparelho”, diz. Na análise da Juniper, criminosos que antes produziam vírus para os sistemas Symbian e Windows Mobile mudaram seu foco para o Android.

O Android é o novo Windows

Conclusões parecidas aparecem num artigo publicado pela Kasperksy um dia depois do post de DiBona no Google+. Tanto a Juniper como a Kaspersky apontam que o que acontece hoje com o Android é parecido com o que houve com o Windows nos anos 90, quando o sistema da Microsoft virou o alvo número um dos criminosos. “Quando o objetivo é atacar smartphones, há sinais claros de que os cibercriminosos escolheram o Android como sua plataforma alvo”, diz o texto. A empresa identificou mais de 600 programas malignos para Android no terceiro trimestre, contra menos de 40 para iOS.

Veja também

São Paulo — Já virou rotina a divulgação de estudos que mostram que o Android , do Google, é o mais inseguro dos sistemas operacionais móveis. Esses relatórios são, em geral, produzidos por empresas de segurança que oferecem seus antivírus como solução para o problema. Chris DiBona gerente de programas de código aberto do Google , resolveu reagir com um artigo irado no Google+, em que ele acusa essas empresas de charlatanice.

“Essas empresas de antivírus jogam com os temores do usuário tentando vender software de proteção para Android, BlackBerry e iOS”, escreveu DiBona. “Eles são charlatões. Se você trabalha para uma empresa que vende antivírus para Android, BlackBerry ou iOS você deveria ter vergonha de si mesmo.”

Em várias ocasiões, programas nocivos foram descobertos no Android Market, e o Google teve de bani-los. Isso não costuma acontecer na App Store, da Apple, por causa do rigoroso controle que a empresa da maçã mantém sobre os aplicativos. O problema também não tem afetado as lojas de aplicativos do BlackBerry e do Windows Phone.

Vírus inofensivos?

DiBona não nega que os programas malignos existem. Mas alega que eles não oferecem risco significativo. Segundo ele, a maneira como os sistemas operacionais móveis trabalham limita a ação desses programas. “Nenhum dos principais smartphones tem problemas com vírus no sentido tradicional, como vemos no Windows e em alguns Mac”, diz.

Ele diz que é teoricamente possível a criação de vírus tradicionais para smartphones, mas é improvável que isso aconteça. O programa maligno encontraria muitas barreiras à sua propagação, o que o tornaria ineficaz. DiBona não cita os nomes das empresas que ele chama de charlatãs. Mas a lista de produtoras de antivírus para smartphones inclui companhias como Symantec, Kaspersky e F-Secure.


Algumas dessas empresas responderam ao ataque de DiBona. Mikko Hypponen, diretor de pesquisas da finlandesa F-Secure, escreveu no Twitter: “@cdibona não percebe que essas ferramentas são mais que antivírus. Elas têm proteção contra furto, bloqueio remoto, backup, controle parental.”

Mas a causa imediata da fúria de DiBona parece estar num relatório da Juniper Networks publicado no último dia 15. O texto critica duramente o fato de que qualquer pessoa poder publicar um aplicativo no Android Market. Não há um processo de aprovação como o que a Apple emprega na App Store. O resultado, segundo a Juniper, é um aumento de 472% no número de programas nocivos para Android desde julho.

O texto diz que o aumento não aconteceu só na quantidade. Os programas malignos ficaram, também, mais perigosos. “Os criminosos estão se tornando mais sofisticados”, diz. “No segundo trimestre, começamos a ver malware capaz de explorar brechas de segurança no Android para assumir o controle total do aparelho”, diz. Na análise da Juniper, criminosos que antes produziam vírus para os sistemas Symbian e Windows Mobile mudaram seu foco para o Android.

O Android é o novo Windows

Conclusões parecidas aparecem num artigo publicado pela Kasperksy um dia depois do post de DiBona no Google+. Tanto a Juniper como a Kaspersky apontam que o que acontece hoje com o Android é parecido com o que houve com o Windows nos anos 90, quando o sistema da Microsoft virou o alvo número um dos criminosos. “Quando o objetivo é atacar smartphones, há sinais claros de que os cibercriminosos escolheram o Android como sua plataforma alvo”, diz o texto. A empresa identificou mais de 600 programas malignos para Android no terceiro trimestre, contra menos de 40 para iOS.

Acompanhe tudo sobre:AndroidCelularescrimes-digitaisEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaGoogleiPhoneseguranca-digitalSmartphonesTecnologia da informação

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Tecnologia

Mais na Exame