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Empresa angolana fecha acordo com Fortaleza para construir data center e cabo submarino

Cabo de 6 500 Km será o primeiro a ligar Brasil e África diretamente e a cruzar o Atlântico Sul

cabosubmarino (Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2015 às 17h31.

Em evento realizado nesta sexta-feira em Fortaleza, a empresa de telecomunicações Angola Cables fechou uma nova parceria com o governo local. O acordo permitirá que a companhia construa um novo data center movido a energia sola na cidade e ainda comece a implantar um cabo submarino ligando a cidade brasileira e Luanda, capital angolana.

O cabo de 6 500 Km de extensão e 40 Tbps de capacidade de transmissão será o primeiro a cruzar a parte sul do Oceano Atlântico e a ligar o Brasil diretamente com a África sem vir ou ir a outro continente ou país. Por isso mesmo, a obra é vista como uma boa “rota alternativa” pelo presidente da Angola Cables, António Nunes. Até agora, praticamente toda a comunicação intercontinental brasileira passa em algum momento pelos EUA, enquanto os dados enviados por países africanos precisam encarar o território europeu antes de irem a outras regiões.

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Em entrevista a INFO, o executivo disse estar com “expectativas muito grandes”, já que a ligação direta deverá acelerar a comunicação entre os dois países. Segundo comunicado enviado pela empresa, o percurso entre Brasil e Angola será feito em apenas 63 ms – o que é bem menos do que um piscar de olhos. O cabo submarino também será útil no futuro para conectar o território brasileiro com a Ásia, por exemplo, colaborando para reduzir o tempo de “viagem” de informações, que precisam hoje dar uma bela volta.

Em relação ao novo data center, a construção deverá ser abastecida por energia solar e ocupará uma área de 3 mil metros quadrados na Praia do Futuro, em Fortaleza. O local servirá como estação para o novo cabo submarino, batizado de South American Cable System (ou SACS), e também para o Monet, que foi anunciado no ano passado e é fruto de uma parceria da mesma Angola Cables com Google, Algar Telecom e a uruguaia Antel.

O valor do investimento da empresa africana no Brasil chega aos 72 milhões de reais, sendo 35 milhões desse total colocados diretamente em Fortaleza. O restante será destinado a expandir a rede aos EUA e a São Paulo, o que dará a Angola e a outros países da África um novo caminho para que seus dados trafeguem – o que parece ser justamente um dos objetivos da companhia chefiada por Nunes. A conclusão do cabo e do data center está prevista para daqui 18 meses, ou seja, para o primeiro trimestre de 2017.

A ideia de ligar o Brasil diretamente a outro país sem depender de intermediários é também vista como uma forma de fugir do monitoramento da NSA, a agência de segurança norte-americana. Além desse novo acordo, o governo nacional anunciou em outubro do ano passado que investirá 185 milhões de dólares na construção de um cabo entre Fortaleza e Portugal.

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