5G: tecnologia está causando debate pelo uso de frequências utilizadas para prever condições climáticas (Foto/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2019 às 08h00.
Última atualização em 23 de novembro de 2019 às 09h00.
São Paulo – Meteorologistas no Egito estão preocupados com o avanço do desenvolvimento do 5G. E a razão para isso é que a nova rede de internet poderá interferir na captura de dados utilizados para determinar a previsão do tempo.
A Conferência Mundial de Radiocomunicações do Egito, ocorrida nesta semana, foi palco para uma votação que determinaria limites de frequência para a operação do 5G no país. O resultado das urnas mostrou que os especialistas demandam que a tecnologia utilize uma frequência de rádio específica para evitar interferências com as redes usadas por meteorologistas.
O problema é mais sério do que aparece. Caso não consigam obter informações exatas sobre o clima, os departamentos de meteorologia do Egito poderão não conseguir antecipar catástrofes naturais que podem destruir cidades inteiras do país, como ventos fortes e tempestades.
Do outro lado desta disputa, empresas de telecomunicações argumentam que necessitam de redes específicas com frequências de rádio acima de 24 GHz para oferecer a alta velocidade na transmissão de dados.
Presidente do grupo diretor de Rádio Frequência da Organização Meteorológica Mundial, Eric Allaix disse The Verge que não há uma solução prática para o problema. Segundo ele, a interferência do 5G poderá impossibilitar a observações precisas sobre a Terra e a radiação atmosférica.
Meses atrás, a GSMA, entidade que representa operadoras e fabricantes de equipamentos de telecomunicações, emitiu um pronunciamento afirmando que o desenvolvimento da quinta geração de redes móveis não atrapalharia a previsão do tempo.
O órgão avalia que a interferência das redes é apenas uma teoria baseada no uso de sensores climáticos que nunca entraram em funcionamento. Segundo Brett Tarnutzer, chefe de especto da GSMA, “o 5G e a previsão do tempo podem e vão coexistir.” Resta saber quem está certo.