Degelo do Ártico é "bomba relógio econômica" de US$ 70 tri
Londres - O derretimento do Ártico é uma 'bomba relógio econômica' que pode causar um prejuízo equivalente ao tamanho da economia mundial em 2012 (US$ 70 trilhões),...
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h27.
Londres - O derretimento do Ártico é uma "bomba relógio econômica" que pode causar um prejuízo equivalente ao tamanho da economia mundial em 2012 (US$ 70 trilhões), publicou nesta quarta-feira a revista científica britânica "Nature".
O estudo, realizado por pesquisadores das universidades de Roterdã (Holanda) e Cambridge (Inglaterra), calculou que a liberação de metano provocada pelo derretimento do permafrost - a camada de gelo permanente na superfície - poderia custar US$ 60 trilhões.
No entanto, os cientistas asseguram que se forem levados em conta outros impactos ambientais como a acidificação dos oceanos, o custo seria muito mais alto e superaria os US$ 70 trilhões, valor do Produto Interno Bruto (PIB) mundial no ano passado.
A região que é mencionada na pesquisa, situada no mar da Sibéria Oriental no norte da Rússia, foi estudada durante mais de dez anos e o derretimento da camada de permafrost liberou até 50 gigatons de metano.
"O impacto global do aquecimento do Ártico é uma bomba relógio econômica", disse Gail Whiteman, um dos cientistas que lidera o estudo.
Segundo o relatório, 80% desse impacto seria suportado pelos países em desenvolvimento, já que eles sofrem as condições meteorológicas mais extremas causadas pela mudança climática, como as inundações e as secas.
Com os resultados, os pesquisadores pretendem fazer um pedido ao Fórum Econômico Mundial para que avalie os custos reais do derretimento do Ártico e influencie os líderes mundiais a "considerar esses impactos além do lucro a curto prazo com a extração de petróleo e gás" na região.
"O iminente desaparecimento do gelo oceânico no Ártico terá enormes consequências, tanto para a aceleração da mudança climática como para as economias e sociedades globais", acrescentou Whiteman.
Apesar de a pesquisa se concentrar apenas em uma pequena fração de toda a acumulação de metano que poderia haver no Ártico, para os cientistas essas quantidades são suficientes para fazer mudanças drásticas no clima.