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Criada no Brasil, tecnologia ajudará a reduzir conta de luz

Com um equipamento no quadro de luz e um aplicativo para smartphone, o consumo de energia ficará mais transparente

 (Reprodução/Thinkstock)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 17 de março de 2018 às 05h55.

Última atualização em 17 de março de 2018 às 05h55.

São Paulo – E se você pudesse ter o controle da sua conta de luz em um aplicativo no seu celular e receber dicas de como economizar? Essa é a proposta de um projeto financiado pela CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), com verba da Aneel, a partir do desenvolvimento de um algoritmo de separação do consumo energético criado na Unicamp, com execução da startup Time Energy, baseada em Campinas, interior de São Paulo.

A desagregação do consumo de energia usada em casas e em empresas já é alvo de pesquisas há anos. "A tecnologia começou a surgir nos anos 1970, mas agora ganha corpo e interesse comercial", disse ao Site EXAME Luiz Carlos Pereira da Silva, coordenador do projeto de desagregação de consumo de energia na Unicamp.

Ainda em fase de testes, a iniciativa deve culminar no lançamento de um acessório eletrônico de usabilidade simples que é conectado ao quadro de energia de uma residência ou estabelecimento comercial, que ficará por conta da Time Energy. A startup também projeta, junto com a Unicamp, o aplicativo para smartphones que poderá interpretar as informações coletadas da rede elétrica. O app mostrará não só o consumo de energia em tempo real, como também enviará dicas para economizar, como deixar para lavar roupa ou tomar um banho quente fora dos horários de pico.

No entanto, o desenvolvimento do projeto ainda enfrenta entraves de desenvolvimento que os pesquisadores irão trabalhar para resolver neste ano. "A taxa de inteligência de software que vai identificar o que está ligado e por quanto tempo é o principal desafio", disse Silva. Ele explica que, enquanto é simples detectar a "assinatura elétrica" de um chuveiro, é complicado identificar o comportamento de cargas elétricas usadas por aparelhos, como uma lavadora, que tem vários ciclos. "A assinatura dela é bem ruidosa, mal comportada, difícil de identificar."

Renato Povia, gerente de inovação da CPFL Energia, conta que o algoritmo já está em testes nas casas de alguns pesquisadores e que ele funciona bem, apesar da dificuldade de detectar os eletrônicos diferentes de cada casa. A empresa escolheu desenvolver o projeto junto à Time Energy devido à eficiência de desenvolvimento. "As startups são hoje um grande veículo para criar projetos com agilidade", declarou Povia, em entrevista ao Site EXAME.

Quando ficar pronto, o hardware simples, que pode ser usado em casas, pode custar por volta de 400 reais para consumidores finais, de acordo com Leandro Pereira, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Time Energy. Para empresas, o valor varia por conta da maior complexidade da rede elétrica.

Até 2019, o projeto de desagregação do consumo terá investimento de 3,6 milhões de reais da CPFL por meio do programa de pesquisa e desenvolvimento da Aneel.

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