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Consumir pirataria não é ilegal para 40% dos latino-americanos

Um estudo revela que 70% das pessoas da região já consumiram conteúdo pirateado, mas 75% afirmam que compartilhar ou produzir conteúdo sem licença é ilícito

Pirataria: o notebook é o aparelho preferido entre as pessoas que consomem vídeos ilegamente (Reprodução/Thinkstock)

Pirataria: o notebook é o aparelho preferido entre as pessoas que consomem vídeos ilegamente (Reprodução/Thinkstock)

Marina Demartini

Marina Demartini

Publicado em 10 de março de 2017 às 15h04.

São Paulo – Pirataria é crime, certo? Não é o que acham 40% dos cidadãos da América Latina, segundo um estudo feito com 3.507 pessoas de quatro países da região (Brasil, México, Argentina e Colômbia). Para quase a metade dos participantes da pesquisa, transmissão ou download de filmes e séries pirateados não é um ato ilegal.

O número é similar ao registrado pela pesquisa em outros 26 países ao redor do globo, em que somente 59% dos consumidores sabem que assistir a conteúdo pirateado é ilegal. Por outro lado, 70% das pessoas entrevistadas declararam que é crime produzir ou fornecer vídeos piratas. Na América Latina, nesse caso, quase três quartos dos cidadãos afirmam que compartilhar ou produzir conteúdo sem licença é ilícito.

De todos os entrevistados no mundo (25.738 adultos maiores de 18 anos), 52% admitem que consomem conteúdo pirata. A América Latina lidera o ranking das regiões com 70% de consumidores que afirmam assistir a filmes e séries pirateados – EUA aparecem em último lugar com 45% dos entrevistados afirmando que assistem a vídeos adquiridos ilicitamente.

Para a Irdeto, empresa de software que encomendou o estudo, esse alto número registrado nos países latino-americanos está diretamente relacionado à acessibilidade de conteúdo.

O que surpreende é que 59% das pessoas que vivem na região disseram na pesquisa que consumiriam menos, ou deixariam de assistir, conteúdos não licenciados se soubessem que a pirataria traz danos à indústria da mídia. No resto do mundo, essa estatística cai para 48% entre os consumidores que admitem consumir vídeos piratas.

Desse modo, a companhia acredita que a solução para reduzir o número de pessoas que assistem a conteúdos pirateados é a partir da educação.

Smartphones, TVs e notebooks

O estudo ainda revela qual é o dispositivo mais usado pelos entrevistados para assistir ao conteúdo pirata. O notebook é o preferido entre os consumidores, principalmente na Europa (65%) e na América Latina (53%).

No caso das TVs inteligentes, apenas 6% dos latino-americanos afirmaram usar o aparelho para assistir a vídeos pirateados. Entre os países da região, o Brasil aparece em primeiro lugar (9%) dos que usam a televisão para o uso de conteúdo pirata.

Os smartphones são mais usados na América Latina do que as TVs. O celular com sistema Android é utilizado por 8% dos entrevistados para assistir a filmes e séries adquiridos de forma ilegal. Já o iPhone é preferido por apenas 2% das pessoas da região.

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