Compra da Motorola pelo Google vai mudar celulares asiáticos
Aquisição da empresa saiu por 12,5 bilhões de dólares e fabricantes asiáticos podem migrar para o Windows
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2011 às 10h10.
Seul/Taipé - Os fabricantes asiáticos de celulares que usam o sistema operacional Google Android podem se voltar a plataformas rivais como o Windows, da Microsoft, agora que o Google alterou radicalmente o cenário na telefonia móvel ao comprar a Motorola Mobility por 12,5 bilhões de dólares.
A HTC, de Taiwan, e a Samsung Electronics, da Coreia do Sul, venderam milhões de aparelhos equipados com o sistema operacional aberto Android, o que colocou o Google na liderança do florescente mercado de software para dispositivos móveis.
Mas a aquisição da Motorola pode transformar o Google de parceiro em concorrente para as mais de 30 empresas que utilizam o Android em seus aparelhos.
"O acordo fará com que a maioria dos usuários do Android perceba o quanto depende do Google e com que rapidez os planos do Google podem mudar seus negócios", disse Francisco Jeronimo, analista do grupo de pesquisa IDC.
Wall Street rapidamente apontou a Microsoft como uma das beneficiárias da transação, dado o potencial de que o Windows se beneficie caso a aquisição aliene os outros fabricantes de celulares que dependem do Android.
O Android detinha 43,4 por cento do mercado de celulares inteligentes no segundo trimestre, à frente dos 22 por cento da Nokia, de acordo com dados do grupo de pesquisa Gartner. A Apple vinha em terceiro lugar com 18 por cento.
As ações dos fornecedores asiáticos da Motorola dispararam com a notícia.
A Foxconn International Holdings, maior fabricante terceirzada de celulares no planeta, que tem a Motorola como cliente, exibiu alta de até 17 por cento, ante a perspectiva de novos negócios gerados pela aquisição.
As ações da Compal Communications e Arima Communications estiveram entre as diversas fornecedoras da Microsoft que atingiram o limite diário de sete por cento de alta ou baixa da bolsa de Taiwan.
"Todo mundo está apostando que a Motorola reverterá sua situação. A Motorola receberá mais ajuda do Google para promover seus aparelhos Android, depois da aquisição", disse Bonnie Chang, analista da Yuanta Securities, em Taiwan.
"Companhias de produção terceirizada como a Foxconn International e a Compal Communications serão as mais beneficiadas em termos diretos."
Guarda-chuva
Alguns corretores afirmaram que a compra da Motorola pode ser uma forma do Google oferecer assistência aos fabricantes que usam o Android.
"Suspeitamos que o Google agora vá tentar oferecer um guarda-chuva à comunidade Android, com proteção de propriedade intelectual contra rivais importantes como a Apple e Microsoft. É mais ou menos assim que a Microsoft protege o Windows Phone", afirmou a Nomura em nota de pesquisa.
"Não acreditamos que o Google planeje continuar produzindo celulares em longo prazo, mas sim que pretenda transferir o negócio a um de seus parceiros no Android, como a Huawei, LG e ZTE, por exemplo", acrescentou a corretora.
Em termos mundiais, a HTC havia ganho vantagem por ser a primeira empresa a lançar um celular Android, e isso a deixa mais exposta a qualquer mudança no cenário.
Quase todos os seus aparelhos operam com o Android, mas a empresa tem uma parceria estratégica de longo prazo com a Microsoft.
A HTC havia anunciado em maio que planejava lançar novos celulares com a nova versão do Windows Phone, desenvolvida sob o codinome "Mango". Na terça-feira, porém, a companhia disse que a aquisição da Motorola não afetaria sua parceria com o Google.
"É um desdobramento positivo para o ecossistema Android, e o vemos como benéfico para a promoção de celulares Android pela HTC", afirmou a empresa em comunicado. "A parceria entre a HTC e o Google continua forte e não será afetada pela transação."
Algumas das empresas chinesas de rápido crescimento, tais como a Huawei Technologies e ZTE também apostam no Android.
A Huawei, conhecida por seus celulares baratos, quer reproduzir no mercado de celulares inteligentes o sucesso que conquistou no segmento de equipamentos para telecomunicação, encarando rivais como Nokia, Apple e Samsung.
A Samsung conquistou o segundo posto entre os fabricantes mundiais de celulares inteligentes no segundo trimestre, com 19,2 por cento do mercado. A HTC vinha em quinto lugar, com 12,1 por cento, de acordo com a Strategy Analytics. A Apple lidera nas vendas de celulares inteligentes.
Seul/Taipé - Os fabricantes asiáticos de celulares que usam o sistema operacional Google Android podem se voltar a plataformas rivais como o Windows, da Microsoft, agora que o Google alterou radicalmente o cenário na telefonia móvel ao comprar a Motorola Mobility por 12,5 bilhões de dólares.
A HTC, de Taiwan, e a Samsung Electronics, da Coreia do Sul, venderam milhões de aparelhos equipados com o sistema operacional aberto Android, o que colocou o Google na liderança do florescente mercado de software para dispositivos móveis.
Mas a aquisição da Motorola pode transformar o Google de parceiro em concorrente para as mais de 30 empresas que utilizam o Android em seus aparelhos.
"O acordo fará com que a maioria dos usuários do Android perceba o quanto depende do Google e com que rapidez os planos do Google podem mudar seus negócios", disse Francisco Jeronimo, analista do grupo de pesquisa IDC.
Wall Street rapidamente apontou a Microsoft como uma das beneficiárias da transação, dado o potencial de que o Windows se beneficie caso a aquisição aliene os outros fabricantes de celulares que dependem do Android.
O Android detinha 43,4 por cento do mercado de celulares inteligentes no segundo trimestre, à frente dos 22 por cento da Nokia, de acordo com dados do grupo de pesquisa Gartner. A Apple vinha em terceiro lugar com 18 por cento.
As ações dos fornecedores asiáticos da Motorola dispararam com a notícia.
A Foxconn International Holdings, maior fabricante terceirzada de celulares no planeta, que tem a Motorola como cliente, exibiu alta de até 17 por cento, ante a perspectiva de novos negócios gerados pela aquisição.
As ações da Compal Communications e Arima Communications estiveram entre as diversas fornecedoras da Microsoft que atingiram o limite diário de sete por cento de alta ou baixa da bolsa de Taiwan.
"Todo mundo está apostando que a Motorola reverterá sua situação. A Motorola receberá mais ajuda do Google para promover seus aparelhos Android, depois da aquisição", disse Bonnie Chang, analista da Yuanta Securities, em Taiwan.
"Companhias de produção terceirizada como a Foxconn International e a Compal Communications serão as mais beneficiadas em termos diretos."
Guarda-chuva
Alguns corretores afirmaram que a compra da Motorola pode ser uma forma do Google oferecer assistência aos fabricantes que usam o Android.
"Suspeitamos que o Google agora vá tentar oferecer um guarda-chuva à comunidade Android, com proteção de propriedade intelectual contra rivais importantes como a Apple e Microsoft. É mais ou menos assim que a Microsoft protege o Windows Phone", afirmou a Nomura em nota de pesquisa.
"Não acreditamos que o Google planeje continuar produzindo celulares em longo prazo, mas sim que pretenda transferir o negócio a um de seus parceiros no Android, como a Huawei, LG e ZTE, por exemplo", acrescentou a corretora.
Em termos mundiais, a HTC havia ganho vantagem por ser a primeira empresa a lançar um celular Android, e isso a deixa mais exposta a qualquer mudança no cenário.
Quase todos os seus aparelhos operam com o Android, mas a empresa tem uma parceria estratégica de longo prazo com a Microsoft.
A HTC havia anunciado em maio que planejava lançar novos celulares com a nova versão do Windows Phone, desenvolvida sob o codinome "Mango". Na terça-feira, porém, a companhia disse que a aquisição da Motorola não afetaria sua parceria com o Google.
"É um desdobramento positivo para o ecossistema Android, e o vemos como benéfico para a promoção de celulares Android pela HTC", afirmou a empresa em comunicado. "A parceria entre a HTC e o Google continua forte e não será afetada pela transação."
Algumas das empresas chinesas de rápido crescimento, tais como a Huawei Technologies e ZTE também apostam no Android.
A Huawei, conhecida por seus celulares baratos, quer reproduzir no mercado de celulares inteligentes o sucesso que conquistou no segmento de equipamentos para telecomunicação, encarando rivais como Nokia, Apple e Samsung.
A Samsung conquistou o segundo posto entre os fabricantes mundiais de celulares inteligentes no segundo trimestre, com 19,2 por cento do mercado. A HTC vinha em quinto lugar, com 12,1 por cento, de acordo com a Strategy Analytics. A Apple lidera nas vendas de celulares inteligentes.