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Com aporte de US$ 170 milhões, Lime absorve operação de patinetes da Uber

Com o aporte, as duas empresas unificam suas operações de micromobilidade e a Uber garante uma opção de compra do negócio no futuro

Lime: empresa poderá ser adquirida pela Uber no futuro (Gary Hershorn / Colaborador/Getty Images)
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Rodrigo Loureiro

Publicado em 7 de maio de 2020 às 17h22.

Última atualização em 7 de maio de 2020 às 17h54.

A disputa da Lime e da Uber pelo mercado de patinetes elétricas terminou. A empresa americana do aplicativo de transporte liderou um aporte de 170 milhões de dólares na Lime e vai permitir que a companhia absorva sua própria operação de scooters e bicicletas.

Anunciada nesta quinta-feira, 7, a rodada de captação contou com a participação da Alphabet , a empresa controladora do Google e do fundo de investimento Bain Capital. Com o aporte, a Lime passa a ser avaliada em 510 milhões de dólares, bem menor do que os 2,4 bilhões de dólares de valor de mercado registrados em abril de 2019.

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Para receber o investimento, a Lime concordou em adquirir a operação de bicicletas e patinetes da Jump, empresa comprada pela Uber em abril de 2018. Na época, a companhia comandada por Dara Khosrowshahi pagou cerca de 200 milhões de dólares pela startup.

Na prática, a operação será unificada. As patinetes da Lime poderão ser solicitadas pelo aplicativo da Uber e os scooters e bicicletas da Jump estão disponíveis na plataforma da Lime. “Nosso objetivo é permitir que os consumidores continuem tendo acesso às bicicletas e patinetes elétricas porque acreditamos que a micromobilidade é parte essencial da paisagem urbana”, disse Khosrowshahi.

Isso mostra que o aporte é mais uma tentativa da Uber de acelerar seu negócio fora dos carros. Nos últimos meses, a companhia desligou suas operações de patinetes elétricas em diferentes cidades dos Estados Unidos, como Atlanta, San Diego, Dallas, San Antonio, Staten Island, entre outras.

Segundo o The Information, outra exigência foi uma dança das cadeiras no comando da Lime. Brad Bao perdeu o cargo de CEO e será substituído por Wayne Ting, homem de confiança de Khosrowshahi e ex-chefe de gabinete da Uber. Bao, por sua vez, permanecerá com um assento no conselho da Lime.

Essa não é a primeira vez que a Uber investe na Lime. A companhia já era acionista minoritária da startup quando havia liderado uma rodada de captação de 335 milhões de dólares em 2018. Com o novo investimento, a Uber também garante uma opção de compra da Lime por um preço específico. A ordem poderá ser executada entre 2022 e 2024.

No mercado, o movimento deu certo. As ações da Uber negociadas na Nasdaq tiveram alta de 11% nesta quinta-feira e terminaram o dia custando 30,89 dólares cada uma. A companhia está avaliada em 53,3 bilhões de dólares.

O investimento chama a atenção porque vem num momento extremamente crítico para o negócio de empresas de compartilhamento de patinetes e bicicletas. Desde março a operação da Lime foi reduzida em 99% quando a companhia recolheu suas unidades em 20 países e poderá demitir 80 funcionários, cerca de 13% de sua força de trabalho global.

“A covid-19 representa um desafio sem precedentes para cidades e comunidades de todo o mundo”, disse o então diretor executivo Bao na época. “Estamos interrompendo o serviço para ajudar as pessoas a permanecer em casa e ficar a salvo.”

Para piorar a situação, vale lembrar que a Lime já não se encontrava em um bom momento antes da pandemia do novo coronavírus. Em janeiro, a companhia anunciou um corte de 14% no número de funcionários de sua operação e a saída de 12 mercados, entre eles o Brasil.

Fundada em 2017, na Califórnia, a startup de micromobilidade chegou ao Brasil, seu 26º mercado, em julho do 2018 após receber mais de 765 milhões de dólares em aportes. A operação em terras brasileiras durou pouco mais de seis meses.

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