Cofundador do WhatsApp pede que você apague sua conta no Facebook
Brian Acton considera que redes sociais e empresas de tecnologia não estão preparadas para moderar conteúdo
Lucas Agrela
Publicado em 18 de março de 2019 às 16h35.
Última atualização em 18 de março de 2019 às 19h09.
São Paulo -- Não é a primeira vez: Brian Acton, cofundador do aplicativo de mensagens WhatsApp , recomendou que as pessoas apaguem suas contas e saiam do Facebook . A fala foi em um discurso feito na Stanford University, na semana passada, para estudantes do curso de Ciência da Computação. Seu discurso foi ao lado de Ellora Israni, ex-funcionária da rede social.
Acton falou que existe dificuldade de as empresas de tecnologia e redes sociais, como Google e Apple, em moderar o conteúdo que é exibido aos usuários de seus produtos e serviços. “Essas empresas não estão preparadas para tomar tais decisões. E damos a elas esse poder. Essa é a parte ruim. Compramos seus produtos. Criamos perfis em seus sites. Delete seu Facebook, ok?”, disse Acton, de acordo com o Buzzfeed News .
O cofundador do WhatsApp deixou a empresa, que foi comprada pelo Facebook em 2014, após supostas discordâncias com o modelo de monetização planejado para o aplicativo de mensagens. Tanto ele quanto Jan Koum, ex-CEO e também cofundador do app, sempre foram contrários à monetização com viés publicitário.
De acordo com o WhatsApp, o plano de monetizar seu serviço está nas ferramentas de comunicação que serão oferecidas a empresas.
Assim como Acton e Koum, Mike Krieger e Kevin Systrom deixaram o Instagram, também comprado pelo Facebook -- supostamente por razões semelhantes.
Acton já tuitou pedindo pela saída de usuários do Facebook em 2017, quando veio à tona o caso do compartilhamento indevido de dados pessoais com a consultoria de marketing político Cambrige Analytica.
O cofundador do WhatsApp também chegou a investir 50 milhões de dólares em um aplicativo de mensagens chamado Signal, mantido pela organização sem fins lucrativos Open Whisper Systems. Com protocolo de criptografia avançado e elogiado por especialistas, o aplicativo chegou até mesmo a ser recomendado por Edward Snowden, que, em 2013, revelou o caso de espionagem de usuários de serviços online pelo governo dos Estados Unidos.