Clubhouse entra na mira de reguladores por infração de privacidade
A França avalia se o aplicativo, baseado nos EUA, está sujeito à legislação de privacidade da União Europeia, que prevê multa
Lucas Agrela
Publicado em 21 de março de 2021 às 14h03.
Última atualização em 21 de março de 2021 às 14h05.
O aplicativo de áudios Clubhouse está na mira da entidade francesa de proteção de dados chamada Commission Nationale de l'Informatique et des Libertés. A investigação apura se o aplicativo infringiu regras da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais , conhecida pela sigla GDPR, em inglês. A legislação prevê multa.
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Como a companhia não tem presença na União Europeia, a primeira questão feita pela entidade reguladora é se a GDPR se aplica ou não ao Clubhouse. Em caso negativo, o governo francês pode multar e fazer sanções à companhia.
A investigação foi aberta após uma petição online reunir mais de 10 mil assinaturas. O documento questionava o uso de contatos do celular pelo aplicativo. Uma petição similar no Reino Unido já tem mais de 25 mil assinaturas e o Clubhouse deve entrar na mira das entidades reguladoras do país.
Em nota, a empresa se defendeu das acusações e disse estar colaborando com autoridades para resolver o caso. “Conforme expandimos nossa operação baseada nos EUA para novas regiões, nós sempre iremos buscar atender e exceder as leis de proteção de dados de todos os territórios onde operamos", segundo comunicado da companhia, enviado ao site americano Insider.
Problema vem desde o sucesso do app
O Clubhouse ganhou grande atenção mundial no começo desde ano e olhos atentos de usuários e concorrentes não deixaram passar questões ligadas à privacidade.
Em fevereiro, os desenvolvedores do aplicativo disseram que irão adicionar uma camada extra de criptografia para prevenir que o aplicativo transmita informações em servidores localizados na China.A declaração foi dada após pesquisadores da Universidade de Stanford terem descoberto vulnerabilidades na infraestrutura do Clubhouse. O Clubhouse disse que iria incluir bloqueios e criptografia para impedir que o app transmita informações para servidores chineses.