Ciberataque atinge 74 países
Um ciberataque massivo chacoalhou o mundo nesta sexta-feira, derrubando sistemas de empresas e de serviços públicos. Segundo a empresa de segurança digital Kaspersky, foram mais de 45.000 ataques em 74 países. O estrago foi grande: no Reino Unido, o vírus chegou ao sistema público de saúde, o NHS, com pelo menos 16 hospitais tendo seus […]
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2017 às 19h00.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h12.
Um ciberataque massivo chacoalhou o mundo nesta sexta-feira, derrubando sistemas de empresas e de serviços públicos. Segundo a empresa de segurança digital Kaspersky, foram mais de 45.000 ataques em 74 países. O estrago foi grande: no Reino Unido, o vírus chegou ao sistema público de saúde, o NHS, com pelo menos 16 hospitais tendo seus computadores paralisados — impedindo o acesso a prontuários e dificultando a logística das ambulâncias. A premiê britânica, Theresa May, disse que os dados dos usuários não foram afetados.
Sistemas internos de grandes empresas também foram invadidos, como o da operadora de telefonia espanhola Telefônica e o do banco BBVA. A Europa e a Rússia foram os mais afetados, mas também foram atingidos países como Índia, China e Egito. No Brasil, o Tribunal de Justiça de São Paulo foi atacado e teve o site tirado do ar. O atendimento do INSS foi suspenso. A Petrobras orientou os funcionários a reiniciar o computador e fazer cópia dos arquivos importantes, e redes internas do banco Santander e da operadora de telefonia Vivo ficaram paralisadas.
Chamado de “WanaCrypt0r 2.0” ou “WannaCry” (“quero chorar”, em português), o vírus usou uma brecha no sistema operacional Windows, da Microsoft. O vírus rouba arquivos e paralisa sistemas até que seja pago um “resgate” de 300 dólares em bitcoins, moeda digital usada em transações virtuais. Se o resgate não for pago, o preço sobe com o passar do tempo. Ainda não está claro qual país ou grupo é o responsável pelo ataque.
A culpa por todo esse transtorno pode ter sido da NSA, agência de segurança americana: a brecha no Windows foi divulgada em 14 de abril por um grupo chamado Shadow Brokers, que, no ano passado, afirmou ter roubado dados confidenciais da agência de espionagem. Somente em março deste ano a Microsoft lançou uma atualização de segurança que combate a falha, mas computadores que ainda não a baixaram continuaram vulneráveis.
“Isso talvez não tivesse acontecido se a NSA tivesse revelado o defeito […] quando o encontrou, e não quando o perdeu”, criticou em seu Twitter o ex-analista da agência Edward Snowden, que tornou público o programa de espionagem da NSA. Snowden está em Moscou desde 2013, sob proteção diplomática da Rússia.
O dia de hoje provou que, num mundo em que quase todas as atividades dependem de tecnologia, as ameaças virtuais podem causar estragos reais e gigantescos, que vão muito além da tela do computador.