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Chineses desenvolvem modelo para estudar poluentes

Pesquisadores da Peking University estimam emissão mundial de 1960 a 2030 e potencial cancerígeno de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos

Combustível: HPAs estão entre os mais tóxicos poluentes orgânicos persistentes e são produzidos principalmente pela queima incompleta de material orgânico e de combustíveis (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2014 às 09h50.

Beijing – Um grupo de pesquisadores da Peking University, na China , tem obtido resultados expressivos no estudo de um tipo de poluente, os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs).

Os HPAs estão entre os mais tóxicos poluentes orgânicos persistentes (POPs) e são produzidos principalmente pela queima incompleta de material orgânico e de combustíveis como derivados do petróleo , carvão e madeira. Estudos associaram os HPAs com o risco de câncer e esses compostos foram listados em 2001 na Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes.

“Ampliar o conhecimento sobre os HPAs é muito importante para a China e demais países em desenvolvimento. Basicamente, esses poluentes orgânicos são produzidos por todo tipo de combustão, por qualquer substância que queime”, disse Shu Tao, professor e diretor da Faculdade de Ciências Ambientais da Peking University, durante o Simpósio Brasil-China para Colaboração Científica – FAPESP Week Beijing realizado ne 16 a 18 de abril na universidade chinesa. Por causa da população e da estrutura energética da China, a emissão de HPAs é ainda mais intensa na China.

Tao e equipe desenvolveram um modelo computacional capaz de calcular a emissão dos principais tipos de HPAs na China e no mundo. O modelo utiliza dados de diversas fontes – incluindo informações meteorológicas, de saúde pública e de satélites – e é uma combinação de modelos menores, que avaliam, por exemplo, o transporte de componentes pela atmosfera, a exposição da população pelo mundo e o risco de adquirir câncer.

De acordo com o modelo dos cientistas da Peking University, embora a variabilidade espacial seja grande, o risco de adquirir câncer de pulmão é maior no leste chinês (mais urbanizado e industrializado) do que em outras áreas do país.

Os pesquisadores também avaliaram a suscetibilidade genética do risco de câncer de pulmão, que está associada com o polimorfismo de genes relacionados com o metabolismo de carcinógenos e com o reparo de DNA.


“Nosso grupo estimou que 1,6% dos casos de câncer de pulmão na China deveram-se à exposição a HPAs. Parece um número pequeno, mas para uma grande população, como a chinesa, estamos falando de um total expressivo”, disse Tao.

Em artigo publicado no periódico Environmental Science & Technology, Tao e equipe analisaram a emissão global de 16 tipos de HPAs emitidos por 69 tipos de fontes diferentes.

A análise feita pelos pesquisadores apontou que, do total das emissões de HPAs em todo o mundo – o período de estimativa adotado foi de 1960 a 2030 –, 6,19% podem ser classificadas como compostos carcinogênicos, sendo que o valor se mostrou maior nos países em desenvolvimento (6,22%) do que nos desenvolvidos (5,73%).

Segundo o estudo, o potencial de causar danos à saúde por conta dos HPAs é maior em regiões com maior emissão desses compostos por fontes antropogênicas.

A boa notícia é que as emissões de HPAs pela ação humana deverão cair. Simulações até o ano 2030 apontam queda nas emissões desses poluentes tanto nos países desenvolvidos (de 46% a 71%) como nos em desenvolvimento (de 48% a 64% a menos).

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Beijing – Um grupo de pesquisadores da Peking University, na China , tem obtido resultados expressivos no estudo de um tipo de poluente, os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs).

Os HPAs estão entre os mais tóxicos poluentes orgânicos persistentes (POPs) e são produzidos principalmente pela queima incompleta de material orgânico e de combustíveis como derivados do petróleo , carvão e madeira. Estudos associaram os HPAs com o risco de câncer e esses compostos foram listados em 2001 na Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes.

“Ampliar o conhecimento sobre os HPAs é muito importante para a China e demais países em desenvolvimento. Basicamente, esses poluentes orgânicos são produzidos por todo tipo de combustão, por qualquer substância que queime”, disse Shu Tao, professor e diretor da Faculdade de Ciências Ambientais da Peking University, durante o Simpósio Brasil-China para Colaboração Científica – FAPESP Week Beijing realizado ne 16 a 18 de abril na universidade chinesa. Por causa da população e da estrutura energética da China, a emissão de HPAs é ainda mais intensa na China.

Tao e equipe desenvolveram um modelo computacional capaz de calcular a emissão dos principais tipos de HPAs na China e no mundo. O modelo utiliza dados de diversas fontes – incluindo informações meteorológicas, de saúde pública e de satélites – e é uma combinação de modelos menores, que avaliam, por exemplo, o transporte de componentes pela atmosfera, a exposição da população pelo mundo e o risco de adquirir câncer.

De acordo com o modelo dos cientistas da Peking University, embora a variabilidade espacial seja grande, o risco de adquirir câncer de pulmão é maior no leste chinês (mais urbanizado e industrializado) do que em outras áreas do país.

Os pesquisadores também avaliaram a suscetibilidade genética do risco de câncer de pulmão, que está associada com o polimorfismo de genes relacionados com o metabolismo de carcinógenos e com o reparo de DNA.


“Nosso grupo estimou que 1,6% dos casos de câncer de pulmão na China deveram-se à exposição a HPAs. Parece um número pequeno, mas para uma grande população, como a chinesa, estamos falando de um total expressivo”, disse Tao.

Em artigo publicado no periódico Environmental Science & Technology, Tao e equipe analisaram a emissão global de 16 tipos de HPAs emitidos por 69 tipos de fontes diferentes.

A análise feita pelos pesquisadores apontou que, do total das emissões de HPAs em todo o mundo – o período de estimativa adotado foi de 1960 a 2030 –, 6,19% podem ser classificadas como compostos carcinogênicos, sendo que o valor se mostrou maior nos países em desenvolvimento (6,22%) do que nos desenvolvidos (5,73%).

Segundo o estudo, o potencial de causar danos à saúde por conta dos HPAs é maior em regiões com maior emissão desses compostos por fontes antropogênicas.

A boa notícia é que as emissões de HPAs pela ação humana deverão cair. Simulações até o ano 2030 apontam queda nas emissões desses poluentes tanto nos países desenvolvidos (de 46% a 71%) como nos em desenvolvimento (de 48% a 64% a menos).

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