Espionagem digital: Pequim e Washington vem discutindo há meses a questão dos ataques cibernéticos, cada um acusando o outro de invadir importantes sites governamentais (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2014 às 14h06.
Pequim - O Ministério das Relações Exteriores da China expressou satisfação nesta segunda-feira com comentários do secretário de Defesa norte-americano de que os Estados Unidos iriam exercer a moderação no uso militar do ciberespaço, mas acrescentou que Pequim espera que o discurso seja colocado em prática.
O secretário de Defesa, Chuck Hagel, disse que o Pentágono procura ser "aberto e transparente" sobre suas capacidades cibernéticas e intenções com aliados e competidores, preparando o terreno para uma viagem à China no próximo mês.
Ele também pediu comedimento no ciberespaço a outras nações, dizendo que os Estados Unidos querem promover as qualidades da Internet que a tornaram um "catalisador para a liberdade e prosperidade".
Pequim e Washington vem discutindo há meses a questão dos ataques cibernéticos, cada um acusando o outro de invadir importantes sites governamentais.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hong Lei, disse que a China atribui grande importância aos comentários de Hagel e que a Internet deve ser usada para promover o desenvolvimento e o bem-estar das pessoas.
"Manter a paz na Internet e evitar a guerra cibernética estão de acordo com os interesses da China e dos Estados Unidos", disse Hong.
"Esperamos que os Estados Unidos possam sinceramente transformar seus comentários em políticas e ações e trabalhar com a China para criar um espaço on-line pacífico, aberto, cooperativo e seguro." No início deste mês, o jornal The New York Times e a revista alemã Der Spiegel afirmaram que o governo dos Estados Unidos espionou a empresa de telecomunicações chinesa Huawei Technologies Co.
Na semana passada, o Ministério da Defesa da China disse que vai reforçar a sua segurança na internet após a reportagem, e acusou os Estados Unidos de hipocrisia.
A Casa Branca disse que os Estados Unidos não espionam para ganhar vantagens comerciais.