Burocracia e medo de assumir riscos bloqueiam inovação no Brasil
São Paulo - O excesso de burocracia para abrir uma startup, contratar funcionários e ter acesso a fundos públicos e privados de financiamento é um dos principais...
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h27.
São Paulo - O excesso de burocracia para abrir uma startup, contratar funcionários e ter acesso a fundos públicos e privados de financiamento é um dos principais motivos para o modesto índice de inovação registrado no Brasil.
A conclusão é de especialistas em inovação e empreendedorismo que se reuniram, nesta quinta-feira (18), em São Paulo, durante o Primeiro Seminário Nacional de Incentivo à Inovação.
Outro fator que prejudica o avanço da inovação no país, avaliam os especialistas do Seminário, é o alto temor dos brasileiros em assumir riscos quando o assunto é carreira e negócios. Para criar uma empresa inovadora é preciso, antes de mais nada, abandonar seu emprego e abrir uma empresa, disse a INFO Mory Gharib, vice-reitor do Instituto de Tecnologia da Califórnia (CALTECH), um dos palestrantes do Seminário.
Gosto de usar a Califórnia, estado mais rico dos Estados Unidos, como espelho para nossos esforços de inovação. Essa região americana atingiu a prosperidade baseada em processos criativos e geração de novos produtos.Nos Estados Unidos, por exemplo, todos os anos as empresas investem 398 bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento ao passo que, no Brasil, esse volume é de apenas 24 bilhões de dólares, diz Jorge Muzy,presidente do conselho de administração do Instituto Valor.
Para Muzy, uma das medidas que poderiam acelerar a inovação no Brasil seria a diminuição dos entraves burocráticos para empreendedores e, ao mesmo tempo, uma mudança cultural que fomentasse o empreendedorismo entre os brasileiros.
Durante o seminário, o vice-reitor do Instituto de Tecnologia da Califórnia (CALTECH) defendeu que as universidades brasileiras liderem esse papel de transformação cultural.
Nas escolas, temos a oportunidade de mostrar para os alunos que, além de se preparar para o mercado de trabalho eles podem estudar para empreender e, assim, transformar o mercado, disse Gharib.