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BlackBerry sobreviverá graças à segurança e não a celulares

Em um momento de resultados ruins, concentrar-se em software de redes e segurança poderia ser a melhor aposta da empresa

BlackBerry: apesar de um resultado ruim nas vendas de smartphones, a companhia teve um aumento de 32% no número de companhias que estão instalando seus servidores (Ethan Miller/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2013 às 14h12.

Sepultado sob a avalanche de más notícias sobre os últimos resultados trimestrais da BlackBerry Ltd. ficou um aumento de 32 por cento no número de companhias que estão instalando seus servidores.  O ganho poderia ser a chave para a sobrevivência da companhia, independentemente do resultado de uma oferta tentativa de US$ 4,7 bilhões para tornar particular o fabricante de smartphones .

Os clientes tinham instalado ou estavam testando mais de 25 mil dos seus servidores empresariais usados para gerenciar redes de segurança para smartphones corporativos – BlackBerry , iPhone ou Android – no final de agosto, frente a 19.000 em julho.

A alta foi um ponto positivo em meio a uma queda de 45 por cento nas vendas e perdas por US$ 965 milhões no segundo trimestre, informadas pela companhia na semana passada.

Concentrar-se na sua fortaleza em software de redes e segurança poderia ser a melhor aposta da BlackBerry, afirmou Ramón Llamas, analista na empresa de pesquisas de tecnologia IDC. A BlackBerry já anunciou que reduziria sua participação no mercado de consumidores para focar-se nos clientes comerciais, e esse poderia ser seu próximo passo.

“Há uma grande oportunidade para eles caso escolham atuar no ramo”, disse Llamas, sediado em Framingham, Massachusetts, em entrevista por telefone. “Muitas empresas querem uma solução completa e pronta para uso para a segurança de celulares. Adivinhe quem tem fornecido isso em certo nível? A BlackBerry demonstrou uma e outra vez que é um sistema seguro”.

Mercado corporativo

No passado, a BlackBerry dominava completamente os negócios de bancos, escritórios de advocacia e outras grandes companhias que compravam seus smartphones e os servidores seguros de e-mail que os usavam.


Esse controle está relaxando-se à medida que cada vez mais empregados reclamam o direito de usar iPhones no trabalho e os departamentos de tecnologia da informação vêem uma oportunidade de economizar dinheiro, potencializando o crescimento da tendência de se levar o dispositivo móvel próprio para o trabalho.

A BlackBerry, sediada em Waterloo, Ontário, poderia imitar as companhias menores como a Good Technology e a MobileIron Inc., concentrando-se no negócio empresarial para todos os celulares, disse Anil Doradla, analista na William Blair Co. em Chicago.

“A Mobile Iron e a Good Technology estão explorando as fraquezas da BlackBerry perseguindo o mercado de iPhone e Android e permitindo o uso desses dispositivos no mercado empresarial”, afirmou Doradla recentemente em entrevista por telefone.

“É um mercado de vários bilhões de dólares em expansão e a BlackBerry possui o fator da incumbência com seus dispositivos. A questão é como adotar uma abordagem específica quanto aos dispositivos”.

Oferta da Fairfax

Enfrentando a pobre demanda para seus novos telefones BlackBerry 10, o presidente Thorsten Heins anunciou o cancelamento de US$ 934 milhões em estoque não vendido em 20 de setembro e um plano para reduzir a força de trabalho da BlackBerry em mais de um terço.


Três dias depois, a Fairfax Financial Holdings Ltd. realizou uma oferta tentativa para adquirir a companhia por US$ 4,7 bilhões, US$ 9 por ação, como parte de um grupo de investimento. Seu presidente, Prem Watsa, ainda não mencionou os outros credores e não tinha garantido o financiamento quando a oferta foi anunciada.

Heins declarou no comunicado publicado em 20 de setembro que a BlackBerry planeja continuar produzindo tanto software quanto hardware. Watsa disse que ele deseja manter a companhia inteira.

Manter-se focado na produção de smartphones poderia não ser uma opção se os fornecedores e sócios rejeitarem a marca, afirma Peter Misek, analista na Jefferies LLC em Nova York. A Jabil Circuit Inc., uma das maiores fornecedoras da BlackBerry, afirmou no mês passado que provavelmente pare de trabalhar com a fabricante canadense de smartphones.

“Os dispositivos empresariais puros não existem mais”, afirmou Ojas Rege, vice-presidente de estratégia da MobileIron. “Certamente, o mundo agora emprega múltiplos sistemas operativos. Desde que você produza telefones, haverá um conflito de interesses”.

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Sepultado sob a avalanche de más notícias sobre os últimos resultados trimestrais da BlackBerry Ltd. ficou um aumento de 32 por cento no número de companhias que estão instalando seus servidores.  O ganho poderia ser a chave para a sobrevivência da companhia, independentemente do resultado de uma oferta tentativa de US$ 4,7 bilhões para tornar particular o fabricante de smartphones .

Os clientes tinham instalado ou estavam testando mais de 25 mil dos seus servidores empresariais usados para gerenciar redes de segurança para smartphones corporativos – BlackBerry , iPhone ou Android – no final de agosto, frente a 19.000 em julho.

A alta foi um ponto positivo em meio a uma queda de 45 por cento nas vendas e perdas por US$ 965 milhões no segundo trimestre, informadas pela companhia na semana passada.

Concentrar-se na sua fortaleza em software de redes e segurança poderia ser a melhor aposta da BlackBerry, afirmou Ramón Llamas, analista na empresa de pesquisas de tecnologia IDC. A BlackBerry já anunciou que reduziria sua participação no mercado de consumidores para focar-se nos clientes comerciais, e esse poderia ser seu próximo passo.

“Há uma grande oportunidade para eles caso escolham atuar no ramo”, disse Llamas, sediado em Framingham, Massachusetts, em entrevista por telefone. “Muitas empresas querem uma solução completa e pronta para uso para a segurança de celulares. Adivinhe quem tem fornecido isso em certo nível? A BlackBerry demonstrou uma e outra vez que é um sistema seguro”.

Mercado corporativo

No passado, a BlackBerry dominava completamente os negócios de bancos, escritórios de advocacia e outras grandes companhias que compravam seus smartphones e os servidores seguros de e-mail que os usavam.


Esse controle está relaxando-se à medida que cada vez mais empregados reclamam o direito de usar iPhones no trabalho e os departamentos de tecnologia da informação vêem uma oportunidade de economizar dinheiro, potencializando o crescimento da tendência de se levar o dispositivo móvel próprio para o trabalho.

A BlackBerry, sediada em Waterloo, Ontário, poderia imitar as companhias menores como a Good Technology e a MobileIron Inc., concentrando-se no negócio empresarial para todos os celulares, disse Anil Doradla, analista na William Blair Co. em Chicago.

“A Mobile Iron e a Good Technology estão explorando as fraquezas da BlackBerry perseguindo o mercado de iPhone e Android e permitindo o uso desses dispositivos no mercado empresarial”, afirmou Doradla recentemente em entrevista por telefone.

“É um mercado de vários bilhões de dólares em expansão e a BlackBerry possui o fator da incumbência com seus dispositivos. A questão é como adotar uma abordagem específica quanto aos dispositivos”.

Oferta da Fairfax

Enfrentando a pobre demanda para seus novos telefones BlackBerry 10, o presidente Thorsten Heins anunciou o cancelamento de US$ 934 milhões em estoque não vendido em 20 de setembro e um plano para reduzir a força de trabalho da BlackBerry em mais de um terço.


Três dias depois, a Fairfax Financial Holdings Ltd. realizou uma oferta tentativa para adquirir a companhia por US$ 4,7 bilhões, US$ 9 por ação, como parte de um grupo de investimento. Seu presidente, Prem Watsa, ainda não mencionou os outros credores e não tinha garantido o financiamento quando a oferta foi anunciada.

Heins declarou no comunicado publicado em 20 de setembro que a BlackBerry planeja continuar produzindo tanto software quanto hardware. Watsa disse que ele deseja manter a companhia inteira.

Manter-se focado na produção de smartphones poderia não ser uma opção se os fornecedores e sócios rejeitarem a marca, afirma Peter Misek, analista na Jefferies LLC em Nova York. A Jabil Circuit Inc., uma das maiores fornecedoras da BlackBerry, afirmou no mês passado que provavelmente pare de trabalhar com a fabricante canadense de smartphones.

“Os dispositivos empresariais puros não existem mais”, afirmou Ojas Rege, vice-presidente de estratégia da MobileIron. “Certamente, o mundo agora emprega múltiplos sistemas operativos. Desde que você produza telefones, haverá um conflito de interesses”.

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