Balanço da Netflix: teto em assinaturas e novos preços baixam expectativas
No mau humor de Wall Street entra também o desempenho das ações, que caíram 44% no acumulado do ano
André Lopes
Publicado em 19 de abril de 2022 às 06h00.
Última atualização em 19 de abril de 2022 às 09h15.
A Netflix não está em sua melhor temporada. Só nos primeiros meses de 2022, a empresa viu as ações caírem 44%, precisou de uma campanha interna para controlar gastos, e se lançou em uma nova gestão de assinaturas—estagnadas desde o final de 2021—e precisou lidar com a suspensão do serviço na Rússia.
Episódios ruins que devem impactar o balanço que será apresentado nesta terça-feira, 19.
Com projeção de receita para o trimestre de US$ 7,9 bilhões—um aumento de 10,3% em relação ao ano anterior—para Wall Street, no horizonte de problemas da Netflix a baixa rotatividade de assinaturas lidera como questão mais urgente.
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Para se ter uma ideia, em 2021, no primeiro trimestre, 4,2 milhões de usuários entraram para o serviço. No período atual, a expectativa é que metade disso seja registrado.
Outro ponto de preocupação é o mais recente aumento de preços de assinaturas do streaming que, além de tornar concorrentes mais atraentes para a cesta dos consumidores, demonstra aos investidores que a empresa terá de atacar em outras frentes, como atualmente já faz com a nova loja de jogos mobile.
Os analistas também destacam que aumento dos gastos com conteúdo original, em meio a intensa concorrência no espaço de streaming, começa a mostrar o fundo do bolso da companhia.
Nesse cenário, a Netflix parece precisar ter novas ideias para sair da cena de suspense, e se manter longe do drama.