As 5 tecnologias que vão mudar o mundo em 5 anos, segundo a IBM
Saiba o que a IBM, uma das empresas de tecnologia mais antigas, acredita que causará impactos no mercado dentro de pouco tempo
Lucas Agrela
Publicado em 19 de março de 2018 às 13h01.
Última atualização em 19 de março de 2018 às 15h11.
São Paulo – A IBM anuncia nesta semana o seu conjunto de previsões "Next 5 in 5", que elenca quais inovações científicas a empresa acredita que terão impacto significativo no mercado nos próximos cinco anos.
Poluição marítima
Para lidar com a poluição dos oceanos, a companhia prevê o uso de microrobôs com inteligência artificial que poderão, por exemplo, detectar a saúde dos plânctons. "Estaremos em um nível em que conseguiremos gerar esses robôs com baixo custo", afirmou Ulisses Mello, diretor do laboratório de pesquisas da IBM Brasil, ao Site EXAME.
Inteligência artificial
Tendência em diversos segmentos, a inteligência artificial já é uma realidade atualmente, inclusive na própria IBM, que têm o Watson, com diversas APIs em aplicativos de terceiros.
Por exemplo, o escritório Urbano Vitalino, do Recife (PE), usa a plataforma do Watson em sua assistente virtual, chamada Carol, para automatizar o preenchimento de dados de processos judiciais no sistema interno da firma. No entanto, a empresa diz que essa tecnologia precisa ser imparcial.
"A inteligência artificial precisa ser justa para ser usada na tomada de decisões nas empresas. É preciso avaliar com qual amostragem de dados ela foi criada", disse Mello.
Em 2016, a Microsoft, rival da IBM, colocou uma inteligência artificial no Twitter e, alimentada pela base de usuários do microblogue, ela se tornou racista, xenófoba e machista em apenas 24 horas. Logo após o acontecimento, que disparou um alerta interno na empresa, o projeto foi tirado do ar.
Âncora criptografada
O blockchain é uma tecnologia estudada por diversos segmentos para evitar fraudes. Segundo a IBM, ele será usado contra falsificadores como uma forma de assegurar a autenticidade de um determinado produto.
De acordo com Mello, um exemplo seria o monitoramento do trajeto de uma fruta, do seu ponto de origem até o seu destino. "Como a cadeia do blockchain é imutável, seriam necessários muitos pontos de vulnerabilidade para alterar a transparência dele, por isso, as fraudes vão reduzir muito com isso", afirmou o diretor.
Para que algo assim aconteça, é claro, as frutas ou qualquer outro objeto precisariam contar com sensores que enviam dados para a cadeia criptografada do blockchain.
Lattices
Hoje, a criptografia usada em diversos serviços online é baseada na troca de chaves públicas e privadas, com cada vez mais bits para aumentar a complexidade e o nível de segurança da codificação. Para a IBM, uma tendência é usar truques de álgebra linear para esconder essas chaves. Eles são chamados “lattices”.
"Isso também permite que você faça determinadas coisas, como, em vez de descriptografar a informação, você pode sempre mantê-la criptografada. Você só vai precisar do resultado do enigma matemático, não mais das chaves A e B", de acordo com Mello.
Um exemplo de uso seria em bancos. No momento de acessar o saldo da sua conta, você poderá ver a informação enquanto mantém as chaves seguras.
Computação quântica
Ainda hoje nas mãos dos pesquisadores, a computação quântica já terá impacto no mercado dentro de cinco anos, prevê a IBM.
Essas máquinas, que usam qubits em vez de bits, o que lhes permitem a representação de 0 e 1 simultaneamente em vez de um por vez, poderão ajudar na criação de novos materiais químicos. Essa nova fase da computação vai ajudar a simplificar a representação da natureza no ambiente digital.
Cada qubit pode ser usado para representar um átomo, e o processador quântico mais recente consegue processar 50 qubits, o que já lhe permite uma representação complexa de uma molécula. Com 100 qubits, problemas químicos podem ser resolvidos. A aplicação dessa tecnologia também vai ajudar bancos a fazer uma das atividades computacionais mais importantes para o segmento financeiro: a análise de risco.
Vale notar que muitas dessas tecnologias que podem impactar o mundo nos próximos cinco anos ainda devem levar algum tempo para chegarem a produtos voltados aos consumidores, apesar de que seus efeitos poderão ser sentidos por nós, de uma forma ou outra, nesse período.