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Adolescentes são mais propensos a provar cigarro eletrônico

Uma pesquisa feita no País de Gales mostra que de 10 600 jovens, com idade entre 11 a 16 anos, 12,3% já provaram cigarro eletrônico pelo menos uma vez

Contrariando a tese de que o e-cigarro seria uma porta de entrada para o tabagismo, os usuários regulares do cigarro eletrônico são muitas vezes aqueles que fumam ou já fumaram tabaco ou maconha (Joe Raedle/AFP)

Contrariando a tese de que o e-cigarro seria uma porta de entrada para o tabagismo, os usuários regulares do cigarro eletrônico são muitas vezes aqueles que fumam ou já fumaram tabaco ou maconha (Joe Raedle/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2015 às 15h16.

Última atualização em 19 de outubro de 2018 às 12h17.

São Paulo - Os adolescentes são mais propensos a provar o cigarro eletrônico do que o cigarro tradicional, mas muito poucos deles o adotam - segundo um estudo britânico publicado nesta quinta-feira (16).

Com base em duas pesquisas feitas com 10 600 jovens do país de Gales com idade entre 10 a 16 anos, o estudo mostra que 5,8% dos 10-11 anos já provou cigarro eletrônico pelo menos uma vez contra 1,6% do cigarro convencional.

O teste do cigarro eletrônico aumenta com a idade, chegando a 12,3% entre os 11-16 anos de idade, mas ainda é menor do que o de tabaco, com exceção dos adolescentes entre 15-16 anos.

Apenas 1,5% dos 11-16 anos de idade relatam o uso regular (pelo menos mensalmente) do cigarro eletrônico, "o que sugere que o vaporizador não contribui diretamente e de forma significativa para a dependência da nicotina nos adolescentes de hoje", escrevem os autores do estudo publicado na revista médica BMJ Open.

No entanto, eles reconhecem que os usuários regulares do cigarro eletrônico são muitas vezes aqueles que fumam ou já fumaram tabaco ou maconha, fato que contraria a tese de que o e-cigarro seria uma porta de entrada para o tabagismo.

Eles continuam cautelosos e notam que é "possível que o uso do e-cigarro e do tabaco sejam favorecidos por fatores semelhantes e ocorrem simultaneamente sem uma relação de causa e efeito".

Entre outras lições tiradas do estudo, figuram a constatação de que o cigarro eletrônico é um fenômeno que afeta adolescentes de todas as origens sociais e sexos, enquanto o tabagismo continua a ser maior entre os meninos de classe trabalhadora.

"Nossos resultados sugerem que a vaporização poderia se espalhar entre os jovens e tornar-se uma espécie de padrão, independentemente do status econômico e social, etnia ou gênero, como foi o caso da maconha e outras drogas recreativas na década de 1990", notam os autores do estudo, liderado pelo professor Graham Moore, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido.

O estudo britânico é bastante próximo ao de outros estudos publicados nos últimos anos, mostrando um forte interesse de jovens adolescentes para o e-cigarro, embora muitos países já têm ou estão prestes a legislar no sentido de proibir sua utilização em menores de 18 anos, como é o caso do tabaco.

De acordo com uma pesquisa da associação Paris Sem Tabaco, realizado a partir de uma amostra representativa de 2% dos estudantes do ensino médio na capital francesa, a proporção de alunos do ensino secundário (12 a 19) que já experimentou o cigarro eletrônico explodiu nos últimos anos: 39% em 2014 contra 10% em 2011.

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