12 grandes fracassos de 2014 em tecnologia
Relembre as falhas épicas que ocuparam os noticiários de tecnologia neste ano – do encalhe do smartphone da Amazon ao declínio do Google Glass
Maurício Grego
Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 05h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h55.
São Paulo -- O ano ainda não acabou, mas já temos nossa lista de falhas épicas que marcaram 2014 na área de tecnologia . Ela vai do fracassado smartphone da Amazon ao embaraçoso vazamento de fotos de celebridades no iCloud, passando pelo declínio do Google Glass, que prometia muito mas acabou quase esquecido. Confira nas fotos.
Neste ano ficou claro aquilo de que muita gente já desconfiava: o Google Glass é um produto de nicho e é improvável que venha a ser usado por muitas pessoas. Os óculos inteligentes do Google frequentavam os noticiários desde 2012. Mas, neste ano, eles acabaram quase esquecidos. Esses óculos com câmera perturbam as pessoas à frente, que se sentem vigiadas por eles. E sua bateria de curta duração não permite uso prolongado. Como resultado, muitas pessoas que compraram o Glass acabaram abandonando os óculos. Mas o Google parece não ter desistido do Glass ainda. A empresa deve lançar um novo modelo em 2015.
Desde o final de 2013, a Samsung lançou meia dúzia de relógios inteligentes. A Sony já está na terceira geração de seu Smartwatch. LG, Motorola e empresas menores, como a Pebble, também têm seus gadgets de pulso. Mesmo com tantas opções, nenhum relógio inteligente teve sucesso estrondoso até agora. O motivo parece ser que esses dispositivos ainda não trazem benefícios claros para o usuário. Uma nova geração vai chegar em 2015, puxada pelo Apple Watch – que a Apple concebeu para ser um produto de moda. É provável que isso dê mais visibilidade a esses relógios. Mas há quem preveja que só em 2018 eles vão superar as pulseirinhas para exercícios físicos em vendas.
Em abril, uma perigosa falha de segurança expôs senhas de usuários de milhares de sites da web. Apelidada Heartbleed (sangramento no coração), a brecha foi causada por um defeito no código do OpenSSL, software usado para implementar criptografia nos sites. A lista dos sites vulneráveis incluía desde serviços populares como Yahoo! e Flickr até sites de empresas de segurança, como a Kaspersky. Além de atualizar seus servidores para corrigir o problema, várias dessas empresas tiveram de pedir a seus usuários que trocassem suas senhas por precaução.
Em junho, o Fire Phone, da Amazon , marcou a entrada da empresa de Jeff Bezos no mercado de smartphones. Mas o aparelho não agradou ao público e a Amazon perdeu 170 milhões de dólares por encalhe de estoque. O fato é que as inovações do Fire Phone – efeitos gráficos na tela e um scanner para identificar produtos nas lojas – não trazem benefício significativo ao usuário. Quando foi lançado, o smartphone custava tanto quanto um iPhone nos Estados Unidos (a Amazon, depois, reduziu o preço). Então, os americanos preferiram o iPhone. Mesmo com esse primeiro fracasso, Jeff Bezos parece não ter desistido. Quando perguntaram a ele sobre futuros modelos do Fire Phone, a resposta foi: “Aguarde!”
Em junho, soube-se que o Facebook havia empregado 689 mil usuários como cobaias num experimento. A essas pessoas, o Facebook exibia, durante determinado período, atualizações de conteúdo positivo ou negativo para testar suas reações emocionais. O experimentou foi feito sem o consentimento dos usuários. Isso provocou uma chuva de críticas sobre o Facebook. A empresa respondeu que tudo não passara de uma “falha de comunicação”.
O vietnamita Dong Nguyen parece ter ficado perturbado com o sucesso de seu joguinho Flappy Bird, que viralizou no início do ano. Nguyen tirou o jogo da App Store, o que aumentou o interesse nele. Isso levou ao surgimento de inúmeros clones. Nguyen, então, parece ter percebido que havia perdido uma oportunidade. Em agosto, ele tentou recuperar o atraso com o Swing Copters, joguinho similar ao Flappy Bird. Mas o público já havia cansado daquele tipo de jogo. E pouca gente se interessou pelo Swing Copters.
Em agosto, hackers furtaram e publicaram na web centenas de fotos íntimas de celebridades que estavam armazenadas no serviço iCloud , da Apple. Jennifer Lawrence (nesta foto) e outras vítimas do vazamento ficaram furiosas. Foi o maior vexame do ano para a Apple, que teve de explicar o episódio: "Nós descobrimos que certas contas de celebridades foram comprometidas por um ataque muito segmentado a nomes de usuário, senhas e perguntas de segurança ", disse a empresa num comunicado. "Nenhum dos casos investigados resultou de violação em sistemas da Apple, incluindo iCloud e Encontrar meu iPhone", prossegue o texto.
Assim que o iPhone 6 Plus chegou às lojas, em setembro, surgiram reclamações de usuários que tiveram o aparelho entortado no bolso traseiro da calça. Vídeos mostravam o iPhone sendo curvado com as mãos. A “flexibilidade” do smartphone virou piada nas redes sociais. A Apple disse que pouquíssimos aparelhos foram entortados, e que os substituiria. Ela ainda afirmou que smartphones de outras marcas também podiam ser entortados, o que foi confirmado em testes. O episódio foi embaraçoso, mas teve final feliz para a Apple. O assunto foi esquecido com o tempo e o iPhone 6 Plus se tornou um sucesso de vendas.
Cerca de uma semana depois de liberar o sistema iOS 8 para os usuários, em setembro, a Apple soltou uma atualização para corrigir bugs, o iOS 8.0.1. A atualização, porém, impedia o acesso do smartphone à rede celular. Ou seja, ela transformava o iPhone num iPod touch. As reclamações dos usuários rapidamente se espalharam pelas redes sociais. A Apple teve de cancelar a atualização e preparar, às pressas, o iOS 8.0.2 para corrigir o problema. A empresa diz que cerca de 40 mil usuários tiveram seus iPhones paralisados pela falha.
A Uber , que usa carros de luxo para transporte de passageiros, viveu um escândalo em novembro. Seu vice-presidente Emil Michael disse que a Uber poderia gastar 1 milhão de dólares para caçar podres na vida de jornalistas que falam mal da companhia. Depois, descobriu-se que altos executivos da empresa têm acesso aos registros de deslocamentos dos usuários. Ou seja, eles podem espioná-los e, segundo relatos, fazem isso em algumas situações. O Uber foi pesadamente criticado, mas não se abalou. Michael continua em seu posto de vice-presidente.
A Microsoft Band, anunciada em outubro, marcou a entrada da Microsoft no mercado de computação vestível . Essa pulseira inteligente para monitorar exercícios físicos tem mais recursos que outras similares e é compatível com mais smartphones. Mas bastaram alguns testes para que ficasse claro que a Microsoft havia errado na fórmula. Veja o que escreveu Scott Stein, do site Cnet, depois de testar a pulseira: “A vida da bateria é medíocre. Ela não serve para nadar. A sincronização por Bluetooth tem bugs. O app Microsoft Health não é tão fácil de usar; e as dicas que ele fornece são poucas e esparsas. Além disso, a medida da pulsação parece ser um pouco inconsistente.”
Em novembro, a Sony Pictures sofreu o mais devastador ataque hacker de 2014. Um grupo chamado Guardians of Peace (GoP) invadiu os servidores da empresa e roubou listas de senhas, informações de funcionários e até filmes inéditos produzidos pelo estúdio de cinema. Vários desses filmes foram liberados na web e se espalharam pelos sites de compartilhamento de arquivos. A situação se tornou ainda mais vergonhosa quando se descobriu que a Sony era extremamente negligente na proteção de seus servidores. O prejuízo foi estimado em 100 milhões de dólares.