Revista Exame

Angry birds, velozes e furiosos

Com 150 milhões de participantes, o jogo Angry Birds atrai empresas como Nokia, Fox e Deutsche Telekom. Todas querem pegar carona na revolta dos passarinhos

O Angry Birds, da finlandesa Rovio:  a empresa agora negocia seus primeiros projetos no Brasil (Exevine/LatinStock)

O Angry Birds, da finlandesa Rovio: a empresa agora negocia seus primeiros projetos no Brasil (Exevine/LatinStock)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2011 às 17h36.

São Paulo - Impulsionados por um estilingue, vários passarinhos coloridos e raivosos atacam porquinhos para recuperar seus ovos roubados. Foi com esse enredo simples — quase infantil — que o jogo Angry Birds se tornou um dos maiores fenômenos recentes do mundo digital.

Desde que foi lançado pela fabricante de jogos finlandesa Rovio Mobile, em dezembro de 2009, Angry Birds foi baixado 150 milhões de vezes e ganhou 2,7 milhões de seguidores no Facebook.

No final de abril, a revista Time incluiu o criador do jogo, Peter Vesterbacka, na lista das 100 personalidades mais influentes do ano, ao lado de gente como Barack Obama e Julian Assange.

O sucesso instantâneo levou a Rovio, e seus 60 funcionários instalados em Espoo, cidade de 250 000 habitantes nos arredores de Helsinque, a atrair a atenção de grandes corporações, interessadas em pegar carona no voo dos passarinhos.

“É um jogo que agrada a todas as idades e níveis culturais e, portanto, é uma ótima vitrine para qualquer empresa”, diz o americano Harold Goldberg, especialista em jogos eletrônicos.

Uma das campanhas com maior repercussão foi feita pela 20th Century Fox para o lançamento do filme de animação Rio, dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha.

Angry Birds ganhou uma versão especial relacionada ao filme, em que os pássaros têm a missão de libertar animais aprisionados. O investimento na campanha incluiu um anúncio no SuperBowl, a final do campeonato de futebol americano, no dia 6 de fevereiro.

As duas empresas usaram o espaço publicitário mais caro do mundo, em que o minuto custa até 4 milhões de dólares, para revelar aos fãs do jogo um caminho secreto que os levaria a concorrer a uma passagem para a estreia do filme, no Rio de Janeiro, no dia 15 de abril.

A repercussão foi enorme, com 10 milhões de downloads do Angry Birds Rio nas duas primeiras semanas da promoção. “Queremos que a marca Angry Birds perdure por anos e anos”, disse a EXAME o vice-presidente de relações públicas da Rovio, Ville Heijari. “E parcerias com corporações de peso são o melhor caminho para um dia nos transformarmos também em uma multinacional.”


Em alguns casos, a influência da Rovio vai além das campanhas de marketing. É o que vem acontecendo em uma parceria com a também finlandesa Nokia.

Em março, as duas empresas promoveram o primeiro campeonato de Angry Birds em seu país de origem, com 2 600 participantes. O campeão, Jonas Koivula, de 19 anos de idade, ganhou uma viagem para visitar os estúdios da Fox em Hollywood e, claro, um smartphone de última geração da Nokia (a competição deverá ser lançada também na América Latina).

Depois do sucesso da primeira iniciativa, a Rovio foi convocada pela Nokia para ajudar a fabricante de celulares a expandir a base de usuários de uma recém-lançada tecnologia para pagamentos por celular.

Com isso, 20 novas fases do jogo serão desenvolvidas exclusivamente para os clientes do serviço. Apenas cinco fases serão liberadas inicialmente — as demais, só quando o cliente convidar outras pessoas a participar do jogo.

Voo no Brasil

Há poucas semanas, o Angry Birds saiu do universo online para ganhar espaço no mundo real. No dia 11 de maio, a operadora de telefonia Deutsche Telekom montou em uma praça de Barcelona uma versão em tamanho gigante do jogo para promover uma linha de smartphones com preços abaixo de 100 euros.

“Com tanta popularidade, o Angry Birds virou uma ótima oportunidade para as empresas mostrarem novos produtos ou serviços”, diz Tiago Ritter, sócio da agência de marketing digital W3Haus.

Em breve, o apelo dos passarinhos raivosos poderá ser testado por companhias brasileiras. Graças a uma parceria com a empresa paulista de desenvolvimento de produtos e marcas LID, a Rovio chegou ao Brasil em maio.

“Estamos negociando vários projetos no Brasil. Ganhar espaço no país é prioridade”, diz o paulistano Claes Kalborg, vice-presidente de planejamento da Rovio.

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