Escola pública, em Sumaré, no interior de São Paulo: os mais pobres são os menos conectados | João Prudente/PULSAR IMAGENS /
André Jankavski
Publicado em 6 de junho de 2019 às 05h08.
Última atualização em 25 de junho de 2019 às 16h02.
Entendida como um meio capaz de democratizar a informação e disseminar o conhecimento, a internet ainda está longe de ser acessada por todos. No Brasil, cerca de 33% dos brasileiros com 10 anos ou mais não têm acesso à rede mundial de computadores, de acordo com dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação. Esse percentual é constituído, primordialmente, por pessoas das classes C e D e por habitantes das zonas rurais.
O grau de instrução também é fator determinante no mapa da desigualdade digital: os brasileiros que têm apenas o ensino fundamental respondem por 33% dos que assistem a vídeos pela internet e por 23% dos que leem jornais online, segundo um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Considerando o grupo dos que concluíram o ensino médio e o dos que chegaram à faculdade, as proporções alcançam 67% e 77%, respectivamente.
A tendência permanece no consumo de jogos e música online. “A única forma de mudar essa realidade é o governo desenvolver políticas públicas voltadas para a educação digital”, afirma Frederico Barbosa, pesquisador do Ipea e um dos autores do estudo.
SEGURANÇA DIGITAL
As tecnologias de segurança digital por meio de biometria estão evoluindo para coibir roubos e fraudes, seja nas contas bancárias, seja nas eleições. Isso acontece principalmente em países emergentes, que, nesse quesito, estão à frente de nações desenvolvidas. Grandes democracias, como o Brasil e a Índia, estão utilizando a tecnologia para trazer mais segurança aos pleitos.
Por aqui, 67% do eleitorado já cadastrou as impressões digitais para se identificar na hora do voto, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. Não é por acaso, portanto, que uma pesquisa realizada pela empresa francesa Idemia, que ouviu 2.800 pessoas em 11 países, apontou que 89% dos brasileiros utilizaram a biometria digital em algum momento da vida. Trata-se do maior índice do mundo — a proporção cai para 48% nos Estados Unidos.
No reconhecimento de voz e da íris, a Índia lidera. Os bancos também têm adotado a biometria como mais uma ferramenta de segurança. Isso faz com que as populações emergentes confiem mais nesse tipo de tecnologia.