A empresa viu os fãs se vestirem com os disfarces dos ladrões da série La Casa de Papel e com os trajes dos jogadores de Round 6. Então por que não vender aquilo que ela mesmo cria? (Iarti/Getty Images)
“Comprei na Netflix.” À primeira vista a frase pode parecer estranha, mas é justamente o que a plataforma de streaming quer que seus 208 milhões de usuários possam dizer. Com a Netflix Shop, que vende produtos de vestuário e relacionados aos grandes sucessos do serviço, a empresa ingressou em um novo plano de diversificação dos negócios, que deve se intensificar em 2022. A demanda já existia. A empresa viu os fãs se vestirem com os disfarces dos ladrões da série La Casa de Papel e com os trajes dos jogadores de Round 6. Então por que não vender aquilo que ela mesmo cria?
Uma razão para tal é a expectativa de que, com o alívio da pandemia, as pessoas diminuam a quantidade de horas que gastam assistindo a filmes e séries — e, consequentemente, com impacto negativo nas receitas da empresa.
A estratégia de diversificação tem outras etapas em andamento. Uma delas é o serviço de videogames que funciona via streaming, desacreditado pela baixa qualidade da transmissão, mas que deve abrir concorrência com o Xbox, da Microsoft, e o PlayStation, da Sony. Outra é uma loja de aplicativos para smartphones que funciona da mesma forma que a App Store, da Apple. Se vai dar certo só o tempo dirá. É preciso levar em conta que o streaming não é o principal negócio de concorrentes como Disney, HBO e Amazon, de modo que a fonte de renda dessas empresas é pulverizada em parques de diversão, infraestrutura de rede e e-commerces. A Netflix deve fazer o caminho contrário.