Banco em Nova York: um ataque virtual a cada três dias | Shin Woong-jae/The New York Times/Fotoarena /
Fabiane Stefano
Publicado em 29 de março de 2018 às 06h00.
Última atualização em 1 de agosto de 2018 às 15h45.
Num mundo cada vez mais conectado, não é de estranhar que a criminalidade migre de forma veloz e eficiente para o ambiente virtual. Um estudo da consultoria americana Accenture mostra que as empresas do setor bancário são as que mais gastam para se proteger das ameaças virtuais. O trabalho, feito em parceria com o instituto Ponemon, também dos Estados Unidos e dedicado à proteção de dados e segurança da informação, verificou que cada grande empresa de serviço financeiro gastou, em média, 18 milhões de dólares em 2017 para se proteger de crimes cibernéticos — 38,5% mais do que em 2014. O valor é superior à média alocada por companhias de outros setores também visados pelos bandidos virtuais, como telecomunicações, energia e defesa, que gastaram uma média de 12 milhões de dólares no ano passado.
Esse tipo de despesa leva em conta apenas os custos diretos dos ataques e não inclui soluções nem investimentos de longo prazo. A expansão dos gastos com proteção responde diretamente ao aumento dos ataques. Em 2014, eram aproximadamente 40 casos por ano. Agora, são registradas cerca de 125 ocorrências, praticamente uma a cada três dias. O tipo de crime virtual mais caro para os bancos e para as instituições financeiras é a chamada interrupção de serviço com a consequente perda de informações — que afetam diretamente a vida do cliente. Cada ataque custa, em média, quase 228 000 dólares e 60% dos gastos totais são decorrentes da detecção e contenção. “À medida que os custos dos crimes cibernéticos continuam a subir, as empresas do setor financeiro têm investido mais em relação ao uso de tecnologias de automação, inteligência artificial e machine learning para se proteger”, diz Chris Thompson, diretor da Accenture e líder global da área de finanças e risco. No setor financeiro, o estudo ouviu 352 executivos de grandes empresas em sete países: Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Austrália, França, Itália e Japão.
CONSTRUÇÃO CIVIL
A RECUPERAÇÃO ESTÁ EM MARCHA
Ainda são de dar vontade de chorar os dados gerais do setor de construção residencial, comercial e hoteleira. Em fevereiro, o índice que mede a atividade de construção nesses segmentos registrou o pior momento: desceu para 51 pontos, menos da metade do auge alcançado pelo indicador em novembro de 2011, com quase 118 pontos. O que não é tão evidente é o que ocorre ao longo do processo de construção, como mostram dados da empresa de big data Neoway. Enquanto houve retração de 1,6% nas construções em fase de acabamento de fevereiro de 2017 a fevereiro deste ano, as obras em início, ou seja, na fundação, cresceram 47% no mesmo período. O avanço é resultado da expansão dos lançamentos de imóveis desde agosto do ano passado. Nessa toada, podem vir boas notícias nos próximos seis meses, intervalo médio entre o lançamento de uma obra e quando ela sai do papel. Isso porque houve uma elevação de 10% no número de empreendimentos novos apenas nos dois primeiros meses de 2018.
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
O EFEITO DA DESINDUSTRIALIZAÇÃO
Um levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais mostra que, enquanto a importação de máquinas e equipamentos caiu 16% em 2017, a compra de peças e acessórios para reposição cresceu 14%. Ou seja, as empresas brasileiras estão limitando seus investimentos na renovação de um parque industrial já envelhecido, que tem, em média, 17 anos de idade. Por enquanto, a tônica é apenas manter o parque já instalado, repondo partes desgastadas ou fazendo adaptações. A previsão da entidade é que a importação de bens de capital leve ainda pelo menos cinco anos para recuperar os volumes alcançados em 2013, quando 33 bilhões de dólares em máquinas e equipamentos chegaram ao Brasil. Para o setor, os sinais são de que a recente desindustrialização brasileira deverá ser compensada com o aumento da importação de produtos em geral pelo país. Para este ano, a previsão é de aumento de 12% nas importações do Brasil, para perto de 170 bilhões de dólares.
EMPREGO
DIFÍCIL É ACHAR GENTE COM QUALIFICAÇÃO
Uma pesquisa da consultoria americana de recursos humanos Robert Half mostra que o Brasil é o país onde os altos executivos das empresas têm mais dificuldade para contratar. Na consulta com quase 5 000 presidentes de empresas e vice-presidentes financeiros de 13 países, 76% dos brasileiros entrevistados disseram sentir muita dificuldade para encontrar profissionais qualificados no mercado. Na Austrália, que vem em segundo lugar, 57% dos consultados dizem não encontrar o trabalhador com perfil adequado. No Brasil a taxa geral de desemprego é de 11,8%. No entanto, a taxa de desocupação é bem menor para os profissionais com 25 anos de idade ou mais e formação superior: 5,7%. Ou seja, o apagão de talentos continua.