Revista Exame

Para atrair investidores, cidades usam selos de qualidade para startups

Cada vez mais cidades brasileiras adotam “selos” de procedência para suas startups, numa tentativa de atrair investidores e expandir a economia local

Rafael Matos, fundador da ATW Delivery Brands (ES): a rede de franquias capixaba, que faturou 50 milhões de reais em 2020, é dona de três marcas de restaurantes que funcionam somente por delivery (Divulgação/Divulgação)

Rafael Matos, fundador da ATW Delivery Brands (ES): a rede de franquias capixaba, que faturou 50 milhões de reais em 2020, é dona de três marcas de restaurantes que funcionam somente por delivery (Divulgação/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 15 de abril de 2021 às 05h25.

Como muitos brasileiros o capixaba Rafael Matos, quis empreender desde cedo. Com os amigos Victor Cola, Luciana Sarres, Felipe Sarres e Thiago Salla, fundou um restaurante de comida caseira em Vitória em 2014. Com a recessão e os custos com aluguel e folha de pagamentos, o negócio faturava só o bastante para pagar as contas. Após um ano e meio de operação, os sócios decidiram fechar as portas e partir para outra com o capital que restava.

Sem muitas opções, Matos apostou as fichas numa proposta inovadora: um restaurante sem salão, só com delivery — a chamada dark kitchen (“cozinha escondida”, numa tradução livre). Na época, aplicativos de entrega como iFood e Rappi ganhavam terreno pelo país, e os sócios acreditaram em lucros maiores com uma operação enxuta.

Em 2017, eles criaram a ATW Delivery Brands, hoje uma das maiores redes de dark kitchens brasileiras. A companhia tem 250 franqueados que operam marcas de frango frito (N1 Chicken), sanduíches (Gringo Wing’s Planet) e cachorro-quente (Jullius).

No ano passado, os negócios faturaram 50 milhões de reais. Em 2021, a ambição é chegar a 200 milhões de reais de faturamento. A ATW é uma das muitas empresas inovadoras abertas em Vitória. Origem de negócios conhecidos, como o aplicativo de pagamentos PicPay e o e-commerce de vinhos Wine, a cidade criou nos últimos anos o Vale da Moqueca — uma homenagem ao Vale do Silício americano e ao prato típico regional.

Uma espécie de “selo de qualidade” das empresas locais, a iniciativa visa reunir os fundadores de startups, a comunidade universitária, o governo local e as grandes empresas para transformar a capital do Espírito Santo num polo de tecnologia. “Vitória é, frequentemente, eleita como uma das melhores cidades para empreender e para morar, mas ainda assim o ecossistema de startups não decolava”, diz Rogério Salume, fundador da Wine e do Vale da Moqueca. “Estudamos os exemplos de Florianópolis, Recife e Belo Horizonte para fortalecer o ecossistema local.”

Assim como Vitória, dezenas de cidades brasileiras também organizam “vales de inovação” para dar um gás na divulgação de suas startups. É um fenômeno de capitais como Teresina (Cajuína Valley, em homenagem à bebida típica local) e Manaus (Jaraqui Valley, nome de um peixe amazônico) e de cidades médias do interior brasileiro, como Bauru, onde está o Sand­wich Valley, uma ironia ao lanche homônimo, cujo berço é motivo de controvérsias entre os bauruenses e os paulistanos. Ou então Joinville, no norte catarinense, que brincou com o próprio nome da cidade ao batizar de Join.Valle o ecossistema de inovação da cidade.

Apesar de o Brasil ter mais de 13.000 startups, quase 30% estão no estado de São Paulo. Chamar a si de “vale” é, portanto, um jeitão criativo de empreendedores fora do eixo Rio-São Paulo colocarem seus nomes no mapa e atraírem negócios. “O nome dá uma ideia de comunidade, tão importante para as startups”, diz Felipe Matos, presidente da Associação Brasileira de Startups.

(Arte/Exame)

Mais importante do que o selo de qualidade são as ações concretas tomadas pelas autoridades locais para fomentar esses centros de inovação espalhados pelo país. Como são negócios de alto risco, as startups precisam de capital, acesso a mercados, um capital humano diverso e espaços de colaboração — afinal, só assim é possível criar ou refinar ideias capazes de erguer um negócio do zero ao topo.

“Os ecossistemas são grandes úteros de startups”, diz Paulo Renato Macedo Cabral, gerente de inovação do Sebrae Nacional. “É diferente de montar um negócio tradicional, como uma padaria.” Quem apostou no modelo colhe resultados.

Vide Florianópolis, que desde os anos 1980 incentiva a abertura de centros de pesquisa e, mais recentemente, deu benefícios fiscais para empresas de base tecnológica. Hoje, 14% do PIB local vem de mais de 4.000 empreendimentos de tecnologia instalados por ali. Segundo o Sebrae, iniciativas na linha da desenvolvida na capital catarinense estão em outras 48 cidades brasileiras e há o potencial de começar esse trabalho em outros 213 centros urbanos relevantes.

Isaiane de Mendonça, fundadora da Autoforce (RN): com a pandemia, a startup natalense desistiu dos planos de abrir uma filial em São Paulo para estar mais próxima dos clientes (Divulgação/Divulgação)

Mas, afinal, o que junta os empreendedores ao redor da ideia de um “vale”? Uma parte da resposta está em ter uma agenda concorrida de eventos para bombar os negócios num local. Um deles, o Startup Weekend, criado pela aceleradora americana Techstars, ganhou destaque desde o desembarque no Brasil, em 2010, ao conectar empreendedores, desenvolvedores e designers a mentores e investidores em eventos que lembram muito os do Vale do Silício.

É comum nesses encontros o uso do linguajar disseminado pelos empreendedores californianos pelo mundo, como ­pitch (nome dado às sessões de apresentação de empreendedores). Em 11 anos, as cidades brasileiras sediaram mais de 700 edições do Startup Weekend. Muitas comunidades surgiram desses eventos, a exemplo do Cerrado Valley, em Brasília.

Nas primeiras edições locais, em 2011, o evento atraía os poucos interessados em tecnologia numa cidade até então com economia muito atrelada à máquina pública. “O grupo que não queria trabalhar no serviço público encontrou ali uma língua comum”, diz Roberto Braga, organizador do Startup Weekend. Foi em uma das edições do evento que Braga conheceu Fabricio Buzeto e Gustavo Gorenstein, seus sócios na BxBlue, startup fundada em 2017 como um marketplace de crédito consignado público e que hoje é uma das referências do Cerrado ­Valley. Em janeiro, a BxBlue recebeu aporte de 38 milhões de reais liderado pela gestora Igah Ventures.

Em uma década de Startup Weekend, Brasília mudou. Hoje, por ali, há três parques tecnológicos e uma aceleradora de porte nacional, a Cotidiano. O resultado: mais de 200 startups mapeadas e que chamam a atenção de investidores de fora do Brasil. Um exemplo é a Ribon, fundada em 2016 como uma espécie de “Spotify da caridade”, que oferece opções de doação para incentivar a filantropia entre os jovens — hoje são mais de 30.000 usuários ativos. Acelerada pela Cotidiano e investida da Redpoint eventures, a Ribon foi eleita pela Fundação Bill & Melinda Gates uma das dez empresas mais criativas do mundo, no início do ano.

Os “Vales do Silício brasileiros” só ganharam mais relevância quando começaram a pipocar pelo Brasil as startups unicórnio — avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares. Desde 2018, quando a empresa de mobilidade 99 atingiu esse patamar, os unicórnios foram se acumulando: Nubank, Movile, Gympass, Loggi, QuintoAndar, Ebanx, Wildlife, Loft, Vtex, Creditas, MadeiraMadeira e Hotmart. O sucesso dessas empresas mostrou aos empreendedores brasileiros, ao mercado e às autoridades que há espaço no Brasil para desenvolver grandes negócios de inovação.

Em Curitiba, onde Ebanx e MadeiraMadeira estão sediadas, o ecossistema de empreendedorismo, chamado de Vale do Pinhão, gira ao redor dessas empresas de tecnologia experientes. Além das duas, a capital paranaense também é a casa de três potenciais unicórnios: as startups Contabilizei, Olist e Pipefy, que acumulam milhões de dólares em aportes. “Ter exemplos próximos em sua cidade é algo importante para incentivar empreendedores”, diz Fernanda de Melo Magalhães, coordenadora da Endeavor, rede de apoio a empreendedores. Quem foi bem-sucedido na jornada de empreendedorismo pode virar investidor de quem está começando.

Os fundadores do Ebanx fazem isso há seis anos e, com a maturidade do ecossistema curitibano, decidiram criar a gestora Honey Island para administrar os investimentos — hoje, são 14 startups no portfólio. “O fundo começou pequeno e se confunde com nossa história de mentorias a outros empreendedores da cidade”, diz André Boaventura, sócio do Ebanx. Uma das investidas é a OmniChat, plataforma de chat para vendas no WhatsApp fundada em 2015 e que triplicou de tamanho em 2020 ao atender grandes clientes, como Arezzo, Boticário e Leroy Merlin, na pandemia.

Com isso, vieram novos aportes: em janeiro, ela recebeu 20 milhões de reais numa rodada liderada pela Kaszek Ventures. “Ter os empreendedores de sucesso de Curitiba como conselheiros nos ajudou na rodada”, diz o sócio Mauricio Trezub.

André Boaventura, sócio do Ebanx (PR): avaliada em mais de 1 bilhão de dólares desde 2019, a startup curitibana investe em novos negócios pelo fundo Honey Island (Ricardo Franzen/Divulgação)

Muitas vezes a criação de ecossistemas empreendedores não tem apoio do poder público, mas acaba sendo impulsionada por ele. Em Belém, no Pará, os empreendedores locais fundaram a comunidade do Açaí Valley em 2014. Longe de investidores de risco e sem políticas públicas favoráveis, o ecossistema segue incipiente: Belém, com 1,5 milhão de habitantes, tem 47 startups.

Ainda assim, algumas despontaram, como a Inteceleri, ­start­up­ de educação criada em 2014 e que hoje fatura 1,2 milhão de reais com tecnologias para a digitalização do ensino de matemática. Mais de 300.000 alunos das regiões Norte e Nordeste usam óculos feitos de fibras de árvores da Amazônia e equipados com uma tecnologia de realidade virtual patenteada pela Inteceleri para estudar conteúdos como geometria espacial. Neste ano, o plano da startup é captar cerca de 2 milhões de reais.

Percebendo o potencial de empresas como a Inteceleri, o governo paraense lançou em 2019 o StartUp Pará, com o objetivo de apoiar as startups. A iniciativa pretende investir 2,8 milhões de reais em startups locais. “Nosso cenário de inovação no estado ainda está em desenvolvimento”, diz a professora Maria Trindade, coor­denadora do programa.

Em nível nacional, o governo também busca desburocratizar o ambiente regulatório para estimular as startups. Está em tramitação no Congresso Nacional o Marco Legal das Startups, aprovado pelo Senado em fevereiro, que estabelece quais empresas podem se encaixar na categoria e garante mais segurança jurídica aos investidores-anjo, entre outros benefícios.

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O desafio no Brasil é que, mesmo com dezenas de ecossistemas se estruturando e desenvolvendo, boa parte do capital de risco ainda é destinada a empresas fundadas em São Paulo. No ano passado, as startups brasileiras captaram o volume recorde de 3,5 bilhões de dólares, mas as startups paulistas concentraram 83% desse capital. Mesmo no investimento-anjo há um desequilíbrio na divisão entre estados. Segundo dados da Anjos do Brasil, 58,5% de sua base de investidores está em São Paulo. “É preciso investir em educação para formar investidores-anjo. É um tipo de ativo específico que demora a ser entendido. E não basta ter poucos investidores em uma região; é preciso ter massa crítica para que o grupo consiga fazer aportes que de fato vão suprir a necessidade da startup”, diz Cassio Spina, fundador da Anjos do Brasil. Ainda que o ecossistema local tenha boas universidades, incubadoras e programas de mentoria, sem o capital de risco as startups não sobrevivem aos anos iniciais da operação. Muitas, para evitar a falência do negócio, acabam migrando para outros estados em busca de investimento. A mudança é ruim tanto para os ecossistemas locais, que perdem talentos e impostos para outra cidade, quanto para os empreendedores. Em um mercado mais maduro, como São Paulo, os custos com escritório e profissionais de tecnologia são maiores. Além disso, as startups correm o risco de perder seus funcionários para outras grandes empresas com disponibilidade de pagar mais pelo talento. “Por eu ser um cara do Nordeste, sempre procurei fazer investimentos fora do eixo Rio-São Paulo, então tenho muito contato com empreendedores do país todo. Eu sempre os alerto de que, sem a estruturação de grupo local de investidores-anjo, os ecossistemas vão perder startups para outras re­giões”, diz João Kepler, fundador da Bossanova Investimentos.

(Arte/Exame)

No Jerimum Valley, ecossistema de inovação de Natal, no Rio Grande do Norte, o problema é comum. “Nós temos uma preocupação em reter talentos dentro do parque. Muitos jovens se formam aqui, veem oportunidades de ir para São Paulo e querem vivenciar essa experiência”, diz Iris Pimenta, diretora da incubadora Inova Metrópole, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A incubadora surgiu há oito anos como uma forma de estimular o empreendedorismo local. Primeiro ela atuou como um espaço de apoio físico e intelectual aos estudantes que quisessem desenvolver projetos de inovação, ajudando mais de 150 projetos.

Quatro anos depois, com o apoio do município, a Inova lançou o Parque Tecnológico Metrópole Digital, para que as empresas mais maduras de tecnologia da região pudessem conviver com as novas startups. Para incentivar a iniciativa, a prefeitura oferece benefícios tributários, como a redução do ISS de 5% para 2%. O ­Grupo Esig, uma das maiores startups que passaram pela Inova Metrópole, hoje está sediado no parque tecnológico. A empresa, que fornece softwares de gestão para universidades e centros médicos, emprega mais de 160 pessoas e não pensa em deixar a cidade. “Queremos criar algo no Rio Grande do Norte que possa ser referência nacional em tecnologia”, diz o fundador e presidente Gleydson Lima.

A pandemia de covid-19 acabou aproximando os “vales brasileiros”. Sem a possibilidade de fazer visitas presenciais para comprar, vender, contratar profissionais ou mesmo investir, empreendedores e investidores se acostumaram a fazer negócios por videoconferência. Para as empresas fora do eixo central da economia brasileira, foi uma boa notícia.

A AutoForce, startup de Natal especializada em digitalizar as vendas de concessionárias de veículos, por exemplo, precisava mandar representantes para São Paulo todos os meses para fazer reuniões com seus clientes. Pouco antes da pandemia, quando fechou um contrato para ser a parceira oficial da Stellantis (dona de marcas como Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot) no Brasil, os fundadores Tiago Fernandes, Isaiane de Mendonça e Clênio Cunha cogitavam abrir uma filial na capital paulista para poder estreitar os laços com as fabricantes. “Depois da crise, não há mais necessidade. Todos voltaram para perto de suas famílias, e as negociações são feitas em vídeo”, diz Fernandes.

A tendência é que com o tempo os investidores comecem a explorar mais as potencialidades de startups de outros vales que não São Paulo. Nos Estados Unidos, já existem fundos que estão olhando só para negócios fora do Vale do Silício e da Costa Leste americana. “Os investidores perceberam que há um oceano azul de possibilidades fora dos grandes centros”, diz André Barrence, diretor do Google for Startups da América Latina. Algumas iniciativas ajudam a potencializar essa descentralização.

O Distrito, startup brasileira especializada em inovação aberta, lançou no começo de abril uma plataforma chamada Hub2Hub, para conectar hubs de inovação espalhados pelo Brasil. A intenção é criar uma plataforma única para conectar quem quer que seja. “Hoje, os hubs estão desconectados. Há empresas de Recife precisando de tecnologias que uma startup de Porto Alegre poderia oferecer, mas elas não se conectam. Nossa intenção é criar uma malha nacional para combater essa assimetria de informações”, diz Gustavo Araújo, fundador do Distrito. Os empreendedores do Jaraqui Valley, do Vale do Pinhão, do Vale da Moqueca, e outros tantos espalhados pelo Brasil, agradecem.

(Arte/Exame)


Manual do vale

Os autores do livro Ponte para a Inovação explicam como Florianópolis se tornou uma referência em tecnologia e dão dicas de como outras cidades podem seguir nessa direção. | Carolina Ingizza

(Fernando Willadino/Exame)

Depois de deixar a presidência da ­Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), o empresário Daniel Leipnitz decidiu que era hora de se dedicar a um projeto que fosse seu legado ­para o ecossistema de inovação de Florianópolis.

Em um livro organizado em conjunto com o jornalista Rodrigo Lóssio, que atua com startups da região, o empresário decidiu responder à pergunta que mais ouviu nos últimos anos: como uma ilha de 500.000 habitantes virou um dos maiores polos tecnológicos do país? Em entrevista à EXAME, os autores falam sobre o livro e dão dicas para cidades que queiram seguir o caminho da inovação.

Por que vocês decidiram escrever sobre as startups de Florianópolis?
Leipnitz — O ecossistema daqui já tem quase 40 anos, mas só virou nacional em 2016, como resultado do que foi plantado antes. Rodrigo e eu acreditamos que as coisas que foram feitas aqui podem mudar a matriz econômica de muitos municípios. Então, decidimos contar a história de como numa cidade conhecida pelo turismo surgiu, silenciosamente, uma indústria que ganhou grande espaço. Elencamos 32 vetores de desenvolvimento da cidade e convidamos especialistas locais a explicar cada um.

Como uma cidade ainda sem polo de inovação pode se estruturar?
Leipnitz — No Brasil, isso pode ser feito de duas formas. Primeiro, pela parte pública. A prefeitura pode criar leis de inovação, fundos, e ensinar os compradores das prefeituras a contratar startups. A segunda forma é reunir todos os atores do setor. Há quem diga que os entraves da inovação estão relacionados à tecnologia, mas na verdade estão aos egos. Às pessoas que querem fazer o movimento sozinhas. É importante unir universidades, associações comerciais e indústrias em torno do objetivo.

Como atrair investimentos longe das sedes dos fundos?
Lóssio — O primeiro ponto é a empresa saber o perfil de venture capital que quer atrair. Para muitos fundos, dependendo da tese, não importa a região em que a empresa está, e sim sua visão de crescimento. Há fundos, como a Bossanova, olhando para ecossistemas fora do radar. Cada dia mais os gestores olham para negócios independentemente de sua origem.

Qual é a importância de dar um nome para o ecossistema?
Lóssio — Essa é uma provocação que faço. É comum ter “valleys” criados por quem quer colar na experiência do Vale do Silício, mas o que eles esquecem é que lá não é só marca, é pensamento, conceito, quase religião. Vejo os ecossistemas mais preocupados em construir uma marca do que em desenvolver o ambiente. Importante deve ser a construção de bases sólidas, a marca vem depois. Florianópolis mesmo não tem uma única marca. Chamam de Ilha do Silício, mas isso veio após as startups.

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