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Visão Global — Geração de empregos tem sido desigual nos países ricos

Para os trabalhadores de 25 a 54 anos, o nível de emprego está praticamente igual ao de 2008, antes da crise financeira

Operários em fábrica de ônibus nos Estados Unidos: a geração de empregos tem beneficiado mais os trabalhadores de 55 a 64 anos de idade / Li Ying Xinhua/eyevine/Glow Images

Operários em fábrica de ônibus nos Estados Unidos: a geração de empregos tem beneficiado mais os trabalhadores de 55 a 64 anos de idade / Li Ying Xinhua/eyevine/Glow Images

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2018 às 05h00.

Última atualização em 19 de julho de 2018 às 05h00.

PAÍSES RICOS

A aceleração do ritmo de crescimento da economia mundial desde 2016 tem ajudado a recuperação do mercado de trabalho nos países ricos, levando as taxas de desemprego nos Estados Unidos, na Europa e no Japão a cair aos menores níveis das últimas duas décadas. A criação de vagas, sem dúvida, é bem-vinda, pois aumenta o consumo e incentiva ainda mais a atividade econômica. No entanto, a melhora nos indicadores esconde uma realidade menos positiva. Em seu mais recente relatório sobre o desempenho da economia mundial, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada principalmente por países ricos, aponta que a geração de empregos tem sido desigual e vem beneficiando mais os trabalhadores na faixa etária de 55 a 64 anos. Para os trabalhadores de 25 a 54 anos, o nível de emprego está praticamente igual ao de 2008, antes da crise financeira. Já a população mais jovem, de 15 a 24 anos, é a que mais perdeu participação no mercado de trabalho, e a taxa de emprego para esse grupo continua abaixo do nível de 2008. Para a OCDE, é preciso que os empregos sejam mais bem distribuídos para que haja de fato uma recuperação dos rendimentos da população.

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DESIGUALDADE SOCIAL

300 anos para sair da pobreza

Medellín, na Colômbia: o país tem a pior mobilidade social entre 30 nações | Joaquin Sarmiento/AFP Photo

Uma das consequências mais perversas da alta desigualdade social em países como Brasil, Colômbia e África do Sul é a baixa mobilidade social das famílias mais pobres. Enquanto nos países ricos menos desiguais os filhos e netos de pais pobres tendem a atingir uma renda e uma educação melhores, isso é praticamente impossível em países emergentes. Nos cálculos de economistas da OCDE, enquanto na Dinamarca uma família pobre leva somente duas gerações para alcançar o nível de renda médio da população, na Colômbia o intervalo é de até 11 gerações — o que equivale a mais de 300 anos. O Brasil não fica muito atrás. Por aqui, o tempo necessário é de nove gerações (a média mundial é de quatro gerações). Os dados fazem parte de um estudo minucioso da OCDE sobre a mobilidade social no mundo. Segundo a organização, para mudar a situação, os países precisam tomar mais medidas para que todas as crianças tenham acesso a educação de qualidade e também para reduzir os prejuízos de famílias que sofrem algum choque financeiro temporário — como desemprego, doenças e divórcios.

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TURQUIA

O RISCO EXTERNO

Toda vez que os Estados Unidos entram num ciclo de alta de juros como o atual, aumenta a preocupação de investidores com a situação dos países emergentes. Foi assim nas crises das décadas de 80 e 90, e é assim agora. Países que têm uma alta dívida externa, baixas reservas internacionais e um grande déficit em conta-corrente (a diferença entre o dinheiro que entra e o que sai do país) são os mais expostos a um choque externo. Olhando para o cenário atual, fica claro que a Turquia é um dos países onde há mais riscos. Isso explica por que a lira turca é uma das moedas que mais desvalorizaram neste ano, fazendo a inflação em 12 meses disparar. Ela chegou a 15% em junho, maior nível em dez anos. A recente decisão do presidente Recep Erdogan de nomear o genro ministro da Economia só colocou mais dúvidas sobre a capacidade do governo de lidar com a situação.

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