Revista Exame

Conheça o recém-inaugurado hotel de ultraluxo Rosewood São Paulo

O primeiro Rosewood no Hemisfério Sul, em São Paulo, abrigará 450 obras de 57 artistas brasileiros e violões assinados por Caetano e Gil

Biblioteca do lobby; livros para os hóspedes (Leandro Fonseca/Exame)

Biblioteca do lobby; livros para os hóspedes (Leandro Fonseca/Exame)

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Julia Storch

Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 05h20.

Última atualização em 20 de janeiro de 2022 às 13h12.

Apenas 2,5 quilômetros separam o recém-inaugurado hotel Rosewood São Paulo do icônico cruzamento da Ipiranga com a Avenida São João, eternizado nos versos de Sampa, de Caetano Veloso. Mas não é preciso ir ao centro da cidade para encontrar a conexão com o cantor tropicalista. No lobby e nos 46 quartos do hotel na Cidade Matarazzo estão violões assinados pelo cantor e compositor baiano e por outro ícone da música brasileira, Gilberto Gil. À venda por 2.000 reais, os instrumentos são apenas uma palhinha das obras de arte abrigadas pelo hotel.

Cravado próximo a um dos marcos da cidade, a Avenida Paulista, o complexo pretende seguir a filosofia da rede Rosewood, a sense of place, ou seja, trazer a cultura e a história locais para as experiências dos hóspedes. As dependências contam com mais de 450 obras de 57 artistas brasileiros. As peças estão presentes do piso ao teto. A tapeçaria inspirada na fauna e na flora nacional foi concebida por Regina Silveira, as gravuras de plantas híbridas são de Walmor Corrêa nos elevadores temáticos com os enigmáticos nomes Energético, Afrodisíaco e Alucinógeno, e as folhas douradas pendendo do teto do quinto andar foram produzidas por Laura Vinci.

Para maior conhecimento das obras, há no prédio um concierge de arte. Alguns dos serviços oferecidos são visitas a estúdios de artistas, curadoria das obras comercializadas na Biblioteca de Arte e tours pela cidade. A parceria da Cidade Matarazzo com artistas vem desde 2014, com a mostra Made by… Feito por Brasileiros, quando 100 artistas convidados ocuparam o hospital em estado bruto de 30 anos de abandono. Na época, o artista plástico Vik Muniz fez uma exposição com documentos encontrados no cofre do hospital, com o título O Curioso Caso de Agenor Andrade Filho ou o Episódio das Pedras Invisíveis. No restauro ele assina o vitral da Capela Santa Luzia, a única peça não original da construção de 1922. O espaço, aberto ao público, terá duas missas por semana.

Por se tratar de prédios tombados, a fachada da antiga Maternidade Condessa Filomena Matarazzo foi restaurada e o número original de quartos da maternidade foi respeitado. No quinto e no sexto andar estão os maiores cômodos do hotel. Nesses espaços com janelas arredondadas, para maior entrada de luz, foram feitos partos de mais de 500.000 paulistanos.

Para Edouard Grosmangin, diretor-geral do Rosewood São Paulo, a abertura da primeira filial do hotel no Hemisfério Sul significa uma nova era para o Brasil. O novo momento ao qual o executivo francês se refere é um mercado de luxo supostamente não excludente. “O conceito original do [empresário Francesco] Matarazzo era criar e prover atendimento médico para todos, e não apenas para os ricos. Claro, sempre houve busca por resultados. E o conceito do Alexandre [Allard, sócio empresário de Rosewood] é obter um ciclo semelhante, para oferecer experiências a todos.” Ainda que o preço da diária, a partir de 2.800 reais, seja uma barreira de acesso aos 46 quartos disponíveis, para Grosmangin o luxo também se faz presente nas pequenas coisas.

Rabo di Galo: bar com pocket shows e carta com drinques autorais (Leandro Fonseca/Exame)

A preços mais módicos, os restaurantes e o bar são atrativos para que os paulistanos também se apropriem do espaço. “Nossa meta é fazer com que as pessoas digam ‘ok, posso vir para tomar um café, uma Coca-Cola, um café da manhã ou então comemorar uma festa de aniversário, jantar com amigos ou organizar o casamento da minha filha’”, explica Grosmangin. São seis opções de gastronomia no local. Após a travessia pelo lobby, passando pela coleção de livros à venda e para empréstimo, está o Le Jardin que, como o nome diz, se estende pelas folhagens da Mata Atlântica em um imenso quintal. Anexo à esquerda está o Rabo di Galo, bar com coquetelaria assinada pela bartender Ana Paula Ulrich,­ vencedora do Patrón Perfectionists 2019.

Há ainda o Blaise, uma brasserie com interior inspirado em um chalé de madeira, o Taraz, com cardápio assinado pelo chef Felipe Bronze, o Emerald Garden Pool & Bar e o Belavista Rooftop Pool & Bar. Exclusivo para adultos, o espaço oferece vista panorâmica da cidade. Por ora, apenas os restaurantes Blaise, Le Jardin e o bar Rabo di Galo estão em funcionamento.

A inauguração do hotel é apenas a primeira entre outras aberturas que estão marcadas para acontecer no complexo, com reforma orçada em 2,7 bilhões de reais no total. Ainda neste trimestre será inaugurada a Torre Mata Atlântica, com apartamentos residenciais e 114 quartos para hospedagem. Para o segundo semestre está prevista a abertura do Ballroom, um salão de festas para casamentos, e do Asaya, o spa do hotel. No próximo ano o retail também será inaugurado. “O sonho que queremos realizar aqui é o que já está acontecendo”, diz Grosmangin.  

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