Rua em Xangai: os chineses têm o costume de levar parceiros a banquetes regados a baijiu, tradicional bebida feita de arroz | / (Edwin Remsberg/AGB Photo)
Rodrigo Caetano
Publicado em 2 de julho de 2020 às 05h00.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 12h16.
A pandemia do coronavírus aumentou a exposição da China no cenário global. Isso levou o gigante asiático a ser mais assertivo em sua diplomacia. Conhecidos pela discrição, os chineses passaram a se expressar com veemência, especialmente nas redes sociais.
Segundo Tulio Cariello, coordenador de pesquisa do Conselho Empresarial Brasil-China, essa nova postura reflete dois entendimentos do Partido Comunista. O primeiro é que há risco de surgir uma onda de preconceito contra os chineses. O outro é que a segunda maior economia do mundo terá de ser mais global para se recuperar da crise. “O pragmatismo vai continuar, mas a diplomacia chinesa deverá ser mais participativa nos debates”, diz Cariello.
A China já é o maior parceiro comercial do Brasil, e as relações se intensificaram na crise. As exportações de soja, por exemplo, atingiram em maio o nível mais alto em dois anos. As ambições globais dos chineses abrem outras oportunidades para o país, além das commodities. “Os setores de saúde, tecnologia da informação e veículos elétricos receberão especial atenção”, diz Keila Cândido, fundadora da Hong Consultoria, especializada em cultura chinesa para negócios. Negociar com chineses, no entanto, tem suas peculiaridades. A consultora destaca abaixo os principais aspectos da cultura chinesa que devem ser considerados em uma negociação.