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Nasa pode ter descoberto primeiro planeta fora de nossa galáxia

Até agora, todo exoplaneta ou possível exoplaneta que foi encontrado estava na Via Láctea, ou seja, quase todos eles estão a menos de 3.000 anos-luz da Terra

Astrônomos encontraram evidências de um possível candidato a planeta na galáxia M51 (“Whirlpool”), representando o que poderia ser o primeiro planeta detectado fora da Via Láctea. (NASA/Reprodução)

Astrônomos encontraram evidências de um possível candidato a planeta na galáxia M51 (“Whirlpool”), representando o que poderia ser o primeiro planeta detectado fora da Via Láctea. (NASA/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2021 às 17h40.

Última atualização em 25 de outubro de 2021 às 17h55.

Um telescópio da Nasa pode ter encontrado o primeiro planeta fora de nossa galáxia, a Via Láctea. Se isso for confirmado, o mundo estaria milhares de vezes mais distante do que os muitos exoplanetas que foram encontrados em nossa própria galáxia até hoje. O estudo foi publicado na Nature Astronomy nesta segunda-feira.

Até agora, todo exoplaneta ou possível exoplaneta que foi encontrado estava na Via Láctea, ou seja, quase todos eles estão a menos de 3.000 anos-luz da Terra.

O exoplaneta que os cientistas acreditam ter encontrado em nossa galáxia vizinha — que é conhecida como M51, ou Galáxia Whirlpool — estaria a cerca de 28 milhões de anos-luz de distância.

Anteriormente, a técnica utilizada para identificar os exoplanetas próximos envolvia a observação de pequenos flashes de luz, que acontecem quando os planetas passam na frente de sua estrela. Os cientistas analisavam então as características desse feixe de luz, sendo capaz identificar detalhes como o tamanho desses planetas e a proximidade com o Sol.

Neste novo estudo, diferentemente de antes, os cientistas tentaram identificar as quedas no brilho dos flashes de luz, conforme os planetas passavam na frente. Os pesquisadores usaram o Observatório de raios X Chandra da Nasa para detectar o escurecimento dos raios X de um "binário de raios X", um sistema onde uma estrela semelhante ao Sol está em órbita ao redor de uma estrela de nêutrons ou um buraco negro.

Os autores interpretam esse escurecimento como um planeta passando na frente de uma estrela de nêutrons ou buraco negro. Quando um planeta se move na frente dessa região brilhante, ele bloqueia alguns ou mesmo todos os raios X da Terra, permitindo que os cientistas observem essas quedas dos flashes de luz. A região brilhante é geralmente menor do que uma estrela, o que significa que os declínios são mais marcantes.

Foi assim que os cientistas foram capazes de encontrar o planeta potencial que orbita em torno de um sistema binário conhecido como M51-ULS-1. Um sistema binário nada mais é que um sistema composto de dois corpos celestes orbitando em torno de um centro de massa comum, ligados gravitacionalmente entre si e que, quando observados, aparentam serem apenas um.

Imagem mostra a galáxia "M51" com raios X do observatório da Nasa e luz óptica do telescópio espacial Hubble da Nasa. A marcação aponta para a localização do possível planeta em questão. (NASA/Reprodução)

Este sistema inclui um buraco negro ou nêutrons com uma estrela "anexa" aproximadamente 20 vezes maior que o nosso Sol.

Ao observar esse sistema, os cientistas viram as emissões de raios X cair a zero. Essa e outras informações parecem sugerir que o planeta seria do tamanho de Saturno, embora orbite sua estrela de nêutrons ou buraco negro a cerca de duas vezes a distância que Saturno faz do nosso Sol.

Mas os cientistas não conseguem confirmar se o candidato é realmente o primeiro planeta detectado fora de nossa galáxia. Uma questão é que os dados parecem sugerir que leva cerca de 70 anos para o planeta cruzar na frente de seu parceiro binário novamente o que significa que não haverá chance de ver o escurecimento acontecer novamente tão cedo.

Existem outras explicações possíveis, como gás ou poeira passando na frente dos raios X e os bloqueando. No entanto, eles não parecem se adequar aos dados tão bem quanto um planeta faria, segundo os cientistas.

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