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"A Pequena Sereia": o espetáculo da Broadway que todo mundo queria — e só

Apesar dos grandes números musicais, o filme peca na atuação do elenco e nos efeitos especiais

"A Pequena Sereia": live-action estreia nesta quinta-feira, 25 (Disney/A Pequena Sereia/Divulgação)

"A Pequena Sereia": live-action estreia nesta quinta-feira, 25 (Disney/A Pequena Sereia/Divulgação)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP e redatora da Homepage

Publicado em 25 de maio de 2023 às 14h31.

Última atualização em 25 de maio de 2023 às 14h52.

"A Pequena Sereia", animação da Disney de 1989, acaba de ganhar um live-action. A nova versão, com Halle Bailey como protagonista e direção de Rob Marshall, estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 25, e traz consigo algumas mudanças de sua obra original.

O filme, que tem quase 1 hora a mais do que a animação de 1989, surpreendeu pelo tom e pelas escolhas originais do roteiro, sem se prender a todos os detalhes da base original. Afinal, é um fato que as adaptações da Disney sobre suas próprias obras nem sempre têm funcionado — a ver por "Rei Leão" e "Mulan".

No caso de "A Pequena Sereia", no entanto, o caminho é um pouco diferente. O filme, que gerou polêmicas e episódios de racismo pela escolha de uma protagonista negra — diferente da sereia branca, ruiva e de olhos azuis da animação original — já tinha dificuldades antes mesmo da "largada". A principal, sem dúvidas, era a ambientação: mais de metade da história é contada debaixo d'água.

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Mas o resultado, diante de tantos desafios, até que surpreendeu. No Rotten Tomatoes, o filme tem aprovação de 71% dos críticos. No IMDb, no entanto, a taxa cai para 59%.

A EXAME Pop assistiu ao filme com antecedência e traz uma visão de público comum para saber se vale a pena ou não investir na bilheteria. Confira:

(Disney/A Pequena Sereia/Divulgação)

Da Broadway para o cinema

Por mais que o filme tenha surpreendido pela qualidade das músicas — um dos aspectos principais da história —, é inegável dizer que ele apresenta alguns problemas graves. O CGI das criaturas aquáticas não convence, o que deixa alguns dos personagens importantes de escanteio, a atuação de vários dos atores é mediana e a construção do ambiente aquático não abre tanto espaço para imersão do público.

No que tange a parte musical do longa, entretanto, o trabalho sai bem-feito. É como se todo o filme fosse um espetáculo retirado diretamente da Broadway para as telas do cinema. Os números de dança são fantásticos e as cenas de música preenchem a sala. A quem espera relembrar as canções da infância, o efeito é imediato: é quase impossível terminar o filme sem cantar pelo menos uma.

Boa parte desse efeito se deve à própria Halle Bailey: a voz dela é a maior salvação do filme. Seja nas canções solo, seja nos duetos, a artista de fato entregou todo o seu talento à Ariel. E a composição de cores e figurino, tanto dela quanto dos demais personagens, contribui para essa "pegada à la Broadway".

Vale um destaque especial para a construção de "Aqui no Mar" (Under the Sea) e "Parte do Seu Mundo" (Part of Your World), que são tão bem cantadas que chegam a arrepiar.

(Disney/A Pequena Sereia/Divulgação)

Mais músicas do que o original

Outro traço interessante é que o novo filme conta com músicas inéditas que acrescentam mais dimensão à história. Os números novos são bem construídos — e esse é o máximo a ser dito sem que a experiência seja estragada por um spoiler.

(Disney/A Pequena Sereia/Divulgação)

CGI que não convence

Assim como em "Rei Leão", contudo, a Disney ainda parece não aprender que certos personagens de animação, quando adaptados para o live-action, não funcionam muito bem.

"A Pequena Sereia" de 1989 tinha nas mãos a apresentação do fundo do mar em formato mais caricato: um Sebastião expressivo, um Linguado medroso, um Sabidão maluco. Em resumo, personagens importantes para a história e que dependem inteiramente de suas expressões faciais.

Ao trazê-los à "vida real", esse laço acaba se perdendo. Linguado tem pouco tempo de tela e é tão coadjuvante quanto as algas presentes na tela. Sebastião, ainda que esteja presente em boa parte do filme, não consegue criar uma conexão com sua personalidade. Talvez, o mais próximo do objetivo tenha sido o (agora 'a') Sabidão.

(Disney/A Pequena Sereia/Divulgação)

Fundo do mar que não encanta

Se na animação original o fundo do mar era robusto, no live-action, falta um pouco de vida em cada uma das cenas. Com exceção do número em "Aqui no Mar" (Under the Sea), todo o entorno é tão envolto em CGI que fica difícil emergir na experiência subaquática.

Até mesmo a animação da calda das sereias (e seu nado) deixa a desejar. Pode ser efeito de todo o trabalho de James Cameron após "Avatar 2: O Caminho da Água", mas os filmes que retratem o fundo do mar agora terão que lidar com um espectador mais exigente.

(Disney/A Pequena Sereia/Divulgação)

Atuação desanimada

Por fim, o ponto mais decepcionante do filme vem da atuação dos personagens. Por mais que Melissa McCarthy tente, ainda falta algo intimidador a ser acrescentado na personagem de Úrsula. Jonah Hauer-King até tenta, mas não consegue entrar nos encantos do príncipe Eric. e Javier Bardem, o grande nome do filme, não consegue incorporar toda a "pompa" do Rei Tritão.

No fim, falta carisma por parte de cada um dos personagens. Quem mais entrega (e precisava ser assim mesmo), é justamente Halle Bailey.

(Disney/A Pequena Sereia/Divulgação)

Mas e aí, vale a pena ver no cinema?

Apesar dos defeitos, o filme consegue superar muitos outros live-actions da Disney e vence pelos números musicais. Conferir a voz de Bailey é um dos maiores atrativos do filme, assim como sentir a tradicional nostalgia de quem cresceu assistindo "A Pequena Sereia".

A EXAME Pop recomenda a bilheteria de "A Pequena Sereia", em cartaz nos cinemas brasileiros a partir desta quinta-feira, 25.

Quando estreia "A Pequena Sereia" de 2023?

O filme estreia nesta quinta-feira, 25, e está disponível em todos os cinemas nacionais.

Quem está no elenco?

O elenco do live-action é composto de Halle Bailey, Jonah Hauer-King, Melissa McCarthy, Javier Bardem, Daveed Diggs e outros.

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