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Votorantim busca startup para inovar em mineração

Grupo quer peneirar os projetos capazes de reduzir o impacto dos resíduos e dos gastos com energia nas plantas de extração de minérios

Startup: batizado de Mining Lab, neste primeiro ciclo, a Votorantim vai se concentrar em projetos nas áreas de nanotecnologia e energias renováveis (Rawpixel Ltd/Thinkstock)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de novembro de 2016 às 12h56.

São Paulo - O efervescente mercado de startups como provedoras de inovação para grandes corporações pelo mundo vai, aos poucos, ganhando força também no Brasil.

Depois de iniciativas recentes anunciadas por Samsung, Embraer, Itaú e Unilever, na próxima segunda-feira, será a vez da Votorantim estrear no ramo, por meio de sua divisão de mineração. O grupo quer peneirar, entre pelo menos 20 startups mapeadas, 10 projetos capazes de reduzir o impacto dos resíduos e dos gastos com energia nas plantas de extração de minérios - dois pontos considerados estratégicos para ampliar a competitividade da companhia no setor.

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Batizado de Mining Lab, neste primeiro ciclo, a Votorantim vai se concentrar em projetos nas áreas de nanotecnologia e energias renováveis. A ideia é depurar as ideias e desenvolver um plano de negócio para as startups com projetos e protótipos já concluídos para as tecnologias.

"A gente quer uma parceria, dividir com a startup nossas necessidades na área e apoiá-las no processo de depuração dos projetos", conta o gerente de tecnologia da Votorantim Metais Rodrigo Gomes. Em 2016, a empresa deve investir em inovação aberta R$ 28 milhões.

Segundo Milton Mori, diretor executivo da Agência de Inovação da Unicamp, o movimento de grandes empresas em busca de startups justifica-se sobretudo pela redução do custo na inovação. "A inovação aberta tem o orçamento e os riscos compartilhados", afirma.

É nesse sentido que, por exemplo, a sul-coreana Samsung mantém no Brasil dois programas de incentivo a startups, o Programa de Promoção da Economia Criativa, para a formação de incubadoras e aceleração de startups, e o Samsung Ocean USP, que busca soluções para tecnologias digitais móveis.

"Estamos na segunda edição do programa de Economia Criativa. A inspiração é o trabalho feito em nossa matriz", conta o gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da Samsung, Antonio Marcon. Segundo o executivo, a Samsung mantém dois centros de economia criativa e inovação na Coreia do Sul (CCEI, da sigla em inglês) e já atendeu mais de 1.000 empresas.

Outra que começa a dar os primeiros passos no setor em esfera nacional é a Unilever, uma das principais investidoras do ramo no contexto global. Sua divisão para investimentos de capital de risco no exterior, a Unilever Ventures, tem participações em cerca de 40 startups e, no ano passado, desembolsou US$ 1 bilhão para adquirir a startup Dollar Shave Club, um clube de assinaturas de produtos para barba, numa tentativa de fazer frente à liderança da companhia Procter & Gamble, dona da Gillette, nesse setor.

"Aqui no Brasil a gente está começando ainda. Temos um trabalho com a Cuponeria, que é uma startup de cupons grátis, e acabamos de pré-selecionar cinco startups para um programa em que pretendemos transferir parte de nossos conhecimentos", destaca o executivo Ricardo Marques, vice-presidente da Unilever Foods Solution.

Já na Embraer, a estratégia para o médio prazo é começar a adquirir startups. Na semana passada, Sandro Valeri, gerente de inovação da empresa, estava no Vale do Silício, nos EUA. Segundo fontes, o executivo procura um espaço na região para descolar parte de sua equipe. A missão será a de ampliar a comunicação com os empreendedores que interessam à empresa

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