Vícios das finanças: 4 hábitos que podem acabar com uma empresa
Desorganização e falta de planejamento são exemplos de vícios financeiros que podem impactar negativamente um negócio, segundo a especialista Paula Bazzo
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2021 às 10h00.
Última atualização em 11 de outubro de 2021 às 13h32.
Por Paula Bazzo, planejadora financeira
Que o comportamento pessoal impacta no empresarial, não há dúvidas. Há um tempo, escrevi um artigo sobre a mentalidade do empreendedor por aqui. Hoje a reflexão é sobre vícios de comportamentos financeiros na vida pessoal que podem impactar negativamente o negócio.
Começarei mencionando o que mais vejo acontecer por aí, mas adoraria saber se você percebe mais algum.
1) Uso indiscriminado do crédito
Quem nunca usou o cartão de crédito para fazer compras para as quais não tinha dinheiro no momento, que atire a primeira pedra! Ainda mais com uma oferta abundante de crédito para pessoas físicas, esse comportamento vem se tornado cada vez mais uma armadilha. Você chega no supermercado, e ganha um cartão. Chega na loja de roupas, e ganha um cartão. Chega na companhia aérea, e – adivinhe? – ganha um cartão.
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Para quem não tem um bom controle financeiro, levar esse comportamento para a empresa pode significar minar o capital de giro com compras inadequadas. O crédito, para um negócio, tem que ser pensado como expansão de vendas e otimização operacional. Precisar de crédito para consumo e despesas fixas pode ser um forte indicador de má gestão financeira ou de precificação inadequada.
2) Desorganização
Você já tentou procurar um pé de meia numa gaveta bagunçada e desordenada? Parece que podem até ter 50 peças, de alguma forma parece que nenhuma conecta com Com essa analogia superficial quero mostrar que enquanto as finanças estiverem desorganizadas, parece que muitas coisas na empresa não têm conexão. As decisões são tomadas em base a sensações e opiniões e não em base a fatos.
Se você é o tipo de empreendedor que mistura contas empresariais e pessoais, comece por aqui! E não deixe que o vício no comportamento de desorganização das finanças pessoais implique na ausência de orçamento e fluxo de caixa no seu negócio! Isso dificultará o nosso próximo ponto.
3) Falta de planejamento
Planejar é enxergar aonde se quer chegar e qual o caminho necessário para tal. Diferente do que muitos pensam, não tem a ver com pensamentos rígidos. Não é porque você escolheu um objetivo, que você precisa segui-lo cegamente. Sempre há espaço para reavaliar, mudar de destino quando se entende que é vantajoso.
Escolher um ponto de chegada tem mais a ver com ter clareza sobre o que se quer, comunicar de forma uniforme o objetivo para a equipe para que todos direcionem energia na mesma direção. Imagine se, em uma canoa, uns remam para um lado e outros remam para o oposto? Muito provavelmente andam em círculo ou não chegam a lugar nenhum, mesmo trabalhando muito. Direcionar energia na coisa certa é mais importante do que trabalhar intensamente. E para isso é necessário planejar!
Quantas vezes vemos pessoas vivendo as suas vidas como se tudo estivesse escrito no “destino” e, portanto, de alguma forma se afastam da responsabilidade de suas escolhas e do protagonismo de escrever a sua história? Com isso, não quero menosprezar o fator sorte que, quando encontra uma pessoa competente, realmente é capaz de alavancar conquistas antes não imaginadas.
Sair da visão passiva da vida pode começar com alguns questionamentos: Onde quero chegar? Por que isso é importante para mim? O que preciso fazer para conquistar isso? Quanto custa? Como vou gerar/produzir o que é preciso?
Essas reflexões valem para si e valem também para o empreendimento.
4) Modo de lidar com períodos de bonança
Como empreendedores passamos por tantos desafios e temos que ter tanta resiliência emocional e financeira para superar adversidades que parece que meses de fartura acabam virando “canos de escape” e compensando com gastos não planejados. Como tudo na vida, não são algumas contas a mais em um mês que vão fazer a vida sair do prumo. Tudo é questão de equilíbrio. Contudo, é em períodos de bom fluxo de dinheiro que se torna muito mais simples ajustar as contas, montar reservas para a sua vida e para seu negócio. A vida é cíclica e é no período de bonança que temos que planejar os tempos áridos. Então celebre esse momento, mas não esqueça de aproveitar para se reestruturar.
E você? Já se flagrou em algumas dessas situações?
Se você é o tipo de empreendedor que mistura contas empresariais e pessoais, comece por aqui.
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