Uma escola de empreendedorismo com a PME
Com formato interativo, o Curso Exame PME — que acontece anualmente e está em sua quarta edição — recebeu 500 empreendedores de várias regiões do país para quase 20 aulas e palestras
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2013 às 06h00.
São Paulo - O relógio marcava 8 e 15 da manhã quando o empresário Abilio Diniz , presidente do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar, subiu ao palco do centro de convenções Frei Caneca, em São Paulo, no dia 3 de abril. “É a primeira vez que sou convidado para abrir um evento que começa rigorosamente no horário”, disse Abilio. “Vocês estão de parabéns.”
Abilio é superexigente e, como todo mundo sabe, não é de ficar distribuindo elogios por aí. Por isso, vindo dele, o cumprimento foi motivo de orgulho para os 500 empreendedores que acordaram cedo para o Curso Exame PME de 2013 — evento que acontece anualmente e está em sua quarta edição.
Durante dois dias inteiros, os participantes, que vieram de várias regiões do país, assistiram a quase 20 aulas e palestras sobre temas relevantes para o crescimento de uma pequena ou média empresa . Eles também puderam visitar uma feira de negócios e ter consultoria de graça em áreas como auditoria, leis e finanças.
“Não foi fácil conseguir deixar tudo em ordem na minha empresa para poder participar, mas valeu a pena”, diz a psicóloga Claudia Miranda, da Elemento Humano, empresa de treinamento e coaching. “É fundamental investir em aprendizado.”
Como Claudia, todo empreendedor com ambição de fazer sua empresa prosperar precisa equilibrar vários pratos simultaneamente para tocar o dia a dia do negócio. Ao mesmo tempo, é necessário, periodicamente, parar e refletir sobre os rumos que devem seguir no curto e no longo prazo.
Será que minha empresa deve crescer vendendo o mesmo produto para novas partes do país e, assim, atingir uma base maior de clientes? Ou deveríamos aumentar as receitas fornecendo um serviço que complemente algo que já vendemos? Que investimento fazer se seguirmos esse ou aquele caminho e como estimar o tempo que ele levará para se pagar?
É normal que questões estratégicas como essas preocupem um bocado — e pode-se dizer que não há como ser bem-sucedido no mundo dos negócios sem perder algumas noites de sono durante a vida. Foi para falar sobre como resolveram dilemas desse tipo que alguns desses empreendedores que deram certo vieram contar suas trajetórias para a plateia.
Estiveram lá, por exemplo, Elloy Tuffi, fundador da rede de escolas de informática e idiomas Microcamp, da cidade paulista de Campinas, e Paulo Bellini, fundador da fabricante de carrocerias para ônibus Marcopolo, da gaúcha Caxias do Sul.
Um palestra que despertou grande atenção foi do empreendedor João Appolinário, que explicou como combinou loja própria, internet, televendas e venda direta para expandir a Polishop.
Outro caso de sucesso foi contado por Carlos Guerra, fundador da rede de restaurantes Giraffas, de Brasília. Ao lado do sócio Cláudio Miccieli, Guerra fez a marca chegar a 410 pontos. “Agora estamos aprendendo a atuar nos Estados Unidos, onde já temos quatro lojas”, disse ele.
A grande novidade no formato das aulas deste ano foi a formação de grupos de trabalho. Reunidos em mesas, os alunos-empreendedores tinham de praticar noções de gestão com base em desafios lançados pelos palestrantes. Um dos exercícios mais movimentados foi na aula de Emerson Andrade, fundador do site de compras coletivas carioca Peixe Urbano.
Andrade contou três situações reais em que ele e os sócios tiveram de tomar uma decisão importante. Os alunos deveriam discutir o caso e propor soluções — Andrade contaria em seguida o que foi feito de verdade no Peixe Urbano e se deu certo. Uma delas foi se o Peixe Urbano deveria comprar ou não o site de compras coletivas espanhol Groupalia.
Muitos alunos acharam melhor não. “Pois é, mas nós compramos e depois descobrimos que havia um monte de reclamações contra ele”, disse Andrade. “Acabamos achando melhor fechar o Groupalia. Ficamos só com as reclamações.”
O momento de maior emoção foi na palestra de José Carlos Semenzato, fundador da Microlins, rede de escolas de informática e cursos profissionalizantes — hoje ele investe em novos negócios que operam pelo sistema de franquias.
Semenzato começou a ganhar seu próprio dinheiro aos 12 anos vendendo as coxinhas que sua mãe fazia nas ruas da cidade de Lins, no interior de São Paulo. Quando teve condições, realizou um sonho dos pais — ter carro e casa própria. Os pais de Semenzato não chegaram a morar nela. “Eles morreram num acidente quando foram conhecê-la”, disse. “Estavam no carro que eu havia dado de presente.”
São Paulo - O relógio marcava 8 e 15 da manhã quando o empresário Abilio Diniz , presidente do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar, subiu ao palco do centro de convenções Frei Caneca, em São Paulo, no dia 3 de abril. “É a primeira vez que sou convidado para abrir um evento que começa rigorosamente no horário”, disse Abilio. “Vocês estão de parabéns.”
Abilio é superexigente e, como todo mundo sabe, não é de ficar distribuindo elogios por aí. Por isso, vindo dele, o cumprimento foi motivo de orgulho para os 500 empreendedores que acordaram cedo para o Curso Exame PME de 2013 — evento que acontece anualmente e está em sua quarta edição.
Durante dois dias inteiros, os participantes, que vieram de várias regiões do país, assistiram a quase 20 aulas e palestras sobre temas relevantes para o crescimento de uma pequena ou média empresa . Eles também puderam visitar uma feira de negócios e ter consultoria de graça em áreas como auditoria, leis e finanças.
“Não foi fácil conseguir deixar tudo em ordem na minha empresa para poder participar, mas valeu a pena”, diz a psicóloga Claudia Miranda, da Elemento Humano, empresa de treinamento e coaching. “É fundamental investir em aprendizado.”
Como Claudia, todo empreendedor com ambição de fazer sua empresa prosperar precisa equilibrar vários pratos simultaneamente para tocar o dia a dia do negócio. Ao mesmo tempo, é necessário, periodicamente, parar e refletir sobre os rumos que devem seguir no curto e no longo prazo.
Será que minha empresa deve crescer vendendo o mesmo produto para novas partes do país e, assim, atingir uma base maior de clientes? Ou deveríamos aumentar as receitas fornecendo um serviço que complemente algo que já vendemos? Que investimento fazer se seguirmos esse ou aquele caminho e como estimar o tempo que ele levará para se pagar?
É normal que questões estratégicas como essas preocupem um bocado — e pode-se dizer que não há como ser bem-sucedido no mundo dos negócios sem perder algumas noites de sono durante a vida. Foi para falar sobre como resolveram dilemas desse tipo que alguns desses empreendedores que deram certo vieram contar suas trajetórias para a plateia.
Estiveram lá, por exemplo, Elloy Tuffi, fundador da rede de escolas de informática e idiomas Microcamp, da cidade paulista de Campinas, e Paulo Bellini, fundador da fabricante de carrocerias para ônibus Marcopolo, da gaúcha Caxias do Sul.
Um palestra que despertou grande atenção foi do empreendedor João Appolinário, que explicou como combinou loja própria, internet, televendas e venda direta para expandir a Polishop.
Outro caso de sucesso foi contado por Carlos Guerra, fundador da rede de restaurantes Giraffas, de Brasília. Ao lado do sócio Cláudio Miccieli, Guerra fez a marca chegar a 410 pontos. “Agora estamos aprendendo a atuar nos Estados Unidos, onde já temos quatro lojas”, disse ele.
A grande novidade no formato das aulas deste ano foi a formação de grupos de trabalho. Reunidos em mesas, os alunos-empreendedores tinham de praticar noções de gestão com base em desafios lançados pelos palestrantes. Um dos exercícios mais movimentados foi na aula de Emerson Andrade, fundador do site de compras coletivas carioca Peixe Urbano.
Andrade contou três situações reais em que ele e os sócios tiveram de tomar uma decisão importante. Os alunos deveriam discutir o caso e propor soluções — Andrade contaria em seguida o que foi feito de verdade no Peixe Urbano e se deu certo. Uma delas foi se o Peixe Urbano deveria comprar ou não o site de compras coletivas espanhol Groupalia.
Muitos alunos acharam melhor não. “Pois é, mas nós compramos e depois descobrimos que havia um monte de reclamações contra ele”, disse Andrade. “Acabamos achando melhor fechar o Groupalia. Ficamos só com as reclamações.”
O momento de maior emoção foi na palestra de José Carlos Semenzato, fundador da Microlins, rede de escolas de informática e cursos profissionalizantes — hoje ele investe em novos negócios que operam pelo sistema de franquias.
Semenzato começou a ganhar seu próprio dinheiro aos 12 anos vendendo as coxinhas que sua mãe fazia nas ruas da cidade de Lins, no interior de São Paulo. Quando teve condições, realizou um sonho dos pais — ter carro e casa própria. Os pais de Semenzato não chegaram a morar nela. “Eles morreram num acidente quando foram conhecê-la”, disse. “Estavam no carro que eu havia dado de presente.”