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Ter amigos que são meus funcionários pode afetar a empresa?

A amizade pode afetar as relações de trabalho se não houver maturidade dos envolvidos para saber separar seus papéis de amigos e de profissionais.


	Equipe feliz: amizade deve ser limitada pela maturidade, que fornece critérios para decisões do líder e comportamento do liderado
 (Thinkstock)

Equipe feliz: amizade deve ser limitada pela maturidade, que fornece critérios para decisões do líder e comportamento do liderado (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2016 às 15h00.

Dúvida do internauta: Tenho funcionários que os considero amigos. Isso pode afetar as relações de trabalho?
Resposta escrita por Sílvio Celestino, especialista em gestão de pessoas

A amizade entre funcionários e líderes pode afetar as relações de trabalho se não houver maturidade dos envolvidos para saber separar seus papéis de amigos e de profissionais. O líder maduro saberá tomar as decisões e se dirigir aos funcionários com isenção e justiça.

Além disso, agirá para cumprir os propósitos da empresa, independentemente do quanto isso possa afetar seus amigos. Do mesmo modo, no momento de lazer, saberá evitar questões da empresa e preservar informações que poderiam favorecer o funcionário e causar uma vantagem indevida em relação aos demais.

Do lado do funcionário, se for maduro, saberá como dirigir-se ao seu gestor e amigo de maneira apropriada, do mesmo modo que faz com os demais administradores da empresa. Nos momentos de lazer, evitará conversar sobre temas que devem ser tratados somente no âmbito da companhia.

Quando o líder não separa a amizade do relacionamento profissional, toma decisões e age de modo que pode comprometer a justiça em relação aos demais funcionários. Em casos mais graves, pode comprometer os objetivos da empresa para não prejudicar seus amigos. Ou também pode abusar deles: afinal, são amigos.

O funcionário imaturo também tentará obter vantagens indevidas com seu chefe e amigo. E não fará a devida separação entre diálogos dentro da empresa e fora dela. Em alguns casos, poderá ser desrespeitoso com seu gestor, por tratá-lo como se não houvesse a relação de hierarquia, mas somente a de amizade. Nos piores casos, poderá pedir por uma exceção à regra para favorecer-se: afinal, é um amigo.

Em momentos de expansão da empresa, esse relacionamento pode não causar grandes problemas. Mas, nos momentos de crise, pode ser um entrave, quando o líder precisar tomar decisões duras, como escolher quem demitir, e ter de chegar à conclusão de que seu amigo deve sair.

É natural, também, que seja muito difícil impor-se como chefe com alguém que começou a carreira junto com você, mas agora é seu subordinado. A amizade de longa data pode estremecer-se nos momentos de feedback, cobrança ou demissão. E o sofrimento será de ambos.

Portanto, a amizade em si não é um problema entre líderes e liderados. Conhecer um ao outro é um fator que aumenta a confiança e os vínculos, pode gerar bons frutos no trabalho. Entretanto, a amizade deve ser limitada pela maturidade, que fornece os critérios para as decisões do líder e o comportamento do liderado, para que ambos cumpram os propósitos da empresa com responsabilidade, justiça e equilíbrio.

Vamos em frente!

Sílvio Celestino é sócio-fundador da Alliance Coaching e autor do livro Conversa de Elevador – Uma Fórmula de Sucesso para sua Carreira.

Envie suas dúvidas sobre gestão de pessoas para pme-exame@abril.com.br.

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