Startup Vitta lança software de telemedicina gratuito para médicos
Profissionais de todo o país terão isenção na ferramenta da ClinicWeb até o final da pandemia; clientes da empresa estarão isentos por 12 meses
Carolina Ingizza
Publicado em 15 de abril de 2020 às 14h00.
Última atualização em 15 de abril de 2020 às 22h37.
A procura por soluções digitais para atendimento médico cresceu. Em razão da pandemia do novo coronavírus que afeta o Brasil, o Conselho Federal de Medicina liberou provisoriamente a telemedicina. Para auxiliar os profissionais de saúde na transição para o online, a startup Vitta anuncia o lançamento de uma plataforma gratuita para atendimentos à distância.
A empresa, criada em 2014, oferece uma plataforma de agendamento de consultas, prontuário eletrônico e gestão de planos de saúde para clínicas médicas, chamada ClinicWeb. Com a ferramenta, é possível administrar a agenda do médico, acessar a ficha de pacientes, reservar salas e fazer a gestão do faturamento da clínica. Entre os clientes estão o Hospital Israelita Albert Einstein e os médicos David Uip e Drauzio Varella.
Com o coronavírus, a empresa precisou correr para lançar um produto que se integrasse à nova realidade de atendimentos à distância. O ClinicWeb, então, transportou para o digital a lógica de atendimento presencial dos consultórios. O software da startup permite que os médicos acessem a agenda, abram o prontuário do paciente e iniciem a consulta em vídeo. Com uma API, a ferramenta se conecta ao sistema de vídeo escolhido pelo médico, mas antes os pacientes precisam assinar um termo consentindo com a chamada.
Em parceria com a empresa Nexodata, a Vitta também oferece a possibilidade de emissão de receitas médicas eletrônicas, aceitas por mais de seis mil farmácias no Brasil. O médico só precisa assinar a prescrição com seu certificado digital para que o paciente receba o documento em seu celular, eliminando o uso de papel. A plataforma também permite fazer o faturamento da consulta em vídeo junto aos planos de saúde parceiros da startup, como Unimed, Sulamérica, Bradesco e Amil.
Para os clientes, a empresa está oferecendo a solução digital de forma gratuita pelos próximos 12 meses e já tem uma fila de espera de 2.500 médicos. Os profissionais e as clínicas que não são clientes também poderão usar os sistema de graça até o final da pandemia. “O médico sempre esteve aqui por nós, temos uma taxa baixa de inadimplência. Agora estamos dando um give back”, diz João Gabriel Alkmim, presidente da startup.
O futuro da telemedicina
A empresa aposta que as consultas virtuais vieram para ficar. “Acreditamos que a técnica médica e a medicina baseada em evidências vão prevalecer e permitir a continuidade da telemedicina no Brasil”, diz Alkmim. Ele afirma que a missão da startup neste momento é construir uma ferramenta confiável para que as autoridades brasileiras vejam que o país tem fornecedores capacitados a entregar o serviço com excelência.
Até então, a Vitta não teve impactos na sua receita, mas os sócios acreditam que os efeitos ainda estão por vir, então se preparam para uma redução futura no caixa. “Uma taxa de inadimplência maior nos deixaria com confiança menor para lançar um serviço como esse. A parceria dos clientes nos deu força para lançar essa iniciativa”, afirma Alkmim.