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Startup para substituir Correios capta R$ 1,2 milhão pela internet

A Pegaki já fez mais de 20 mil entregas e possui 500 pontos de retirada. Negócio realizou sua segunda rodada de equity crowdfunding pela Eqseed

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Equipe da Pegaki: negócio quer dobrar seus membros até o final deste ano (Pegaki/Divulgação)

Equipe da Pegaki: negócio quer dobrar seus membros até o final deste ano (Pegaki/Divulgação)

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Mariana Fonseca

Publicado em 4 de outubro de 2018 às, 06h00.

Última atualização em 4 de outubro de 2018 às, 22h58.

São Paulo - Os consumidores brasileiros, ironicamente, estão cada vez mais procurando o deslocamento físico próprio para receber uma encomenda digital - basta ver pedidos sendo retirados em lojas como as da rede Magazine Luiza. A startup Pegaki pretende aprofundar o movimento e alguns investidores compraram sua ideia de credenciar estabelecimentos como pontos de retirada de pedidos online. Mais especificamente, 98 futuros sócios.

A startup de logística para e-commerces acabou de receber 1,2 milhão de reais por meio do equity crowdfunding, um investimento 100% digital em negócios inovadores em troca de participação. O negócio anunciou sua proposta por meio da plataforma Eqseed e trocou 22,5% de equity pelos aportes de 98 investidores, a um ticket médio de 12 mil reais.

A plataforma já mediou 12,5 milhões de reais em investimentos desde o início da operação, no final de 2015, e possui 700 investidores ativos. Até o final do ano, a Eqseed espera atingir a marca de 18 milhões de reais aportados. Vale lembrar que o investimento por equity crowdfunding se reflete em ações preferenciais, mas sem direito a voto - quem aporta não pode assumir decisões da empresa, mesmo com muita participação.

Não é a primeira vez que a Pegaki aposta no equity crowdfunding. No final de 2017, a startup já havia captado 360 mil reais de 33 investidores, em troca de 12% de participação no negócio. “Tivemos experiências bem positivas de agilidade e desburocratização - o contrário de quando fomos procurar um investimento-anjo. A Eqseed cuidou da parte de documentação”, explica o cofundador João Cristofolini.

Ainda mais anteriormente, a Pegaki recebeu 100 mil reais enquanto estava na aceleradora Cotidiano, de Brasília. O total de investimentos captados, portanto, já passa de 1,6 milhão de reais.

Como funciona?

Os empreendedores João Cristofolini, Ismael Costa e Daniel Frantz fundaram a Pegaki no final de 2016. Com sede em Bluemenau, o negócio surgiu inicialmente com a necessidade de atender à demanda de Frantz, que tinha um e-commerce e muitos problemas para lidar com insucesso de entregas e a logística reversa de devoluções.

De acordo com Cristofolini, esse é o obstáculo de muitos. Cerca de 20 milhões de pedidos online por ano teriam insucesso em suas entregas - pelos destinos estarem em área de risco ou os solicitantes não estarem em casa no momento, por exemplo. A logística reversa - entregar um produto de volta à loja - é outro grande problema, com dependência total em uma única empresa: a estatal Correios. “Somos uma espécie de Correios privados, com melhor experiência. Temos pontos de retirada que operam 24h, por exemplo.”

20 grandes e-commerces - como Dafiti e Wine - contratam a Pegaki para direcionar entregas a um de seus 500 pontos de retirada nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Blumenau, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá e Curitiba. Esses pontos são estabelecimentos comuns, que não precisam investir em infraestrutura para as entregas, como armários. O consumidor vê qual o estabelecimento listado mais próximo de sua residência e pede para retirar o produto lá. Um exemplo de ponto de retirada é a rede de supermercados Carrefour.

No modelo de negócios da Pegaki, varejistas reduzem complicações logísticas em troca de 1,50 a 2,50 reais por encomenda. Enquanto isso, o ponto de retirada ganha maior tráfego de pessoas. Por fim, o usuário final não precisa esperar diversos dias para ter seu produto em mãos e, dependendo do e-commerce, também não precisa pagar frete.

Esse é um mercado que começou a engatinhar no Brasil, com redes como o Magazine Luiza inaugurando pontos de retirada do e-commerce em suas próprias lojas. Por aqui, 20% das empresas que contam com loja virtual e física já oferecem esse modelo.

O modelo mais avançado, de ter diversos pontos de retirada não associados ao e-commerce, é praticado lá fora pela gigante Amazon e pela francesa Kiala, a maior inspiração da Pegaki. Segundo a startup, China, EUA e Europa somaram cerca de 40 mil pick-up points e uma média de 300 mil pacotes por dia no ano de 2017, o que significou 40% das compras online.

Números e próximos passos

O atual aporte, de 1,2 milhão de reais, deverá ser usado nos próximos 18 meses. O objetivo é dobrar a equipe, de dez para 20 funcionários, com foco nas áreas de comercial, marketing e tecnologia.

Outra meta é escalar a solução: os 500 pontos de retirada devem dobrar e o número de entregas deve ir de 20 mil para 60 mil até o final de 2019. Quando a data chegar, a Pegaki considera uma nova rodada de investimento, desta vez com fundos. Com base nos movimentos das gigantes do e-commerce, a retirada física dos produtos digitais é um mercado que ainda pode ser muito explorado.

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