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Startup fatura R$ 7 milhões com aparelho para dor

O aparelho é baseado em pequenas descargas elétricas lançadas no local da dor, que pode aliviar, por exemplo, a artrite


	Neymar: o aparelho ficou famoso ao ser usado pelo jogador de futebol durante a Copa
 (Fabrice Coffrini/AFP)

Neymar: o aparelho ficou famoso ao ser usado pelo jogador de futebol durante a Copa (Fabrice Coffrini/AFP)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 01h52.

São Paulo - O setor de saúde tem ganhado a atenção de empreendedores e investidores. A demanda por serviços que facilitem o atendimento a distância ou a procura por acessórios vestíveis, como relógios e pulseiras inteligentes, cresce em escala mundial. Nesse sentido, o Brasil tem chances de aumentar sua participação no filão, especialmente na área de TI.

Um exemplo de como aproveitar essa expansão é o aparelho desenvolvido por uma pequena empresa de Botucatu, no interior de São Paulo. Chamado Tanyx, o dispositivo atua no combate à dor muscular e ficou famoso ao ser usado pelo jogador de futebol Neymar durante a Copa do Mundo.

Registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e no FDA (órgão de controle dos Estados Unidos), a tecnologia já está patenteada nos EUA, na União Europeia e em países como Japão, China, Rússia e Canadá.

"Ficamos muito felizes de sermos uma pequena empresa brasileira com patente em tantos lugares", afirma Moacyr Bighetti, fundador da Medecell, que investiu R$ 10 milhões para desenvolver a tecnologia, além dos gastos com patentes e marketing.

O aparelho é baseado em pequenas descargas elétricas lançadas no local da dor, uma técnica denominada Estimulação Nervosa Elétrica Transcultânea (Tens). Ele pode ser usado para aliviar dores musculares e artrite e, de acordo com o fabricante, não tem efeitos colaterais, com exceção às pessoas com marca-passo. Hoje, a técnica do Tens é empregada principalmente por fisioterapeutas.

"Eu trabalhava com importação de produtos médicos baseados na tecnologia Tens. Foi aí que comecei a pensar em como poderia transformar aquilo num dispositivo portátil", afirma Bighetti, que lançou o equipamento em 2011. Os estudos clínicos do produto foram feitos na USP de Ribeirão Preto e seu desenvolvimento contou com incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp).

O número de unidades vendidas tem crescido consideravelmente. Em 2011, foram 4,5 mil aparelhos; em 2013, o número saltou para 400 mil. O produto já está à venda em drogarias do Brasil e também do Chile. A expectativa da empresa é iniciar a distribuição no varejo dos EUA em 2015. O faturamento da Medecell com o produto foi de R$ 7 milhões em 2013.

Expansão

Pesquisa recente da consultoria Accenture aponta que o financiamento em startups do setor deverá quase dobrar nos EUA, passando de US$ 3,5 bilhões em 2014 para US$ 6,5 bilhões em 2017.

Por aqui, os investimentos no setor devem seguir a tendência americana. É o que afirma Vitor Asseituno, da Empreender Saúde, organização de fomento à inovação no setor.

"O mercado dos EUA sabe que saúde é um setor relevante e já existem grandes investidores americanos no Brasil. O investidor brasileiro vai enxergar essa movimentação e olhar à sua volta", afirma.

"Vejo muitas oportunidades, por exemplo, no desenvolvimento de softwares para hospitais. É preciso pensar em como a tecnologia pode beneficiar nosso sistema de saúde", afirma o especialistas, que também avalia o setor de acessórios como importante, apesar de se tratar um nicho ainda incipiente no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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